Caravana passará por 35 cidades e rodará 21 mil quilômetros rumo à COP 30

Iniciativa conecta trabalhadores, movimentos sociais e comunidades em ações sobre transição energética e trabalho digno
Caravana passará por 35 cidades e rodará 21 mil quilômetros rumo à COP 30
Foto: Freepik

A partir do dia 1º de maio, uma jornada especial vai tomar as estradas do Brasil: é a Caravana do Futuro, um projeto que aposta no poder do encontro, da escuta e da construção coletiva para debater a transição energética com um olhar humano e justo.

A iniciativa, criada pela Aurora Lab, partirá do Rio Grande do Sul com rumo ao Pará, com paradas em 35 cidades estratégicas das cinco regiões do país. Tudo isso somando mais de 21 mil quilômetros rodados até chegar à COP 30, em Belém.

E a ideia não é só andar por aí. Pelo caminho, a caravana irá promover diálogos públicos, atividades culturais e ações formativas, sempre buscando refletir como trabalho, clima e justiça social podem e devem caminhar juntos em tempos de crise climática.

O pontapé inicial acontece no Dia do Trabalhador, em parceria com sindicatos e movimentos sociais, em um ato na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre.

A data, que marca a valorização do trabalho, também carrega o peso simbólico da tragédia das chuvas no estado em 2024, que impactou mais de 2 milhões de pessoas. Um lembrete de que as mudanças climáticas já são parte da nossa realidade e exigem ação.

“Queremos provocar reflexões sobre o modo como temos nos relacionado com o meio ambiente a partir dos processos de geração de energia e de um elemento central na vida das pessoas: o trabalho”, afirma Gabriela Vuolo, diretora executiva do Aurora Lab.

Ela ressalta ainda que a caravana representa um chamado à transformação e à busca conjunta por caminhos viáveis.

“Essa travessia pelo país é um convite à mudança e à construção coletiva de caminhos possíveis para uma transição energética de fato justa, olhando para problemas históricos, mas também conhecendo experiências e propondo soluções coletivas de futuro”, disse.

Com paradas em cidades como São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e Brasília, a caravana quer entender os impactos da transição energética nos diferentes cantos do país.

Em cada local, os organizadores promovem os chamados “Diálogos sobre Trabalho e Clima”, reunindo trabalhadores, sindicatos e movimentos ambientais para pensar juntos o futuro do emprego em um mundo mais sustentável.

“Laboratórios do Futuro”

Outra proposta inovadora são os “Laboratórios do Futuro”. Serão encontros de troca de ideias entre trabalhadores de áreas como carvão, petróleo, transporte, agricultura e energia limpa, para juntos pensarem caminhos reais para uma transição energética.

No Rio de Janeiro, entra em cena um personagem especial: um caminhão elétrico que se transforma em palco para eventos da caravana.

O veículo, pioneiro no Brasil em percorrer uma distância tão longa com essa estrutura, será acompanhado por carros elétricos menores, que visitarão outras 25 cidades registrando história e propostas de quem está enfrentando de perto os efeitos da crise climática.

Unidas, as propostas desenvolvidas serão levadas até Brasília, com o objetivo de influenciar políticas públicas e compromissos do governo brasileiro.

O primeiro laboratório será realizado em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, um dos mais emblemáticos do país na luta por direitos trabalhistas.

Para Luz Gonzalez, diretora de redes e parcerias da Aurora Lab, discutir trabalho, clima e transição justa é essencial para aproximar questões estruturais da realidade da população.

“As pessoas estão preocupadas com a sua sobrevivência e a de sua família, e ignorar o tema do trabalho quando falamos sobre a crise climática nos faz ser apenas alarmistas. A discussão sobre transição justa precisa sair dos espaços específicos e se tornar transversal, cotidiana”, concluiu.

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Foto de Caique Amorim
Caique Amorim
Estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Tenho experiência na produção de matérias jornalísticas.

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