Metade dos brasileiros que querem ter energia solar são das classes C e D

Interesse na instalação de sistemas FV ocorre em razão das constantes altas no valor da conta de luz
Metade dos brasileiros que querem ter energia solar são das classes C e D
Foto: Elysia Energia Solar/Reprodução

Uma pesquisa feita pelo Banco BV revelou que sete em cada dez brasileiros já pensaram em instalar energia solar em suas residências, sendo que metade deles pertencem às classes econômicas C e D. 

O motivo para isso, segundo o estudo, ocorre em razão da constante alta nos valores na conta de luz – um gasto que poderia ser reduzido com a instalação de painéis fotovoltaicos, mesmo com a aplicação das novas regras de compensação trazidas pela Lei 14.300.

“A crise econômica do país impacta ainda mais a vida de ambas as classes (C e D) por terem um menor poder aquisitivo. No entanto, a conta de eletricidade ainda compromete uma parcela considerável da renda mensal das famílias brasileiras”, avaliou a pesquisa. 

De acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o aumento da conta de luz por conta da inflação tem um efeito direto na vida da população de baixa renda, que deixa de utilizar seus recursos para pagar cada vez mais caro pelo uso da energia elétrica. 

Pensando na diminuição de custos, esse público tem se interessado na instalação de painéis de energia fotovoltaica.

Segundo o Banco BV, a economia gerada pelos painéis solares é suficiente para compensar os investimentos de instalação e promover rentabilidade, já que o payback é compensado dentro de um prazo de três a cinco anos.

Para Marcelo Macri, CEO da Energy Brasil, diante do desafio econômico atual do Brasil, investir em energia renovável, em especial na solar, é a melhor alternativa.

‘’A energia fotovoltaica pode reduzir em até 95% a conta de luz, seja em imóveis residenciais, comerciais ou industriais. Além disso, garante 25 anos de produção de energia”, afirmou ele.

A situação observada pelo Banco BV é a mesma identificada também por outras pesquisas – o que apenas revela que o apoio de grande parte da população pela instalação de sistemas de energia solar em suas residências já é um desejo de longa data. 

Tecnologia ainda mais acessível

Segundo Ricardo Mello, especialista em gestão de negócios e ESG (Governança ambiental, social e corporativa, na tradução da sigla em inglês), espera-se que nos próximos anos mais brasileiros de diferentes condições econômicas tenham acesso à fonte solar.

Segundo ele, isso acontecerá não só pelo país possuir uma das contas de energia elétrica mais caras do planeta, mas, sim, porque os investimentos na fonte têm sido cada vez maiores – reduzindo o custo da tecnologia e fazendo-a ser mais acessível para públicos com menor poder aquisitivo.

“Na iniciativa privada já temos muitas iniciativas acontecendo, como pesquisas e novas empresas e franquias sendo criadas por todo o país (…) Há pouco tempo, a eficiência das células fotovoltaicas era em torno de 20%, sendo que hoje algumas já superam os 30%”, disse ele. 

“Por enquanto, é normal que os consumidores de classe média e de mais alta renda sejam os que mais instalam energia fotovoltaica em seus telhados. Contudo, o boom da energia solar ainda está por vir e, em pouco tempo, será cada vez mais normal vermos consumidores de renda mais baixa com painéis solares instalados em suas residências”, afirmou.

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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