A obrigatoriedade do AFCI (Arc Fault Circuit Interrupter) está gerando uma corrida entre fabricantes para adequação de inversores fotovoltaicos – que estão realizando análises detalhadas nos últimos meses e investindo em testes extensivos em laboratórios para atenderem os requisitos da Portaria 515/2023 do Inmetro.
A partir de 1º de dezembro de 2024, apenas os inversores que estejam em conformidade com a norma poderão ser fabricados ou importados no Brasil. No entanto, não foram estabelecidos prazos específicos para a comercialização dos equipamentos sem AFCI já existentes em estoque.
A corrida por conformidade não está se limitando apenas aos fabricantes, mas também envolve os distribuidores, que estão se mobilizando para se adaptar às novas exigências da legislação brasileira, buscando oferecer um portfólio diversificado e atualizado de inversores equipados com a tecnologia AFCI.
Entre as empresas está a Amara NZero Brasil, que afirmou que está acompanhando a evolução do mercado em busca de soluções robustas e seguras para o segmento fotovoltaico. “Com o AFCI não seria diferente. Desde que este tema entrou em pauta no Inmetro, também nos adequamos junto aos nossos parceiros para atender a exigência normativa com qualidade e suas devidas certificações”.
“Assim, todas as importações que estamos recebendo dos fabricantes Solis e Sungrow já estão 100% alinhadas com a respectiva portaria do Inmetro”, apontou Thiago Mingarelli, gerente técnico da Amara NZero Brasil.
A Aldo Solar, por meio de Jeferson Meneguite, coordenador de Produtos da companhia, destacou que no ano de 2024 todos os inversores comprados pela mesma atendem a Portaria 515, tanto on-grid quanto híbrido.
“Nosso principal desafio é ajustar os níveis de estoque de acordo com os prazos, e seguir dentro das normas como sempre tem sido feito. Vemos que no mercado interno a preocupação é maior por parte dos fabricantes do que pelos distribuidores, mas a Aldo está trabalhando junto com os fornecedores para que o cumprimento da norma seja seguido por todos”, ressaltou.
Entre os equipamentos comprados pela distribuidora com AFCI, conforme Meneguite, estão os híbridos da Deye de até 10 kW / 380 V, os da Growatt de até 30 kW / 220 V e os inversores GoodWe de até 250 kW / 800 V, por exemplo.
Já a Bluesun detalhou que trabalha, atualmente, com quatro marcas de inversores, como a Growatt, Sofar, Solis e Deye – que já estão se adequando para atenderem as exigências da Portaria.
“A Solis, por exemplo, já tinha alguns modelos com AFCI, assim como a Sofar e Deye. No caso da Growatt, inclusive, a linha X2 já está sendo produzida e vendida de acordo com a norma”, comentou Ricardo Mansour, sócio fundador da Bluesun.
“Estamos comprometidos em garantir que nosso portfólio esteja sempre alinhado com as regulamentações mais recentes, oferecendo aos nossos clientes segurança e inovação”, frisou Mansour.
Demais distribuidores
Com relação à Bold Energy, a companhia enfatizou que, desde a publicação da Portaria 515/23 pelo Inmetro, iniciaram um trabalho em conjunto com os fornecedores para garantir que os inversores estejam em conformidade com as novas exigências de proteção AFCI.
“Muitos de nossos produtos já possuem essa funcionalidade via software, e estamos avançando no processo de adaptação via hardware para atender plenamente às novas regras”, disse José Vitor Salm, diretor da Bold.
“Estamos cientes de que essa transição ainda levará algum tempo para que o mercado como um todo absorva o estoque existente de inversores. No entanto, acreditamos que, até 2024, uma boa parte dos equipamentos já estará adaptada às exigências de hardware condicionais pela Portaria”, relatou.
Segundo o executivo, é importante destacar que, embora a Portaria 515/23 exija a implementação de AFCI via hardware, muitos dos inversores que já possuem em estoque contam com uma funcionalidade de proteção por software. “Assim, os investidores que operam com AFCI via software continuam sendo uma solução eficaz até que a adaptação completa seja concluída”.
Referente a BayWa r.e., Jefferson Miranda, gerente comercial da distribuidora, afirmou que já receberam o primeiro lote de importação de inversores que atendem a nova normativa. “Temos ainda alguns itens em estoque sem o recurso, mas já estamos trabalhando em algumas campanhas para que sejam vendidos e instalados dentro do prazo permitido para adequação”.
Já a Serrana Solar relatou que está há alguns meses vendendo o estoque sem AFCI. “No nosso planejamento, até final de novembro, iremos concluir todas as vendas para que possamos vender com AFCI”.
“Por exemplo, uma das marcas que trabalhamos, a Solis, já estamos vendendo somente com AFCI, e a SAJ e Hypotench todo o material que foi embarcado da China, e que chega até o final de novembro, já vem com AFCI. Portanto, a partir de 1º de dezembro, estaremos tranquilamente com todos os modelos monofásicos atendendo as normas da Portaria 515/2023”, disse Rodrigo Furlan, diretor da Serrana.
Levi Santos Cidral Junior, engenheiro Eletricista da WEG, afirmou que, com a publicação da Portaria 515/2023 do Inmetro, que complementa a Portaria 140/2022 a qual inclui AFCI como exigência, estão plenamente preparados para atender às novas exigências regulamentares.
De acordo com o engenheiro, há anos a WEG vinha disponibilizando linhas de inversores fotovoltaicos com o recurso AFCI integrado por padrão. “Reconhecemos a importância dessa tecnologia para a segurança de sistemas fotovoltaicos, mesmo antes que se tornasse uma obrigatoriedade”.
“Agora, com a nova regulamentação entrando em vigor a partir de dezembro de 2024, estamos orgulhosos de informar que 100% dos nossos inversores de GD (geração distribuída) já estão equipados com AFCI”, concluiu.
Não perca nenhuma novidade do setor elétrico! Cadastre-se na nossa Comunidade clicando aqui e tenha acesso exclusivo ao nosso conteúdo!
Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: redacao@canalsolar.com.br.
Uma resposta
Parabéns pela reportagem Mateus. Estamos vivendo uma transição energética muito grande no Brasil e no mundo. Muitas pessoas ainda não entenderam o estrago que a poluição está fazendo no meio ambiente.
Buscar fontes renováveis é extremamente importante para o meio ambiente. Eu trabalho com projeto em Geração distribuída de créditos de energia solar. De 8% a 20% podendo chegar até 90% em economia para nosso cliente residencial e empresarial. Busco parceiros para expansão do projeto. Interessados chamar diretamente no watts 51984863327.