O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apresentou um balanço favorável da gestão do SIN (Sistema Interligado Nacional) ao longo de 2025, avaliando que o ano foi marcado pela manutenção da segurança do suprimento mesmo em um contexto de profundas transformações no setor elétrico.
De acordo com nota distribuída à imprensa nesta segunda-feira (29), a operação coordenada da geração e da transmissão permitiu atender à carga de forma contínua, apesar de eventos climáticos relevantes, mudanças no perfil de consumo e crescimento acelerado das fontes renováveis variáveis.
O diretor-Geral do ONS, Marcio Rea, em 2025, garantiu que houve avanços em projetos que reforçaram o compromisso do ONS “com uma operação cada vez mais moderna e antenada às evoluções e transformações pelas quais passa o setor elétrico no Brasil e no mundo”.
Ao longo do ano, o sistema elétrico brasileiro operou sob condições desafiadoras, combinando períodos de maior estresse hidrológico, episódios de chuvas intensas e variações significativas de geração solar e eólica, relata a nota do ONS..
Ainda assim, o Operador avalia que as ações de planejamento, monitoramento em tempo real e resposta operativa foram suficientes para preservar a confiabilidade do sistema e evitar falhas de maior impacto.
O balanço divulgado destaca ainda que a complexidade crescente do SIN exige uma atuação cada vez mais integrada entre agentes, centros de operação e órgãos setoriais. Nesse cenário, o operador reforça que a antecipação de cenários e a tomada de decisões preventivas foram determinantes para os resultados alcançados em 2025.
Integração das renováveis
Sem fazer menção à questão do curtailment, que trouxe bilhões em prejuízos a agentes de geração renovável, um dos pontos centrais do balanço apresentado pelo ONS foi a integração – considerada pelo operador como “segura” dessas fontes – especialmente a solar e a eólica, cuja participação continuou a crescer ao longo do ano.
O ONS se limitou a afirmar que o sistema conseguiu absorver volumes elevados de geração variável sem comprometer a estabilidade, graças ao uso coordenado das hidrelétricas, que “seguem desempenhando papel fundamental na modulação da oferta”.
As hidrelétricas foram destacadas como elemento-chave para compensar a intermitência das renováveis, permitindo ajustes rápidos na geração conforme as oscilações do vento e da radiação solar. Além disso, o ONS apontou avanços nos procedimentos operativos e no uso de ferramentas de previsão, que contribuíram para decisões mais precisas e seguras.
O relatório também menciona a atuação diante de eventos extremos, como tempestades e variações bruscas de carga, que exigiram respostas rápidas para recomposição do sistema. Segundo o operador, a experiência acumulada e o aprimoramento contínuo dos protocolos de operação ajudaram a reduzir riscos e a manter o atendimento aos consumidores.
Outro ponto foi a coordenação com os agentes de transmissão, considerada essencial para a gestão de um sistema de dimensões continentais. O ONS ressaltou, mas sem tocar nos gargalos atuais do SIN, que a confiabilidade da malha de transmissão foi decisiva para o bom desempenho do sistema, permitindo o escoamento da geração e o atendimento às diferentes regiões do país.
Próximos passos
Apesar do balanço positivo, o ONS reconhece que os desafios tendem a se intensificar nos próximos anos. A expectativa é de continuidade do crescimento das fontes renováveis, mudanças no perfil de consumo e maior exposição a eventos climáticos extremos, fatores que exigirão ainda mais flexibilidade e capacidade de resposta do sistema elétrico.
O operador aponta que o fortalecimento do planejamento de médio e longo prazo será fundamental para lidar com esses desafios, assim como o avanço em soluções que ampliem a flexibilidade do sistema. Entre os temas que ganham relevância estão o aperfeiçoamento dos modelos de previsão, a resposta da demanda e a evolução dos mecanismos operativos para lidar com cenários de excesso de geração em determinados períodos.
Para o ONS, os resultados de 2025 demonstram que o SIN possui bases sólidas, mas também evidenciam a necessidade de evolução constante. O balanço reforça a visão de que a transição energética em curso impõe novos desafios à operação do sistema, exigindo investimentos contínuos em tecnologia, capacitação e coordenação institucional.
Ao concluir o balanço, o operador avalia que a experiência de 2025 serve como referência para os próximos ciclos, indicando que a segurança do fornecimento dependerá cada vez mais da integração eficiente entre fontes, da robustez da transmissão e da capacidade de antecipar e gerenciar riscos em um sistema elétrico cada vez mais complexo
Demais pontos de destaque em 2025 citados pela nota do ONS:
- Conclusão da Interligação Manaus-Boa Vista (RR);
- Divulgação dos resultados do projeto Valor Agregado, com estimativa de economia; de R$ 12,6 bilhões;
- Lançamento do Prêmio ONS de Qualidade na Operação;
- Resultados do Plano da Operação Energética (PEN 2025), horizonte 2025-2029;
- Resultados do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL 2025);
- Estabelecimento do Plano Emergencial de Gestão de Excedentes de Energia na Rede de Distribuição aprovado pela ANEEL.
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