Já imaginou uma UFF (usina solar flutuante) instalada a uma altitude de 1.810 metros acima do nível do mar? Isso já realidade. Entrou em operação nos Alpes, na Suíça, um projeto-piloto de eficiência energética com 1,4 mil painéis solares.
Implementada em um reservatório localizado no lago de Toules, a usina é apoiada sobre 36 estruturas flutuantes de alumínio e polietileno que estão ancoradas no fundo. A produção atual é superior a 800 mil kWh por ano.
Ao total, foram investidos 2,35 milhões de francos suíços. No local, as condições são extremas: vento, gelo, neve e temperaturas que variam de 25 graus negativos a 30 graus positivos.
Além desta, será construída na Suíça também uma usina solar na barragem de Muttsee – a mais alta da Europa, situada a 25 mil metros acima do nível do mar. As obras terão início em junho de 2021.
De acordo com a Axpo, empresa suíça responsável pelo projeto, a usina terá uma capacidade instalada de 2 MW e produção anual de eletricidade de 2,7 GWh.
Benefícios das usinas solares flutuantes
Os sistemas solares flutuantes apresentam algumas características que os colocam em vantagem com relação às usinas em terra. É o que afirmou o engenheiro José Teixeira, especialista em UFFs.
“A principal vantagem é que as UFFs tornam a operação do painel fotovoltaico mais fria, aumentando a eficiência na geração energética. Quando você eleva o sistema para cima d’água já tem o benefício enorme da refrigeração natural que isso proporciona”, explicou.
“A segunda vantagem é que eles proporcionam maior facilidade na limpeza dos módulos. Para uma instalação em terra, por exemplo, você tem que levar um caminhão pipa até o local, usar a água pra limpar o módulo e ainda ela é perdida porque se infiltra no solo. Inclusive, há uma consequência preocupante nessas usinas que é o crescimento de erva daninhas, que posteriormente precisam ser cortadas”, concluiu o engenheiro.