Durante painel no 3º Encontro Nacional de Energia Solar, o diretor de Solar, BESS e Building da WEG, Harry Neto, apresentou um case que ilustra uma dor crescente na indústria brasileira: a dificuldade de expandir produção quando a demanda contratada com a concessionária chega ao limite.
A empresa atendida pela WEG buscava aumentar sua operação, mas esbarrava em três fatores: instabilidade da rede, alto custo com diesel e impossibilidade de ampliar a demanda junto à distribuidora.
A alternativa foi construir um sistema próprio de geração — totalmente behind the meter (BTM) — combinando usina solar e baterias.
Segundo ele, casos como esse ainda passam despercebidos no setor, mas são recorrentes.
“Muitas vezes a indústria não aumenta a produção porque não consegue elevar a demanda contratada ou não quer conectar um novo sistema via GD3, arcando com tributos. Nesse caso, a solução foi manter tudo atrás do medidor: solar e armazenamento trabalhando de forma integrada”, destacou.
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No projeto apresentado, o cliente já operava no mercado livre, o que facilitou a adoção de um sistema isolado da rede no ponto de vista regulatório.
O objetivo era garantir autonomia energética, reduzir os gastos com diesel e criar condições para ampliar a linha produtiva. A solução WEG empregada foi o uso de energia solar e BESS com operação integrada. A empresa instalou:
- 3 MWp de geração solar, variáveis conforme a demanda;
- 2 MW / 5 MWh de BESS (baterias);
- Integração com gensets já existentes;
- Sistema completo de monitoramento e controle das fontes de energia;
- Implementação em modelo full EPC, conduzido pela WEG.
De acordo com Harry Neto, com a microgrid, a indústria passou a contar com energia adicional confiável, sem a necessidade de negociar expansão de demanda com a concessionária e sem custos associados ao modelo de GD3.
Harry destacou ainda que a demanda por soluções desse tipo cresce especialmente em indústrias intensivas em energia e em mineradoras, que muitas vezes operam longe dos centros de carga.
“Mineradoras, por exemplo, têm muitos casos semelhantes porque estão distantes das redes principais. O BESS, combinado com geração solar behind the meter, garante estabilidade, confiabilidade e permite expansão sem depender da distribuidora”, explicou.
Ele também ressaltou que este projeto reforça uma tendência observada pelo mercado: sistemas híbridos, que combinam solar, baterias e geração de backup, têm se consolidado como alternativa viável para empresas que precisam crescer, mas enfrentam barreiras de infraestrutura elétrica.
Ainda segundo ele, com a expansão do mercado livre, o avanço das baterias e a pressão por redução de custos operacionais, soluções de microgrid estão se tornando estratégicas para setores produtivos.
“Este case apresentado mostra como a combinação de autogeração e armazenamento pode destravar investimentos e garantir competitividade energética”, completou.
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