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Projetos de autoprodução de energia têm evoluído no mercado

Pedro Dante e Bernardo Marangon destacam que este segmento consegue conciliar diversos interesses

Autor: 28 de dezembro de 2021Brasil
3 minutos de leitura
Projetos de autoprodução de energia têm evoluído no mercado

"Nunca vi a autoprodução com tanto destaque", diz Marangon. Foto: Envato Elements

Os projetos de autoprodução de energia têm evoluído bastante, estão se tornado um produto muito interessante pois conseguem conciliar vários interesses.

Está é a análise de Pedro Dante, sócio da área de energia e infraestrutura do Lefosse Advogados. De acordo com o especialista, tais programas beneficiam, primeiramente, o consumidor que, ao gerar sua própria eletricidade, tem reduções de encargos setoriais.

“Então, com o aumento do custo da energia, acaba sendo uma estratégia essencial para mitigar os impactos financeiros”, destacou Dante.

Segundo ele, este tipo de projeto também concilia o desejo do gerador, que consegue vender energia de longo prazo. “Dado o elevado preço destes projetos, o gerador precisa vender eletricidade, precisa ter o PPA de longo prazo”, explicou.

“Ademais, o interesse do consumidor tem conseguido bancabilizar os projetos. Em função disso, as instituições financeiras tem entendido tal produto como seguro, com essas estruturas de autoprodução, e estão liberando recursos financeiros para a construção de parques solares e eólicos”, enfatizou.

“A tendência, até pelo aumento do custo da energia nos próximos anos, é que a autoprodução de energia seja uma solução que a gente continue vendo com bastante aderência no mercado”, concluiu.

‘Nunca vi a autoprodução com tanto destaque’

Bernardo Marangon, especialista em mercados de energia elétrica e diretor da Exata Energia, comentou que a autoprodução é uma regulação que já existe ha bastante tempo. “A última foi em 2007 e, desde então, nunca tinha visto este segmento com tanto destaque”.

Isso acontece, segundo ele, pois no passado a expansão da geração era feita pelos leilões regulados e, como a demanda por energia das distribuidoras caiu bastante e a competição dos projetos renováveis cresceu, tais certames começaram a ficar com preços muito baixos.

“Aí, os desenvolvedores e os investidores de geração buscaram o mercado livre como uma solução para viabilizar os projetos e a autoprodução acabou se tornando um caminho interessante para o negócio”, explicou.

Além disso, o executivo ressaltou que a união entre o gerador, desenvolvedor do projeto e o consumidor de energia é interessante. “Por que? Para o gerador, como o consumidor terá um benefício de gerar a própria energia, eventualmente você consegue transacionar esta eletricidade a um preço mais alto do que o mercado”.

“E para o consumidor, se este aumento de preço não for superior ao benefício que ele tem na unidade que irá consumir a energia, ele continua tendo um preço mais competitivo”, acrescentou Marangon.

Com relação aos riscos, o diretor da Exata discorreu que o gerador tem o ponto comentado por Pedro Dante, que é um PPA de longo prazo. “Isto, dá mais previsibilidade em relação o fluxo de caixa”.

“E do lado do consumidor, é feita uma parceria com alguém que já conhece este segmento de geração de eletricidade. Então, ele não fica responsável pelo desenvolvimento, construção do projeto”, relatou.

Para finalizar, destacou que a autoprodução para o consumidor é super interessante pois, justamente, tem o PPA no longo prazo, tem o benefício de redução do custo da conexão. “E, normalmente, estes projetos são estruturados com renováveis”.

“Assim, acaba reduzindo as pegadas de carbono. Isto é bem positivo para a empresa, que acaba melhorando do ponto de vista da sustentabilidade”, concluiu.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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