Para a maioria dos nossos leitores, dá para dividir a história do mercado em A.R. e D.R (antes da REN 482 e depois da REN 482). E quando a gente fala em A.R. sempre vem à mente a máxima dos nossos avós: “Meu neto, isso aqui era tudo mato!”. Mas o nascimento e a evolução desse nosso mercado data de antes mesmo do nascimento dos nossos avós.
Em 1905, Albert Einstein publica uma estudo sobre o efeito fotoelétrico e 3 anos depois, com esse estudo na mão e patrocinado pelo entusiasta e bilionário Andrew Carnegie, William Bailley inventa o primeiro coletor solar de cobre dentro de uma caixa selada (exatamente o mesmo design dos aquecedores solares de água que temos hoje).
A partir daí, vários cientistas se debruçaram sobre experimentos e teorias em como converter luz solar em energia elétrica pelos próximos 46 anos e nesse período foram inventados o cristal de silício, o sulfeto de cádmio e o diodo, até que em 1954, três cientistas inventam a primeira célula solar de silício, com uma eficiência de 4%.
Há uma curiosidade muito interessante aqui: esses três cientistas trabalhavam em um laboratório de inovação que pertencia a uma companhia telefônica. As companhias telefônicas, nessa época, estavam na vanguarda da inovação e tinham dinheiro de sobra (privado e estatal), para pesquisa e desenvolvimento.
O Bell Laboratories produziu nada menos do que 47 prêmios Nobel. Eu tive a oportunidade de ver essa célula fotovoltaica pessoalmente, pois a companhia em que trabalhei por anos, Alcatel-Lucent, era a dona do Bell Labs.
Depois da primeira célula, passaram-se quatro anos até que a eficiência dobrasse para 8% e nesse mesmo ano um satélite foi lançado com uma célula que fornecia menos de 1 W para alimentar seus rádios. A primeira instalação para fornecer energia para uma casa foi feita em um farol no Japão, fornecendo 242 W, em 1963. Em 1977 foi atingido o marco de 500 kWp fabricados e já em 1982 a primeira usina de 1 MWp era lançada na Califórnia. 1983 foi o ano em que a marca de 21 MW foi atingida.
O primeiro GWp chegou em 1999, com a eficiência da célula atingindo os patamares atuais de 20% e nos últimos 20 anos vimos todas as tecnologias marginais sendo trabalhadas para conseguir fazer cada vez mais captação de energia em áreas cada vez menores. Eu fico aqui tentando pensar em como as coisas vão evoluir daqui para frente. Será que dá pra gente fazer uma aposta?