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2º leilão de transmissão de 2023 termina com deságio médio de 40,85%

Chinesa State Grid é a grande vencedora do segundo leilão de transmissão Certame terminou com um
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Imagem: Freepik

O segundo leilão de transmissão de 2023, realizado nesta sexta-feira (15), na B3, em São Paulo, terminou com um deságio médio de 40,85% após licitar os três lotes programados, gerando uma economia de R$ 1,57 bilhão por ano para os consumidores de energia elétrica ao longo de 30 anos de concessão.

O destaque do certame foi a chinesa State Grid que, por meio da sua subsidiária State Grid Brazil Holding (SGBH), arrematou o Lote 1, com a oferta de RAP (Receita Anual Permitida) de R$ 1,93 bilhão, o que representou um deságio de 39,90% sobre o valor máximo.

O vice-presidente da SGBH, Ramon Haddad, disse que a empresa apresentou uma proposta responsável e possível, capaz de garantir a implantação e a operação do terceiro sistema de HVDC do Brasil.

Vale destacar que o Lote 1 tem investimento de R$ 18,1 bilhões, 83% do volume total que foi licitado. “Já estamos verificando tudo que existe no mercado para que a State Grid Brazil seja bem sucedida no funding dos projetos”, disse Haddad.

O cronograma de implantação do Lote 1 é de 72 meses, mas Haddad disse que a empresa trabalha com uma antecipação desse prazo, sem precisar a data.

Os chineses já têm pré-contratos com fornecedores e pretende trabalhar com uma solução mista, que combine as tecnologias nacional e chinesa. “Não teríamos como participar se não tivéssemos a certeza de que o projeto é viável tanto do ponto de vista técnico quanto econômico”, afirmou o executivo.

O Consórcio Olympus 16 (Alupar e Mercury Investment) ficou com o Lote 2 após ofertar uma RAP de R$ 239,5 milhões, deságio de 47,01%. A Celeo Redes levou o Lote 3 com a RAP de R$ 101,2 milhões, deságio de 42,39%.

Além dessas empresas, também participaram do certame Cymi Construções e Participações (que não apresentou nenhum lance), Eletronorte (que disputou os lotes 2 e 3) e o fundo de investimentos FIP Warehouse (lote 2).

O segundo leilão de transmissão licitou 4.471 mil quilômetros de linhas e 9.840 MW em capacidade de conversão nas subestações. No total, são esperados R$ 21,7 bilhões em novos investimentos e a geração de aproximadamente 37 mil empregos.

Os empreendimentos, distribuídos pelos estados de Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins, vão reforçar a infraestrutura elétrica para o escoamento da energia renovável do Nordeste para o Centro-Oeste e do Norte para o Nordeste.

O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou o resultado do leilão, reforçando a importância da regulação para dar segurança ao investidor. Segundo ele, cada R$ 1 investido em transmissão irá destravar entre R$ 3 e R$ 5 em investimentos em geração de energia limpa.

“Realizamos o primeiro leilão em junho deste ano e estamos fazendo este segundo. O próximo está previsto para março de 2024. Ao todo, estamos falando em R$56 bilhões de investimentos em segurança energética, emprego e renda para milhões de brasileiras e brasileiros”, destaca Silveira.

O diretor geral da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, disse que hoje era um dia para celebrar, pois houve a realização de mais um leilão com grande sucesso.

Ele destacou que no passado eram licitadas linhas em corrente contínua para escoar a energia de grandes hidrelétricas, mas hoje essa tecnologia será utilizada para distribuir a energia de dezenas de usinas eólicas e solares no Nordeste do Brasil.

Ricardo Tili, diretor da ANEEL, disse: “Conseguimos licitar todos os lotes com um deságio muito grande, com um desconto na tarifa do consumidor muito elevado”.

Os prazos de construção dos projetos variam de 60 e 72 meses de obras. O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Thiago Prado, disse que para o ano que vem estão programados mais dois leilões de transmissão, um em março e outro em setembro.

Leia também: ANEEL aprova minuta do edital do primeiro leilão de transmissão de 2024

Veja a seguir a composição de cada lote:

Lote 1

  • LT 500 kV Presidente Dutra – Graça Aranha C3, CS, com 18,2 km;
  • SE ±800 kVcc/500 kVca Graça Aranha;
  • SE ±800 kVcc/500 kVca Silvânia;
  • Trechos de LT 500 kV entre a SE Graça Aranha e o seccionamento da LT 500 kV Presidente Dutra – Teresina 2 C1, com 2 x 7,5 km;
  • Trechos de LT 500 kV entre a SE Graça Aranha e o seccionamento da LT 500 kV Presidente Dutra – Teresina 2 C2, com 2 x 6 km.
  • LT ±800 kVcc Graça Aranha – Silvânia, com 1.468 km
  • Compensação Síncrona 500 kV, 3x (-300/+300) Mvar, na SE Graça Aranha
  • Compensação Síncrona 500 kV, 3x (-300/+300) Mvar, na SE Silvânia
  • Investimento: 18,1 bilhões

Lote 2

  • LT 500 kV Silvânia – Nova Ponte 3, C1 e C2, CD, com 330 km;
  • LT 500 kV Nova Ponte 3 – Ribeirão Preto, C1 e C2, CD, com 221 km.
  • Investimento: 2,59 bilhões

Lote 3

  • LT 500 kV Marimbondo 2 – Campinas, C1, CS, com 388 km.
  • Investimento: 1,02 bilhão

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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