Com o crescimento acelerado da geração distribuída no Brasil e a evolução das soluções tecnológicas no setor de energia, a Thopen Energy se destaca como uma das líderes dessa transformação.
Sob a liderança de Gustavo Ribeiro, CEO da Thopen e Pontal Energy, a empresa aposta em um modelo de energia mais inteligente e interconectado, que vai além da simples geração solar.
Em entrevista ao Canal Solar, Ribeiro compartilha a visão da empresa para o futuro da energia no Brasil, destacando a importância da gestão inteligente de ativos e da integração de novas tecnologias, como armazenamento de energia e mobilidade elétrica, para tornar a energia solar mais acessível e competitiva.
Como a Thopen enxerga o futuro da geração distribuída no Brasil nos próximos 5 a 10 anos, e qual o papel que ela pretende desempenhar nesse cenário?
Nos próximos anos, a geração distribuída entrará em fase de maturação, onde o diferencial real estará na inteligência de gestão, integração tecnológica e acesso a capital.
A Thopen está liderando essa transição, saindo do modelo tradicional de “usina solar conectada à rede” para um ecossistema descentralizado, digital e interconectado, com foco na gestão inteligente de ativos, armazenamento e consumo.
Quais barreiras a Thopen está ajudando a superar para tornar a energia solar mais acessível e competitiva para os consumidores e empresas?
Hoje, os maiores desafios não são mais técnicos, mas sim financeiros e operacionais. A Thopen tem trabalhado para simplificar a experiência do cliente, oferecendo energia limpa como um serviço, e não como um ativo físico.
Ao mesmo tempo, integramos escala e eficiência operacional via consolidação de players regionais e buscamos desburocratizar o acesso ao crédito, com foco em criar soluções que reduzam o custo percebido e o risco do consumidor, tornando a energia solar um produto competitivo e mais acessível para os clientes.
Como a inteligência energética aplicada pela Thopen pode transformar a gestão de energia no Brasil e quais inovações tecnológicas ou modelos de negócios a empresa destaca nesse processo?
Nosso diferencial está em usar inteligência energética para transformar dados em decisões e eficiência real. Com isso, conseguimos otimizar desde a escolha do ativo e o despacho de energia até o consumo final dos nossos clientes.
Estamos estruturando uma arquitetura digital que integra geração, consumo, armazenamento e comercialização — criando as bases para um ecossistema de energia distribuída e inteligente.
O objetivo é criar um modelo semelhante às bases para Virtual Power Plants (VPPs), que já é aplicada em países que lideram a transição energética, como Reino Unido, Austrália e Alemanha.
No Brasil, isso representa um salto de eficiência, dando possibilidade para que cada usina, bateria e consumidor se tornem parte de uma rede inteligente de energia, capaz de equilibrar oferta e demanda em tempo real, reduzir custos e aumentar a previsibilidade do sistema.
Gustavo, como você analisa o impacto social das aquisições realizadas pela Thopen na economia regional, principalmente no Paraná, e qual o papel da empresa na criação de empregos e fortalecimento de comunidades locais?
Cada aquisição que fazemos tem um impacto direto nas economias locais. No Paraná, por exemplo, além de manter empregos já existentes, estamos personalizando as operações e ampliando a cadeia de fornecedores regionais. Cada megawatt de energia instalado gera dezenas de empregos diretos e indiretos em engenharia, manutenção, atendimento e serviços.
Hoje contamos com um ecossistema de parceiros indireto de aproximadamente 20.000 pessoas em âmbito nacional e regionalmente buscamos promover ações de educação energética e inclusão econômica — permitindo que comunidades e pequenas empresas tenham acesso facilitado à energia limpa.
Além da geração distribuída, há interesse em explorar outras áreas, como armazenamento de energia ou soluções de mobilidade elétrica?
Sim, fortemente. Vemos o armazenamento de energia em baterias como o próximo grande vetor de valor para o setor elétrico, tanto para o sistema interligado quanto para projetos de geração distribuída. A Thopen quer estar na vanguarda dessa transição, conectando geração, armazenamento e consumo inteligente.
Também enxergamos um enorme potencial na mobilidade elétrica, especialmente em soluções integradas para frotas corporativas e no desenvolvimento de projetos de data centers sustentáveis e de alta densidade energética. Isso nos posiciona como hub de energia inteligente para o futuro do país.
Que tipo de parcerias a Thopen tem buscado com startups e empresas de tecnologia para aprimorar suas soluções e ampliar a escala de suas operações?
A Thopen tem buscado se conectar com o que há de mais avançado em tecnologia para energia, especialmente através de parcerias com startups de inteligência artificial e automação.
Nosso foco é trazer para o Brasil o mesmo nível de sofisticação que hoje impulsiona mercados mais maduros — integrando IA a modelos de previsão de geração, otimização de despacho, gestão de portfólio e relacionamento com o cliente. Isso reforça a nossa visão de que o futuro da energia é digital e orientado por dados.
A partir dessas colaborações, estamos construindo uma camada tecnológica proprietária, capaz de transformar dados de geração e consumo em decisões automáticas e preditivas.
Essa inteligência está no centro da nossa ambição de escalar a Thopen como uma empresa de soluções energéticas completas — combinando geração, armazenamento, comercialização e eficiência.
Existe algum modelo de negócio sustentável que a Thopen esteja implementando ou planejando implementar para garantir a viabilidade de seus projetos a longo prazo, como contratos de compra de energia ou sistemas de financiamento verde?
A Thopen é uma empresa de soluções energéticas completas, pronta para escalar. Nosso modelo já provou que é eficiente e financiável, o que se reflete no forte apoio que temos dos nossos investidores e acionistas.
Focamos em eficiência, previsibilidade e resultado usando tecnologia e inteligência de dados para garantir a viabilidade de longo prazo de cada projeto, além de seguir constantemente olhando para novas oportunidades no mercado que agregam valor ao negócio.
A Thopen está envolvida em iniciativas públicas ou parcerias com governos para expandir o uso da energia solar em áreas públicas ou comunidades carentes, e como o governo brasileiro pode apoiar ainda mais essa expansão?
O avanço da energia limpa no Brasil depende de colaboração entre o setor privado, investidores e o poder público. Estamos sempre abertos ao diálogo com governos e instituições para desenvolver soluções que ampliem o acesso à energia renovável e tornem o mercado mais eficiente e competitivo, contribuindo para o crescimento do setor de forma prática e sustentável — com investimentos, inovação e geração de valor para o país.
O Brasil já tem um ambiente muito favorável à energia solar, mas o setor precisa dar o próximo passo: atualizar o modelo de precificação da energia para refletir a nova realidade da matriz elétrica — mais distribuída, digital e dinâmica.
A adoção de sinais locacionais e temporais adequados pode incentivar investimentos em geração próxima ao consumo e melhorar a eficiência do sistema. Ao mesmo tempo, é fundamental avançar na regulação de novos agentes como agregadores e VPPs, que permitirão integrar geração, armazenamento e consumo de forma inteligente.
O país também está evoluindo com o leilão de baterias, um marco importante, mas ainda precisa definir incentivos corretos e previsibilidade de longo prazo para atrair capital privado em escala.
Outro passo essencial é acelerar a implantação de medidores inteligentes e o desenvolvimento do open energy, abrindo caminho para um mercado mais competitivo, transparente e centrado no consumidor.
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