O número de sistemas fotovoltaicos instalados em propriedades rurais do estado do Paraná mais que quadruplicou desde o início do RenovaPR – programa estadual que permite com que produtores da região invistam em energias renováveis com juros reduzidos.
De acordo com dados da Copel (Companhia Paranaense de Energia), após o lançamento do programa em agosto de 2021, o número de propriedades rurais com geração própria de energia limpa deu um salto: passou de 5.558 conexões à rede para 22.790 em fevereiro de 2023.
Deste montante, a energia solar foi o principal componente desse crescimento, com 22.733 conexões de GD (geração distribuída) ou 99,75% do total. Somente em 2022, foram 11.865 sistemas, além de 2.561 em janeiro e fevereiro deste ano.
Segundo Liciany Ribeiro, coordenadora regional da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia solar tornou-se uma importante ferramenta para redução dos custos ao agricultor paranaense.
“A geração distribuída solar contribui fortemente para o desenvolvimento econômico, social, ambiental, estratégico, energético e elétrico da classe rural. Os resultados do programa RenovaPR provam que o produtor rural está cada vez mais ciente desses benefícios”, afirmou.
Atualmente, contando todas as instalações, o Paraná é o quarto estado com maior geração de energia solar do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Investimentos
Até fevereiro de 2023, os investimentos em energia renovável atraídos pelo RenovaPR somaram mais de R$ 300 milhões.
De acordo com o programa, em média, um investimento em um sistema solar de R$ 40 mil a R$ 50 mil pode reduzir uma conta de luz de R$ 5 mil para até R$ 68, a taxa mínima necessária.
A produtora de queijos Marlei Dias Borges, de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, instalou placas solares através do RenovaPR e conta que a diminuição da conta de luz permitiu novos investimentos em sua propriedade.
“Eu pagava cerca de R$ 700 a R$ 800 por mês de luz e com a pandemia minha produção diminuiu muito, o que me deixou com dívidas. Hoje, tenho o conforto de ter a energia com o preço mínimo e estou quitando o que devia com o apoio do Estado”, afirmou.
“Isso melhorou minha qualidade de vida e a qualidade do meu produto também, já que posso tirar o leite da vaca com a ordenhadeira, e não mais de forma manual. Ou seja, eu ganhei em todos os aspectos e ainda tenho um queijo melhor”, completou.