26 de abril de 2024
solar
No Brasil Hoje

Potencia GC SolarGC 13,4GW

No Brasil Hoje

Potencia GD SolarGD 28,7GW

Brasil terá mais de 34 GW de geração distribuída solar em 2031

Fonte fotovoltaica será responsável por 93% de toda a expansão da GD em dez anos, estima PDE 2031

Autor: 11 de abril de 2022Brasil
4 minutos de leitura
Brasil terá mais de 34 GW de geração distribuída solar em 2031

Sistema de energia solar em operação. Foto: Pixabay

O MME (Ministério de Minas e Energia) lançou oficialmente, nesta quinta-feira (07), o PDE 2031 – o Plano Decenal de Expansão de Energia, cujo principal objetivo é indicar quais são os planos e as perspectivas para o setor energético no Brasil no horizonte dos próximos dez anos (2022 a 2031). 

O principal tópico do documento, que conta com mais de 400 páginas, estima que o segmento de micro e minigeração distribuída alcançará a marca de 37 GW de potência instalada no Brasil em 2031, beneficiando, com isso, pouco mais de quatro milhões de unidades de geração.

O estudo elaborado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), com apoio e supervisão do MME, destaca ainda que a solar vai se manter como a principal fonte no segmento, respondendo por cerca de 93% de toda a expansão. Ou seja, pouco mais de 34 GW dos 37 GW previstos para toda a modalidade. 

Fonte: MME/PDE 2031

As simulações para os próximos dez anos consideraram ainda que o crescimento do uso de módulos bifaciais em projetos será uma tendência cada vez maior. “Em comparação com o PDE 2030, a fonte solar fotovoltaica teve o tempo de vida útil aumentado de 20 para 25 anos, levando em conta informações de projetos típicos desse tipo de tecnologia”, destaca o documento.

Geração distribuída 

A nova projeção apresentada pelo PDE 2031 para a GD representa um aumento de cerca de 20% em relação ao PDE 2030. Nesse cenário, o segmento, em conjunto com a autoprodução, representará 17% da matriz elétrica nacional, estimada em 275 GW ao final do horizonte decenal.

A EPE indica ainda que a micro e minigeração distribuída deverá contribuir com aproximadamente 7% da carga nacional. O documento também analisou a competividade de baterias atrás do medidor, assinalando que o custo desse equipamento ainda é elevado no Brasil, dificultando a sua entrada até o final de 2031. 

No entanto, a EPE ressaltou que uma queda de custos além do previsto pode alterar as projeções para essa tecnologia e pode haver ainda a inserção dessa tecnologia em função de outros fatores não econômicos, como a substituição da geração diesel em comércios.

Geração centralizada

De acordo com o plano nacional, o Brasil deverá registrar uma expansão de 5,8 GW em projetos de geração centralizada, sendo 3,1 GW em empreendimentos já contratados, e indicativo de 2,7 GW adicionais. Ao todo, a fonte representará cerca de 3,8% do total da matriz de energia elétrica em 2031.

A EPE aponta ainda que 83% da capacidade instalada de geração elétrica do país ao final do ciclo decenal será renovável, sendo as fontes eólica e solar responsáveis por 27,7% da expansão centralizada.

Hidrogênio, petróleo e usinas híbridas

O PDE 2031 projeta também que, diante do cenário de crescimento econômico estimado de 2,9% ao ano, serão necessários investimentos da ordem de mais de R$ 3,2 trilhões nos próximos dez anos, sendo R$ 2,7 trilhões relacionados a petróleo, gás natural e biocombustíveis, e quase R$ 530 bilhões a geração e transmissão de energia elétrica.

Fonte: PDE 2031/MME

Vale pontuar ainda que o novo PDE trouxe, pela primeira vez, um capítulo referente ao hidrogênio que, em escala mundial, é considerado como uma fonte com grande potencial para descarbonização da matriz energética.

“Outro aspecto importante sobre as fontes eólica e solar fotovoltaica é a possibilidade de ‘hibridização’, ou seja, a conexão conjunta de usinas fotovoltaicas e eólicas, discutida pela primeira vez no PDE 2027, bem como em outros trabalhos já publicados pela EPE nos últimos anos”, destaca o documento, na página 85. 

“Ademais, a recente regulamentação de usinas híbridas e associadas, por meio da Resolução Normativa ANEEL nº 954/2021, reforça a importância do tema. Para fins de modelagem, essas fontes são consideradas de forma individual nos estudos do Plano, o que não afeta o desenvolvimento de projetos “associados”, que poderão compartilhar física e contratualmente a infraestrutura de conexão e uso do sistema de transmissão”, ressalta o trecho.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

Comentar

*Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Canal Solar.
É proibida a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes e direitos de terceiros.
O Canal Solar reserva-se o direito de vetar comentários preconceituosos, ofensivos, inadequados ou incompatíveis com os assuntos abordados nesta matéria.