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ABGD quer acelerar transição do diesel para renováveis na matriz elétrica da Amazônia Legal

Objetivo é gerar bons resultados para serem apresentados na COP 30, que será sediada em Belém, no Pará, em novembro de 2025

Autor: 8 de fevereiro de 2024Transição energética
3 minutos de leitura
ABGD quer acelerar transição do diesel para renováveis na matriz elétrica da Amazônia Legal

Imagem: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima / Adriano Gambarini

A ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída) vem articulando ações para acelerar a transição do uso do diesel para renováveis na matriz de geração de energia elétrica na Amazônia Legal, sobretudo com a intenção de apresentar resultados positivos durante a Conferência das Partes (COP 30), que será sediada em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025.

Segundo Aurélio Sousa, representante do Comitê de Projetos Especiais da ABGD, estima-se que em 2024 cerca de 1,6 bilhão de litros de diesel serão usados para fornecer eletricidade na Amazônia Legal, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão.

O Governo Federal lançou em agosto do ano passado o programa de descarbonização da Amazônia, destinando cerca de R$ 5 bilhões para conectar os sistemas isolados ao SIN (Sistema Interligado Nacional). A meta é reduzir em 70% a utilização dos combustíveis fósseis na matriz elétrica da região até 2030, substituindo a geração a diesel por fontes renováveis.

Souza disse que é uma tendência o aumento da participação das fontes renováveis na matriz energética dos sistemas isolados e remotos, sobretudo da energia solar, porém esse movimento conflita com os interesses econômicos de empresas que lucram com a geração de energia fóssil na região Norte do país.

Para este ano, as despesas para suportar as fontes fósseis devem chegar próximo de R$ 12 bilhões. Esse custo é financiado por meio de encargo cobrado na conta de luz de todos os consumidores brasileiros, chamado de CCC (Conta de Consumo de Combustíveis).

De acordo com Souza, existe 1 milhão de pessoas sem acesso à energia limpa moderna no Brasil, vivendo em comunidades isoladas e remotas, geralmente atendidas com pequenos geradores a diesel ou gás natural. “Acoplar a energia solar ao gerador a diesel reduziria em 30-40% o consumo de combustíveis fósseis na região”, disse o executivo.

Nesta quarta-feira (7), a ABGD reuniu jornalistas em São Paulo para apresentar a nova diretoria executiva da associação, composta pelo presidente Carlos Evangelista; o vice-presidente Carlos Felipe; a também vice-presidente Zilda Costa; e o diretor financeiro Rogério Duarte.

ABGD tem feito diversas ações na região Norte, desde a capacitação e treinamento de técnicos e consumidores de energia no âmbito do projeto “Road Show ABGD Huawei Solar”, a produção do “Guia de Mobilidade Elétrica Fluvial para Amazônia Legal” lançado em evento no ano passado, a participações em eventos técnicos e diversas ações de articulação com o poder público e privado, ONGs etc. para promoção de políticas públicas favoráveis para energia limpa e renovável.

Em 2025, a COP30 no Brasil representa uma oportunidade para a sociedade civil ter uma participação mais ativa, visto que acontecerá em uma região sensível do ecossistema da Amazônia Legal onde a atuação de organizações privadas sem fins lucrativos é bastante expressiva.

O evento encontrará uma Belém do Pará necessitando de grandes investimentos nos setores de infraestrutura, melhorias na logística terrestre e fluvial, mobilidade sustentável, construção, reforma e ampliação de meios de hospedagens, acesso à energia limpa e renovável, gestão de resíduos, inclusão social e desenvolvimento de uma bioeconomia circular, treinamento e formação de mão de obra, dentre outras ações.

Wagner Freire

Wagner Freire

Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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