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‘Usinas solares flutuantes geram 25 empregos para cada MW instalado’

“Precisamos agora aplicar essa tecnologia em larga escala, e isso é o que estamos tentando fazer no Brasil”, disse Piauhylino Filho

Autor: 19 de outubro de 2020agosto 18th, 2021Brasil
4 minutos de leitura
‘Usinas solares flutuantes geram 25 empregos para cada MW instalado’

“As UFFs (usinas fotovoltaicas flutuantes) só trazem benefícios, como por exemplo, zero impacto ambiental, impacto positivo social de geração de emprego e na questão de eletricidade gerando energia limpa de forma adequada”. Esta é a análise do advogado Luiz Piauhylino Filho, sócio-presidente da Sunlution.

De acordo com ele, as UFFs geram 25 empregos diretos para cada MW instalado. “Precisamos agora aplicar essa tecnologia em larga escala, e isso é o que estamos tentando fazer no Brasil”, disse Piauhylino Filho.

O executivo comentou que as usinas solares flutuantes possuem inúmeras muitas vantagens. “Uma mesma solução que eu tenha, eventualmente, sobre à terra ou sobre um telhado, vai produzir menos energia do que um módulo que eu tenha sobre a água, pois a temperatura faz com que o painel produza mais eletricidade”, explicou.

“Tais plantas conseguem reduzir ainda, na área coberta, em até 70% a evaporação da água. Com isso, permite que o reservatório fique com mais água num período de seis meses a um ano”, ressaltou o especialista.

Segundo Piauhylino Filho, essa área coberta reduz o efeito da fotossíntese, reduzindo assim a proliferação de algas.

Usina solar flutuante de Sobradinho e Billings

Durante entrevista ao Canal Solar, o advogado comentou também sobre os projetos que a Sunlution está desenvolvendo na UFF (usina fotovoltaica flutuante) do reservatório de Sobradinho (BA) e a planta piloto no reservatório Billings (SP).

Com relação a UFF em Sobradinho, ele disse que a empresa implementou um projeto de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), em parceria com a Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), que teve como objetivo ver a aplicação da tecnologia solar flutuante em paralelo a uma hidrelétrica.

“Quando implementamos a primeira etapa de 1 MW, o reservatório estava apenas com 6% de nível de água. Hoje está com quase 90%. Nesse período de implantação, o reservatório teve uma variação de nível de mais de 11 metros”, enfatizou Piauhylino.

“Estamos iniciando agora a segunda etapa, onde vamos instalar uma usina de 1,5 MW acoplada a já existente de 1 MW. É um projeto importante para a Chesf, para o sistema Eletrobras e para o Brasil, pois mostra que é viável hibridizar as fontes, principalmente a hidrelétrica com a geração solar flutuante, que vai resolver aquele ponto que sempre os que criticam a solar e a eólica dizem na questão da intermitência. Porém, quando você hibridiza, você consegue resolver essa questão de geração de energia e potência”.

Já com relação à planta piloto instalada no reservatório Billings – construída com painéis solares da BYD – ele ressaltou que é um projeto pioneiro em São Paulo. “Foi um sucesso. Tanto é que permitiu que a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) estendesse esse projeto para uma escola comercial”.

A chamada pública que foi publicada agora em outubro mostra a intenção de aplicar essa tecnologia em larga escala, buscando que novos investidores proponham modelos de negócios para gerar energia solar flutuante no maior centro de cargas, que é São Paulo e sua região metropolitana”, disse Luiz Piauhylino, acrescentando que essa é uma tecnologia viável, correta e que produzirá eletricidade limpa nos grandes centros de consumo do Brasil.

Tempo recorde

O sócio-presidente da Sunlution destacou também que esse projeto-piloto, de 100 kW, foi instalado em tempo recorde. “Conseguimos construir em dois meses e meio. Estamos falando de quase 10.440 hectares de laminas d’água espalhadas em diversos municípios do estado de SP. Mostramos que conseguimos um projeto de eficiência muto acima do que esperávamos”.

“A Billings promete ser um local adequado para geração solar flutuante no estado. Claro que temos o desafio de escoar essa energia que vai ser produzida em escalas maiores. Porém, com certeza vamos identificar naquela região com as redes de distribuição e transmissão que possa receber essa energia que vai ser gerada em larga escala”, concluiu.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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