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Recursos do BNDES para projetos de H2V são insuficientes 

Valor disponibilizado é considerado baixo para financiamentos, avalia pesquisador do Laboratório de Hidrogênio da Unicamp 

Autor: 5 de julho de 2022Brasil
3 minutos de leitura
Recursos do BNDES para projetos de H2V são insuficientes 

H2V vem ganhando espaço e atraído investimentos para o Brasil. Foto: Envato Elements

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou na última sexta-feira (01) um programa de apoio a projetos pilotos de produção ou utilização de hidrogênio verde (H2V) no Brasil.

O valor máximo para o financiamento é de R$ 300 milhões e contará com recursos do Fundo Clima, destinado à cadeia de energias renováveis. O banco informou que também está aberto para financiar grandes usinas para exportação.

A nova linha de crédito será a primeira do BNDES a oferecer juros abaixo do mercado, por meio do modelo de TLP (Taxa de Longo Prazo) “careca”. Ou seja, sem remunerações adicionais, considerando os recursos do Fundo Clima, cuja taxa é de 1% a.a (ao ano).

Apesar da iniciativa, Ennio Peres da Silva, doutor em engenharia mecânica e coordenador e pesquisador do Laboratório de Hidrogênio da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), avalia que os recursos destinados são muito baixos para viabilizar qualquer iniciativa importante no país. 

“Com o recurso colocado à disposição (até R$ 300 milhões) dá para fazer muito pouco. O preço de um único eletrolisador, de até 100 kW, está na faixa de alguns milhões de reais. Não dá para pegar esse valor e fazer uma planta de hidrogênio, porque não será competitiva”, comentou. 

Segundo ele, o valor mínimo para começar a operar uma usina no país beira os bilhões de reais, sobretudo, por causa dos custos dos equipamentos e dos profissionais. “Se ainda fosse um projeto de demonstração, onde não se busca economicidade, tudo bem. No entanto, não é o caso”, comentou.

Hidrogênio Verde

Abundante na natureza, o hidrogênio é um elemento muito utilizado pela indústria como insumo para fertilizantes, produção de metanol e refino de petróleo, por exemplo. No entanto, como só é encontrado na combinação com outros elementos, para consegui-lo na forma pura, é preciso separá-lo. 

Historicamente, os processos de separação nunca envolveram o uso de energias renováveis e sim fontes poluentes. Os mais comuns sempre foram os hidrogênios: marrom (obtido pela gaseificação do carvão) e cinza (obtido a partir de gás natural, um combustível fóssil). 

Com o advento das fontes renováveis de energia uma nova maneira de realizar a separação começou a ser cada vez mais utilizada no mundo, que foi o hidrogênio verde, produzido a partir das energias solar e eólica, com zero emissão de gases de efeito estufa. 

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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