PLD mínimo pode cair 9,3% em 2024, aponta consultoria

Cálculos levam em consideração a inflação dos EUA e a valorização do real em relação ao dólar
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Fonte: Freepik

Um estudo realizado pela Ampere Consultoria mostra que, nas atuais condições, o valor do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) mínimo poderia cair 9,3% em 2024, passando de R$ 69,04/MWh para R$ 62,63/MWh.

O PLD é utilizado na apuração financeira do MCP (Mercado de Curto Prazo) e serve de referência para contratos de compra e venda de energia elétrica no mercado livre.

Os cálculos levam em consideração a inflação dos Estados Unidos e a valorização do real em relação ao dólar. Isso porque o PLD mínimo é calculado com base na Tarifa de Otimização de Itaipu (TEO-Itaipu). Essa tarifa é definida considerando uma fórmula que envolve o custo de produção da energia entregue ao Brasil e a taxa média de câmbio.

Foram adotadas como premissas uma taxa média de câmbio de R$ 5,00 por dólar no ano de 2023 e que a inflação média dos EUA fique em 3,8% entre agosto de 2022 e julho de 2023 contra os 14,6% usados no cálculo do PLD mínimo deste ano.

Outra incerteza da simulação diz respeito ao volume de energia cedido pelo Paraguai. Nos cálculos, a Ampere considerou o mesmo percentual aplicado na definição do preço deste ano, de 37,14%.

O valor definitivo deve ser apresentado pela Enbpar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional) apenas em novembro e tem entre suas incógnitas o montante previsto de geração de energia de Itaipu no ano seguinte.

As renegociações sobre o tratado da usina de Itaipu também poderiam influenciar nos cálculos. No entanto, não são esperadas evoluções sobre este tema em tempo hábil para influenciar o PLD mínimo de 2024.

“A expectativa é que essa metodologia [de cálculo do PLDmin] seja alvo de discussões promovidas pela ANEEL ainda neste ano. Todavia, dados os impactos financeiros que poderiam incorrer aos agentes em decorrência da aplicação de uma mudança tão relevante no cenário atual, a expectativa é que eventuais modificações tenham efeitos apenas a partir de 2025”, avalia Guilherme Ramalho de Oliveira, consultor da Ampere.

Imagem de Wagner Freire
Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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