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Apesar da pandemia, distribuidoras garantem entrega de produtos fotovoltaicos

Lei da oferta e procura na indústria fotovoltaica impactou na disponibilidade de equipamentos

Autor: 28 de outubro de 2020Brasil
5 minutos de leitura

A alta na demanda global e a baixa na oferta da indústria de módulos solares foram alguns dos fatores que ocasionaram no aumento do preço destes produtos no mês de setembro, conforme noticiado pelo Canal Solar no final de julho. Consequentemente, tais situações estão impactando na disponibilidade de produtos fotovoltaicos.

No entanto, apesar do momento desafiador que o setor está vivendo por conta da pandemia da Covid-19, os distribuidores buscaram alternativas para tentar driblar a falta ou o atraso de equipamentos para conseguir entregá-los.

A Genyx, por exemplo, mesmo em função do aumento de demanda global, quebra no ritmo de fabricação devido ao coronavírus e a baixa disponibilidade de transporte marítimo, conseguiu garantir um fluxo constante de entrega de materiais para os próximos meses, fruto de um planejamento e alinhamento com sua cadeia de fornecedores com uma antecedência de seis meses.

“Com essa antecedência, garantimos um espaço disputadíssimo nas linhas de fabricação que vêm trabalhando na capacidade máxima. Nossos equipamentos já estão em estoque, nos portos e em trânsito marítimo”, disse Bruno Reis, diretor comercial da Genyx.

A Bluesun Solar, mesmo em meio à pandemia, também manteve seu atendimento pontual. “Investimos em uma programação prévia mantendo as compras na China e acreditando na recuperação rápida do mercado. Com isso, conseguimos manter o estoque abastecido para atender nossos integradores e franqueados, pois percebemos que o mercado de distribuição diminuiu as compras, resultando nessa indisponibilidade de material”, comentou Roberto Caurim, CEO da Bluesun Solar do Brasil.

“Inclusive, seguindo esse pensamento, já estamos com uma programação para o Ano Novo Chinês que será em fevereiro de 2021, com o intuito de mantermos nossos estoques sempre abastecidos”, acrescentou Caurim.

Outra empresa que contornou os problemas para atender revendas e instaladores dentro dos prazos é a Aldo Solar. “Em relação à disponibilidade de equipamentos fotovoltaicos, informamos que a programação de estoques é feita com antecedência e que as entregas pelos parceiros de painéis solares como BYD, Trina e Jinko estão dentro da previsão”, ressaltou Aldo Teixeira, presidente da Aldo Solar.

“O que está atrapalhando as operações é a logística de entrega de equipamentos via rota marítima. Os armadores não vêm cumprindo as entregas e isso atrasa toda a programação. Como exemplo, podemos citar o caso de um navio vindo da China que simplesmente omitiu o porto de Paranaguá e seguiu para direto para o Uruguai. Só estamos recebendo esses painéis agora, dez dias depois”, apontou.

Apesar do problema logístico, a empresa comunicou que já foi confirmada pelos fabricantes a venda e a entrega de estoque até março de 2021.

Quem está trabalhando também com as principais marcas a pronta entrega e em estoque é a SBSolar. “Aqui, nos preparamos durante a fase mais pesada da pandemia para conseguir atender a demanda de produtos quando os clientes voltassem as compras. Acreditamos que no início do próximo ano algumas indústrias que foram pegas de surpresa normalizem as entregas”, relatou Marcelo Gaspar, gerente comercial da SBSolar.

Integradores relatam indisponibilidade de equipamentos

A integradora Alpha Energia solar, localizada em Olinda (PE), é uma das empresas que está enfrentando o problema de falta de materiais. Segundo o diretor Antônio Neto, desde o final de setembro eles estão sem receber os produtos que foram encomendados.

“Todos os pedidos estão com previsão de envio para 90 dias. A fornecedora está correndo atrás para amenizar a situação. Porém, tenho certeza que estão com essa dificuldade por conta da pandemia e devido à fábrica da GCL-Poly na China, uma dos maiores produtoras mundiais de polissílicio, ter pegado fogo”, comentou Neto.

Para a EOS Solar, localizada em Marau (RS), o cenário da falta de materiais também é uma realidade. “Não é grande, mas estamos passando por esse atraso. Os preços ainda subiram bastante por conta do dólar, o que acaba contribuindo por esse momento mais difícil”, disse Ricardo Rizzotto, proprietário da empresa.

“Estou com duas usinas solares, uma com cerca de 200 painéis e outra com 300. Fechei com estrutura metálica, mas quando fui comprar não tinha mais perfil U no mercado. Agora, estou começando a produção com blocos de concreto para tentar driblar essa falta de materiais no Brasil”, explicou.

Porém, de acordo com o executivo, mesmo com a falta de produtos em alguns fornecedores, o número de distribuidores aumentou. “De seis meses para cá, penso que dobrou. Recebo e-mails toda semana, por exemplo. Em abril, tivemos uma queda grande no faturamento, mas nos últimos meses o lucro vem subindo 20% ao mês”, relatou Rizzotto.

A última atualização da EOS Solar mostrou que em 2020 o faturamento já atingiu cerca de R$ 6 milhões, o que está representando um aumento significativo com relação ao valor total registrado no ano passado, que foi de aproximadamente R$ 5 milhões. Fazendo um comparativo com o ano de 2015, é possível observar um crescimento ainda maior. Na época, foram contabilizados cerca de R$ 150 mil em lucro.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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