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Aportes em eficiência energética somaram US$ 560 bilhões em 2022

Agência Internacional de Energia aponta que houve um aumento de 16% em relação a 2021

Autor: 8 de dezembro de 2022Indicadores
4 minutos de leitura
Aportes em eficiência energética somaram US$ 560 bilhões em 2022

Energia solar é alternativa frente ao combustível fóssil. Foto: Freepik

As ações de eficiência energética aceleraram globalmente em 2022, à medida que governos e consumidores se voltaram cada vez mais para medidas sustentáveis como parte de suas respostas a interrupções no fornecimento de combustível e preços recordes de energia, indicando um possível ponto de virada após vários anos de progresso lento.

É o que apontou o relatório Energy Efficiency 2022, da IEA (Agência Internacional de Energia). Segundo o estudo, os investimentos globais em eficiência energética – como reformas de edifícios, transporte público e infraestrutura para VEs (veículos elétricos) – chegaram a US$ 560 bilhões em 2022, um aumento de 16% em relação a 2021.

Dados preliminares indicam que neste ano a economia global usou energia 2% mais eficientemente do que em 2021, uma taxa de melhoria quase quatro vezes maior que nos últimos dois anos e quase o dobro da taxa dos últimos cinco anos.

Se a atual taxa de progresso puder ser desenvolvida ainda mais nos próximos anos, então 2022 poderá marcar um ponto de virada vital para a eficiência, que é uma das áreas-chave para os esforços internacionais para alcançar emissões líquidas zero até 2050.

A análise da Agência descobriu que, graças às ações de eficiência energética tomadas desde 2000, o total de contas de energia nos países da IEA em 2022 deve ser de US$ 680 bilhões a menos do que seria de outra forma – ou cerca de 15% de suas despesas totais de energia este ano.

De acordo com a pesquisa, a crise global de eletricidade, desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentou dramaticamente as preocupações com a segurança energética e o impacto inflacionário dos preços mais altos da energia nas economias e nos meios de subsistência das pessoas em todo o mundo. “O uso mais eficiente da energia é a primeira e melhor resposta”.

“Os choques do petróleo da década de 1970 levaram a uma pressão maciça dos governos sobre a eficiência energética, resultando em melhorias substanciais na eficiência de carros, eletrodomésticos e edifícios”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

“Em meio à crise energética de hoje, estamos vendo sinais de que a eficiência energética está novamente sendo priorizada. A mesma é essencial para lidar com a crise de hoje, com seu enorme potencial para ajudar a enfrentar os desafios de acessibilidade, segurança e mudança climática”, destacou.

Recuperação pós-pandemia

A IEA apontou ainda que a melhoria deste ano ocorreu depois que a Covid-19 levou a dois dos piores anos de todos os tempos para o progresso da eficiência energética global, com ganhos anuais caindo para cerca de 0,5% em 2020 e 2021.

O progresso da eficiência já havia desacelerado antes do início da pandemia, com a taxa global de melhoria caindo de 2% na primeira metade da última década para 1,3% na segunda metade.

“As melhorias precisam ter uma média de cerca de 4% ao ano nesta década para se alinhar com o Cenário Net Zero Emission by 2050 da IEA. Há sinais encorajadores de progresso. A eletrificação do transporte e aquecimento está acelerando, com um em cada oito carros vendidos globalmente agora elétricos”, exemplicficaram.

“Os códigos existentes estão sendo fortalecidos e novos estão sendo introduzidos nas economias emergentes e em desenvolvimento, enquanto uma onda crescente de campanhas de conscientização sobre economia de energia está ajudando milhões de cidadãos a gerenciar melhor seu uso de energia”, apontou o estudo.

Todos os governos do Sudeste Asiático, por exemplo, estão desenvolvendo políticas para resfriamento eficiente, vital para uma região com uma das taxas de crescimento mais rápidas na demanda de eletricidade.

Este ano, de acordo com o relatório, foi marcado por vários anúncios significativos de políticas e gastos que apontam para investimentos contínuos em eficiência e progresso nos próximos anos.

Isso inclui a Lei de Redução da Inflação nos Estados Unidos, o plano REPowerEU da União Europeia e o programa Green Transformation (GX) do Japão, que somam centenas de bilhões de dólares em gastos em edifícios, veículos e indústrias mais eficientes nos próximos anos.

No entanto, a entidade afirmou que esses pacotes – como grande parte do investimento em eficiência energética de forma mais ampla – estão concentrados em economias avançadas, e um investimento muito maior é necessário em economias emergentes e em desenvolvimento.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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