Saiba quais são os 10 setores que mais consomem energia no Brasil

Comércio varejista lidera lista, com um aumento de 9,9%, seguido por atacado e saúde
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Saiba quais são os 10 setores que mais consomem energia no Brasil
Setor de alimentação registrou o maior crescimento percentual em 2023. Foto: Freepik

No último Anuário Estatístico de Energia Elétrica, de 2024, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) apresentou uma análise detalhada dos dados energéticos brasileiros de 2023, destacando os setores que lideram o consumo de energia no país na classe de consumo Comercial.

Veja abaixo quais setores dominam a lista de maiores consumidores no ano de 2023 na classe de consumo Comercial e como eles impactam o mercado.

Consumo por Segmento classe Comercial
TOP 10: consumo por segmento na classe Comercial. Fonte: SIMPLES (EPE)

1. Comércio varejista

O comércio varejista liderou o consumo de energia no Brasil em 2023, com um crescimento de 9,9% em relação ao ano anterior. O setor, que engloba lojas, supermercados e shopping centers, teve um consumo de 26.671 GWh.

A iluminação constante, sistemas de ar-condicionado, vitrines digitais e equipamentos como freezers e geladeiras são os grandes responsáveis pelo consumo, garantindo o funcionamento adequado e uma experiência confortável para os consumidores.

2. Comércio por atacado

O setor de atacado registrou consumo de 9.326 GWh, um crescimento de 17,5%. Esse aumento está ligado à expansão de grandes centros de distribuição e depósitos.

Além da iluminação de grandes armazéns, o consumo é impulsionado por equipamentos de movimentação de cargas e sistemas de refrigeração, que garantem a conservação de produtos perecíveis e o armazenamento seguro de mercadorias.

3. Serviços para edifícios e atividades paisagísticas

Esse setor abrange serviços essenciais para a manutenção de prédios comerciais e residenciais, como limpeza, jardinagem, sistemas de ventilação e operação de elevadores. A energia elétrica é necessária para alimentar bombas de água, iluminação de áreas comuns e outros equipamentos utilizados nas atividades diárias.

Embora tenha sido o terceiro setor com maior consumo de energia em 2023, totalizando 6.811 GWh, esse valor representou uma diminuição de 8,3% em comparação com 2022.

4. Atividades de atenção à saúde humana

O setor de saúde apresentou um aumento expressivo de 19,3%, refletindo os investimentos em hospitais, clínicas e laboratórios, gerando um consumo total de 4.530 GWh.

Esses ambientes consomem muita energia devido ao uso constante de equipamentos médicos, sistemas de climatização e iluminação 24 horas por dia. Além disso, a ampliação dos serviços de saúde em resposta à crescente demanda populacional contribuiu para o aumento no consumo.

5. Telecomunicações

O consumo de energia nesse setor é essencial para operar torres de transmissão, data centers e a infraestrutura das redes de telefonia e internet, de forma ininterrupta.

A energia garante a conectividade em tempo integral, atendendo às demandas de serviços essenciais para a sociedade moderna. Com o aumento do uso da internet e dos serviços digitais, a necessidade de energia nesse setor tende a crescer cada vez mais.

Em 2023, foram consumidos 4.322 GWh, que representou um crescimento de 10%.

6. Alimentação

O setor de alimentação registrou o maior crescimento percentual em 2023, com alta de 25,3%. Restaurantes, padarias e lanchonetes consumiram 4.071 GWh de energia elétrica, principalmente para operar fornos, fogões elétricos, freezers e sistemas de refrigeração.

Ademais, a iluminação e os equipamentos de som e climatização utilizados para criar um ambiente acolhedor para os clientes também aumentam a demanda por energia.

7. Armazenamento e atividades auxiliares dos transportes

Com um aumento de 6,3%, o setor logístico se manteve em expansão, especialmente devido ao crescimento do comércio eletrônico. Armazéns, centros de distribuição e terminais de transporte exigem energia para movimentar equipamentos, sistemas de iluminação e refrigeração.

No total, foram 2.944 GWh consumidos para a logística e movimentação de mercadorias.

8. Atividades imobiliárias

O consumo de energia no setor imobiliário cresceu 7,9%, acompanhando o aquecimento do mercado de propriedades.

Além dos prédios em construção, os condomínios residenciais e comerciais utilizam muita energia para operar elevadores, iluminar áreas comuns e manter sistemas de segurança e climatização funcionando, o que levou ao uso de 2.802 GWh de energia elétrica.

9. Atividades de serviços financeiros

O setor de serviços financeiros, incluindo agências bancárias, escritórios e data centers, consumiu 2.737 GWh de energia elétrica, relacionado à operação de sistemas computacionais, iluminação e climatização, além da segurança dos dados e continuidade das operações digitais.

Apesar do alto consumo, o setor apresentou uma queda de 6,9%. Isso se deve, em grande parte, à digitalização dos serviços bancários, que reduziu o uso de agências físicas.

Agora, muitos processos que antes consumiam energia em prédios são realizados em ambientes digitais, como data centers, que têm consumo mais otimizado.

10. Outras atividades de serviços pessoais

Esse grupo, que inclui serviços como academias, salões de beleza e clínicas de estética, consumiu 2.628 GWh de energia elétrica. Equipamentos específicos, como esteiras ergométricas, secadores de cabelo e aparelhos de estética, são responsáveis pelo consumo de energia para garantir o atendimento e a satisfação dos clientes.

Entretanto, esse setor também registrou uma queda, que foi de 5,2%.

O especialista em energia, Alan Henn, CEO da Voltera, avalia que uma solução para os negócios que mais consomem energia é o mercado livre de energia, pois oferece mais flexibilidade e opções, permitindo a escolha do fornecedor que melhor se adapte às necessidades.

Com isso, é possível comparar preços e condições para encontrar as ofertas mais vantajosas, o que pode resultar em tarifas mais baixas. “Além disso, o mercado livre de energia oferece maior previsibilidade nos seus gastos, já que você pode optar por contratos com preços fixos ou variáveis. Isso torna o controle e o planejamento do orçamento muito mais fáceis a longo prazo”, explica.

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Foto de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

Uma resposta

  1. Prezados, vejam que as cargas responsáveis pelo aumento do consumo e de demanda são os aparelhos de climatização de ambientes, vide a expansão dos Data Centers, e iluminação mesmo com o desenvolvimento de alta tecnologia para esses segmentos. Mas uma vez reitero que a solução para o mercado livre não é a melhor e sim a implantação de geração fotovoltaica, cuja queda de preço está em progressão até geométrica. A TIR é excelente, sem competidor em produtos do mercado financeiro. É o poder financeiro que faz propaganda, exaustiva, nos meios de comunicação. É engana o consumidor.

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