A Brasol, empresa com atuação estratégica em transição energética e participação da Siemens e BlackRock, anunciou a criação de uma nova divisão dedicada exclusivamente a soluções de BESS (Battery Energy Storage Systems). A iniciativa, que integra um plano de investimento de R$ 150 milhões até 2025, marca a entrada da companhia em um dos segmentos mais promissores do setor elétrico.
Voltada aos segmentos comercial, industrial e do agronegócio, a nova frente de negócios oferece uma alternativa que dispensa investimento inicial por parte dos clientes. Por meio do modelo “BESS as a Service”, a empresa assume os custos e riscos da instalação, operação e manutenção dos sistemas. Em troca, os clientes pagam uma mensalidade e podem reduzir em até 20% os gastos com energia elétrica.
“Nós assumimos o risco e os custos da instalação, operação e manutenção. Ele paga uma mensalidade e colhe os benefícios da economia e da segurança energética”, afirma Diogo Zaverucha, diretor da Unidade de Armazenamento de Energia da Brasol.
Mercado de armazenamento
Em um cenário onde muitas regiões ainda enfrentam infraestrutura elétrica precária ou inexistente, os sistemas de armazenamento de energia por baterias vêm se consolidando como uma alternativa sustentável e eficiente. No setor agropecuário, por exemplo, a tecnologia permite o funcionamento de sistemas de irrigação e processos produtivos sem a necessidade de geradores a diesel – solução tradicional, mas que acarreta altos custos operacionais e impactos ambientais.
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A adoção do BESS também tem se mostrado uma saída estratégica para consumidores que enfrentam limitações impostas pelas concessionárias de energia, como a dificuldade de ampliação de carga contratada ou a ausência de conexão com a rede elétrica convencional, caso de áreas off-grid
Entre os principais beneficiados estão também os clientes classificados no Grupo A, que sofrem com tarifas elevadas nos horários de ponta. Para esse público, as baterias oferecem uma vantagem econômica importante: permitem o carregamento em horários de energia mais barata e o uso nos momentos de maior custo, prática conhecida como arbitragem energética.
Além das aplicações rotineiras, os sistemas de armazenamento atuam como fonte de segurança energética. Em operações críticas, funcionam como backup em casos de queda no fornecimento da rede, evitando prejuízos e interrupções.
No setor industrial, a tecnologia ainda contribui para estabilizar a tensão e a frequência da energia fornecida, minimizando falhas em equipamentos sensíveis e melhorando a qualidade do serviço. “A cadeia de fornecimento já está pronta, os preços estão acessíveis e as empresas estão preparadas. Mas falta uma regulação que permita que o armazenamento seja usado como ativo da rede, com funções de suporte à transmissão e à distribuição”, diz Zaverucha.
A Brasol se posiciona para disputar o Leilão de Reserva de Capacidade, iniciativa do governo que busca reforçar a segurança do sistema nacional. Embora, inicialmente previsto para junho, tenha sido adiado, a empresa mantém sua estratégia de contribuir para uma matriz energética mais estável e limpa. “As baterias podem ser a chave para resolver desafios críticos da nossa infraestrutura elétrica, de forma rápida, escalável e sustentável. É um investimento no futuro do setor e na segurança energética do país”, conclui o diretor.
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