A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou, nesta terça-feira (16), o primeiro projeto de armazenamento de energia em larga escala do sistema de transmissão brasileiro.
As baterias de lítio serão instaladas na subestação Registro (SP), da ISA CTEEP, em uma área de aproximadamente 4 mil m², com porte equivalente a cerca de 30 contêineres.
As mesmas terão 30 MW de potência – o que garante o atendimento da demanda máxima do Litoral Sul, de 400 MW, beneficiando em torno de dois milhões de pessoas.
De acordo com a empresa, a tecnologia vai atuar nos momentos de pico de consumo, como um reforço à rede elétrica, assegurando energia adicional por até duas horas, totalizando 60 MWh.
“O projeto é um marco histórico para o setor elétrico e servirá como um laboratório de inovação, promovendo debates sobre como inserir armazenamento de energia em baterias, sobretudo pela sua capacidade de resposta imediata e por sua elevada flexibilidade operativa, necessária à rede de transmissão”, disse Rui Chammas, diretor-presidente da ISA CTEEP.
O investimento autorizado pelo regulador é de cerca de R$ 146 milhões e a previsão de entrega da obra é novembro de 2022, a fim de atender à demanda do Verão a partir de 2022/2023. A RAP (Receita Anual Permitida) devido à implantação do empreendimento será de aproximadamente R$ 27 milhões.
“O armazenamento atua como back-up para manter o suprimento de energia elétrica em momentos de pico de consumo, colaborando para o menor acionamento das usinas térmicas. Com este projeto, reforçamos ainda mais o nosso propósito de gerar valor sustentável”, destacou.
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No caso do sistema da ISA CTEEP, há baixo impacto ambiental, pois evitará aplicação de soluções que necessitem de geração a diesel – seriam precisos 350 mil litros do combustível para um uso equivalente, afirmou a companhia.
Ademais, ressaltaram que, com as baterias, será evitada a emissão de 1.194 toneladas de gases de efeito estufa, em dois anos da tecnologia em operação, bem como a realização de obras em áreas de preservação ambiental, como o Parque Estadual da Serra do Mar. Ainda, até a implantação do sistema, há estimativa de serem gerados cerca de 400 empregos diretos.
5 respostas
Mateus parabéns pela importante matéria sobre armazenamento de energia.
27 milhões por ano para suprimento de 30MW por 2h no verão. Será que é a tecnologia q precisamos? Será que não podíamos flexibilizar a geração solar distribuída? Seria Quem pagará essa rap serão todos os lares brasileiros incluindo os que não se beneficiarão.
Mais que na hora de o país dar um passo a frente! É maravilhoso e espero que expanda rápido para todos os pontos do país até que a bateria
se torne barata e o consumidor comum use em seus pequenos sistemas solares, por que não? Se analisarmos essa situação, é mais
obrigação que inovação. O país precisa disso desde o governo FHC quando houve o apagão. Mas é maravilhoso, projeto interessante!
Sr Mateus Badra, não entendi suas notas com relação as potências. Potência tem uma definacão clara e energia outra. Entendo que toda a instalação totaliza uma potência instalada de 30 MW e se tem capacidade de trabalhar somente por duas horas poderá fornecer 60 MWh de energia. Onde entra a demanda máxima de 400 MW?.
Vai funcionar como apoio a rede elétrica. Então, se sobrecarregar a rede, ela vai atuar. Não é que os 30 MW vão suprir os 400 MW, será um auxiliar para caso dê um problema. Ou seja, os 400 MW quem vai atender a rede e os 30 MW irão dar suporte a rede.