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13% dos investimentos em geração solar são feitos por produtores rurais

É possível ainda levar energia elétrica em regiões distantes da rede ou onde o fornecimento é instável e insuficiente

Autor: 13 de outubro de 2020outubro 28th, 2020Brasil
5 minutos de leitura
13% dos investimentos em geração solar são feitos por produtores rurais

“O agronegócio já é um dos setores mais importantes da economia brasileira na área de energia solar”. Esta é a análise de Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

De acordo com o executivo, 13,2% de todos os investimentos em geração solar fotovoltaica de pequeno porte são feitos por produtores rurais. Um investimento acumulado, desde 2012, de R$ 2,3 bilhões, que proporcionaram a criação de mais de 14 mil novos empregos nas regiões onde os sistemas foram instalados.

“O que trouxe também, do ponto de vista de arrecadação de tributos para o poder público, mais de R$ 600 milhões”, acrescentou Sauaia.

Segundo ele, são cerca de 21 mil sistemas fotovoltaicos operacionais atendendo mais de 30 mil produtores rurais com energia solar limpa, renovável e competitiva. “No total, são 488,5 MW em geração solar distribuída junto as propriedades rurais”, apontou.

Benefícios da energia solar no campo

Para o especialista, a energia solar traz inúmeros benefícios para produção rural e pode ser utilizada para várias finalidades. A mais comum é o bombeamento de água, utilizada para irrigação, dessedentação dos animais, na piscicultura, no resfriamento de processos produtivos e em outras atividades.

“A solar fotovoltaica, com a energia do sol, passa a poder produzir energia elétrica que vai ativar as bombas e fazer o bombeamento de água para o reservatório ou para usos em processos produtivos no campo”, disse Sauaia.

“Esse bombeamento, no passado, era feito com geradores a diesel. O problema é que o gerador a diesel é mais barato na hora de você comprar o equipamento no primeiro ano de vida, mas ele é mais caro ao longo da vida útil inteira do sistema por conta do custo com combustível, operação e manutenção, que são mais dispendiosas do que um sistema fotovoltaico”.

Portanto, de acordo com o CEO da ABSOLAR, os produtores rurais encontraram no bombeamento uma substituição para o que era feito com gerador a diesel, pois é mais competitivo, menos poluente e mais silencioso.

“É possível aproveitar ainda essa área do sistema solar, instalando o sistema a uma altura um pouco mais elevada do solo, para usos múltiplos com as atividades produtivas. Ou seja, pastagem de animais de pequeno ou médio porte, como ovelhas e aves, ou fazer o uso combinado de uma mesma área para a geração de energia elétrica e também para a produção, por exemplo, de hortaliças e outros produtos”, acrescentou.

Energia solar no campo segue expandindo

A fonte fotovoltaica, por gerar energia elétrica limpa, renovável e a preços acessíveis para os produtores rurais, tem expandindo para muitas outras funções além da questão de bombeamento de água e irrigação.

“Por exemplo, na iluminação de regiões da propriedade, da própria residência ou nos processos produtivos. Vale ressaltar que muitos produtores rurais precisam investir uma quantidade significativa de energia elétrica para os seus processos produtivos, seja, por exemplo, cuidando da temperatura do leite ou das granjas”, destacou Rodrigo Sauaia.

De acordo com o ele, a energia solar está sendo utilizada também no processo de dessalinização, especialmente na região do semi-árido brasileiro, onde a água é um recurso extremamente escasso. “ Com a solar você pode transformar aquele sol escaldante num processo de purificação da água salobra, utilizando-a e trazendo benefícios para a população da região ou pra atividades produtivas no campo”.

Além disso, há também outros usos como cercas elétricas, aeradores, sistemas de vigilância, monitoramento e telecomunicação. “Essas são algumas das aplicações mais comuns da solar para produtores rurais”, exemplificou o CEO da ABSOLAR.

O executivo ressaltou ainda que a fonte solar proporciona uma energia elétrica de mais qualidade, segurança e que traz mais autonomia no suprimento do produtor rural, permitindo o aproveitamento de áreas improdutivas, como telhados, fachadas, coberturas de edifícios ou estacionamentos e áreas degradadas de solo.

“É possível ainda levar energia elétrica em regiões distantes da rede ou onde o fornecimento é instável e insuficiente. E aumentar, com isso, a produtividade e os lucros dos produtores rurais utilizando essa tecnologia”, enfatizou.

Brasil é o 8º país que mais gerou empregos no setor solar

Pela primeira vez na história, o Brasil está entre os 10 países que mais geraram empregos no mundo dentro do mercado de energia solar fotovoltaica no ano de 2019. Os dados são do relatório recente da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), que indicou que o país alcançou a 8ª posição do ranking.  

A marca histórica, de mais de 43 mil empregos criados pelo setor fotovoltaico brasileiro no ano passado, ainda permitiu que o Brasil ficasse na frente de líderes do setor, como a Alemanha e o Reino Unido.

A pesquisa destacou também que o mercado de energia renovável gerou 11,5 milhões empregos no mundo em 2019 com presença da indústria solar fotovoltaica em 3,8 milhões dos postos de trabalho, representando um terço do total.

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Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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