Na mesma semana em que as discussões sobre o possível encerramento de contrato da Enel São Paulo ganharam força, a distribuidora divulgou uma nota informando que está disposta a realizar um investimento de R$ 10 bilhões na ampliação de suas redes subterrâneas de distribuição e na digitalização de seus sistemas de fiscalização.
“A solução necessária exige investimentos maciços em redes resilientes e digitalizadas, além da implantação em larga escala de uma rede de distribuição subterrânea. (…) A empresa está disposta a realizar esses investimentos como parte de uma estratégia compartilhada com todas as instituições envolvidas”, informou a empresa.
O posicionamento da Enel São Paulo em relação ao enterramento da rede chama atenção, contrastando com posições anteriores em que a concessionária havia descartado essa alternativa, justificando a inviabilidade com base em altos custos de implementação e manutenção, além de desafios técnicos.
Desta vez, o anúncio ocorre em meio a um novo episódio de interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica na capital paulista e em cidades da Região Metropolitana. Na semana passada, milhares de consumidores atendidos pela distribuidora permaneceram sem luz por mais de cinco dias após a passagem de um temporal que provocou a queda de árvores sobre a rede elétrica.
Diante da recorrência das falhas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o prefeito da capital, Ricardo Nunes, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciaram nesta quarta-feira (17) que irão encaminhar à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) um pedido formal de caducidade do contrato de concessão da Enel.
ANEEL amplia análise sobre a concessionária
Em nota divulgada à imprensa, a ANEEL informou que incorporou as informações relativas à interrupção prolongada mais recente ao processo de monitoramento da Enel São Paulo, instaurado após o apagão ocorrido em outubro de 2024.
Naquele episódio, a Agência emitiu um termo de intimação – etapa preparatória para uma eventual recomendação de caducidade do contrato ao MME (Ministério de Minas e Energia). Com a inclusão dos novos eventos, a ANEEL avalia a reincidência das falhas e o cumprimento das obrigações contratuais pela concessionária.
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