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Carport solar de 3 MWp é inaugurado em Sorocaba (SP)

Empreendimento tem estimativa de geração de 4,5 GWh por ano e abrigará 789 veículos

Autor: 16 de maio de 2023março 14th, 2024Projetos
5 minutos de leitura
Carport solar de 3 MWp é inaugurado em Sorocaba (SP)

A usina possui 4.589 módulos fotovoltaicos bifaciais de 655 W da Canadian e 10 inversores de 250 kW da Sungrow

Foi inaugurada nesta segunda-feira (15), em Sorocaba, no interior de São Paulo, uma das maiores usinas solares em formato de carport do Brasil. Com 3 MWp de potência instalada, a planta localizada no bairro Alto da Boa Vista, tem capacidade de gerar cerca de 4,5 GWh por ano.

Segundo a Viridian Ecoenergia, empresa responsável por projetar a estrutura, esta é maior usina solar em formato de carport em operação do Brasil.

A usina possui 4.589 módulos fotovoltaicos bifaciais de 655 W da Canadian e 10 inversores de 250 kW da Sungrow. Além disso, foram usadas stringbox da Proauto e dois transformadores de 1500 V.

Para a construção do empreendimento, foram investidos R$ 21 milhões pelo Banco de Olhos de Sorocaba, hospital oftalmológico do município. A usina é formada por 152 strings de 30 módulos e uma string com 29 painéis.

“É um grande projeto que foi concebido com o que há de mais moderno no setor. Tivemos pelo menos 50 profissionais envolvidos, desde engenheiros até a equipe de obras. A estrutura metálica utilizada é leve e, ao mesmo tempo, resistente, o que reduz os custos com materiais e garante a segurança. Já os módulos fotovoltaicos seguem padrões internacionais de qualidade”, explica Luiz Cláudio Rosa, diretor da Viridian Ecoenergia.

Segundo a empresa, o estacionamento possui uma área de 30 mil metros quadrados, sendo que 14 mil metros quadrados estão cobertos por painéis solares. O carport abriga 789 vagas, das quais, inicialmente, 37 vagas estarão preparadas para veículos elétricos.

Luiz explica que um dos diferenciais da instalação da usina foram as estruturas, que foram desenvolvidas especialmente para este projeto. Os painéis foram colocados em uma estrutura metálica em forma de colmeia, totalizando 56 toneladas de aço utilizadas no projeto.

Ainda de acordo com ele, as vagas têm um diferencial: são dispostas em vãos de 12,5 metros entre os pilares de concreto, o que traz muito mais conforto para os motoristas estacionarem. Além disso, o carport abrange parte da faixa de circulação de veículos, ampliando a área produtiva.

Com isso, a usina tem um ganho significativo de 30% a mais do uso do terreno, revertendo em produção de energia e mais economia.

“A usina tem potencial de economia que ultrapassa R$ 300 mil por mês. Considerando que os módulos fotovoltaicos têm durabilidade de até 30 anos, o investimento é muito vantajoso e pode gerar um retorno em economia superior a R$ 100 milhões ao longo do tempo”, diz Luiz.

Ele ainda destaca ainda a escolha de módulos bifaciais e de inversores strings, que foi motivada visando a longevidade e a segurança da instalação.

“Conseguimos cinco anos a mais de desempenho da usina por conta dos módulos serem bifaciais e sofrerem menor degradação. E por que a escolha de fazer com inversores strings? Foi uma questão de segurança. Eu não queria eletrônica na rua, apesar dos inversores serem robustos. Então, decidimos concentrar toda a parte de inteligência e eletrônica na cabine primária”, conta Luiz.

O projeto ainda conta com uma central de inteligência com dois andares e ampla visão do perímetro do estacionamento.

A estrutura abriga toda a parte eletrônica da usina, com ambiente climatizado para garantir a eficiência máxima dos inversores, equipamentos que têm a função de converter a energia produzida pelos módulos solares para o uso em aparelhos elétricos.

Segundo a Viridian, esse é um diferencial da usina em Sorocaba, pois, em geral, os inversores são instalados no campo, próximo das placas e expostos às variações climáticas.

“No nosso projeto, as placas solares são conectadas aos inversores por cabos que chegam a essa central de inteligência por meio subterrâneo. Os inversores são mantidos a 25° C, garantindo o máximo desempenho mesmo nos momentos de altíssima temperatura na área externa, onde teriam uma queda de até 20% na produção de energia. Com essa estrutura que criamos, esse impacto negativo é eliminado”, afirma Luiz.

Outro diferencial da central de inteligência é que ela foi projetada para permitir que a usina seja expandida em área e em capacidade de geração de energia.

“É uma usina na qual criamos o conceito de estacionamento para veículos com rodas, mas há a previsão de receber e guardar veículos elétricos de voo, além de abastecê-los no local, como se fosse uma ‘marina’ para os veículos do futuro”.

Recarga de veículos elétricos aéreos de pouso e decolagem verticais

A usina fotovoltaica de Sorocaba foi projetada pensando no futuro do transporte e, além de comportar pontos de recarga de veículos elétricos, a estrutura possui a capacidade de abastecer veículos de pouso e decolagem verticais, uma novidade do setor que deve entrar em uso no país em 2026.

A empresa responsável pelo desenvolvimento dos veículos eVTOLs no Brasil é a EVE Air Mobility, spin-off da Embraer e com sede nos Estados Unidos.

A empresa já vem comercializando uma quantidade grande destes veículos e também estimulando e auxiliando os stakeholders referente às necessidades de infraestrutura para suportar as operações de eVTOL

Durante a execução do projeto da usina de Sorocaba, as vagas foram projetadas para ficarem 12,5 m de distância umas das outras, e como a envergadura desses veículos elétricos aéreos é de 12 m, viabiliza a usina para atuar também no reabastecimento deste tipo de veículo.

Ericka Araújo

Ericka Araújo

Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

10 comentários

  • Olá Hilton! Novamente aqui o Luiz Cláudio Rosa, socio diretor da Viridian ECOenergia, empresa responsável pelo desenvolvimento e implantação do projeto do maior Carport do Brasil, objeto da matéria em discussão. Acreditamos que as respostas foram apresentadas aos Srs Marcos Rossi e Marcio Marins Corrêa. Desculpamo-nos pela demora em responde-los mas nos colocamos a disposição para o caso de eventuais novos esclarecimentos. Apenas esqueci de mencionar o que citou o Sr. Marcos sobre o que seria, na visão dele, um “delírio” a questão dos veículos de pouso e decolagem vertical (e-VTOL) também chamados de carros voadores. Por ocasião do centenário do Pai da Aviação, a EMBRAER, uma das três maiores fabricantes de aeronaves do mundo, anunciou que a sua fabrica desses “carros voadores ” será em Taubaté e que já estão trabalhando na ampliação daquela planta que começará a entregar seus veículos em 2026. Isso esta na Imprensa que divulgou matérias nas TVs abertas (Globo, SBT, Bandeirantes e Record) quando da concomitante inauguração da usina que poderá sim, por suas características construtivas únicas e exclusivas, receber além de carros elétricos, também e-VTOLs para serem recarregados sob a estrutura que desenvolvemos que possuem amplos espaços entre os pilares e capacidade de energizar todas as vagas do estacionamento. Especialistas nos EUA com os quais conversamos disseram que o que fizemos aqui se encaixa perfeitamente para resolver um dos problemas que eles vislumbram para a expansão desse novo modal de transportes. Eu adorava os Jetsons quando criança e a ultima coisa que eles lá projetavam e ainda não temos é o carro voador. Os fabricantes prometem para breve (já em 2024 alguns). O resto dos “delírios” antecipados nos anos 60 e 70 como Telemedicina, Videoconferência em celulares, Trabalho Remoto, Robôs fazendo atividades domésticas, tudo já existe. 2026 e o prazo da Embraer e lá saberemos se tratamos de fato ou de delírio.

  • Olá Marcio! O meu socio na VIRIDIAN, Paulo Cesar Costa, é engenheiro formado em 1986, portanto, há 36 anos e eu o conheço desde 1988 quando eu vim para a cidade e trabalhamos juntos na engenharia de desenvolvimento de produtos da SPLICE, uma indústria aqui na região de Sorocaba. Digo isso porque ele e um dos profissionais mais competentes com quem já trabalhei e olhe que tive muita ente boa nas minhas equipes, pessoas formadas nas melhores universidades do Brasil e do mundo. Ele já respondeu tecnicamente o que você acreditou ser impossível colocar 30 módulos por string. Estão lá os trinta (30) módulos por string. São módulos de 655W (ou seja, de tensão mais alta) o que coloca perto de 1.300V em cada par de fios das strings. Sabemos que isso não é comum, mas tanto é possível que o fabricante dos inversores visitou o projeto e mantem uma gravação no site eles no Youtube. Veja no link https://www.youtube.com/watch?v=7gs94aZmdTE.O projeto é muito diferente do tradicional e o desempenho da Usina nesses primeiros seis meses de operação é superior ao das predições feitas pelo PVSyst. Isso porque também não e comum usar ambientes climatizados para instalar inversores string que podem ser instalados no campo, junto com as placas solares. Porque fizemos assim? Para eliminar o “de-rating” (ou degradação de performance, numa tradução literal) por conta de temperatura. Isso acontece com qualquer equipamento eletrônico e com os inversores não e diferente. Instalar eles em local com piso elevado por onde os cabos e o ar frio do ar entram e fechar com vidros temperados não é a melhor decisão se o seu foco for apenas no CUSTO, mas se calcular quanto representa evitar uma degradação que pode chegar a 30% ou 40% dependendo da temperatura nos horários de maior calor POR TODOS OS DIAS DE CALOR AO LONGO DE TODOS OS TRINTA ANOS que é a expectativa de vida útil dos módulos bifaciais que usamos neste projeto, vai ver que o “payback” de toda a infraestrutura se paga em um ou dois meses. Meu socio e eu somos oriundos da área de pesquisa e desenvolvimento e acreditamos que sempre é possível se fazer as coisas melhor, não necessariamente mais caras. Mas mesmo quando mais caras, o importante e focar no resultado final, na entrega, no chamado LCOE. Aqui na Viridian todos temos muito orgulho do que desenvolvemos, projetamos, construímos e entregamos para os nossos clientes. Este e o projeto mais emblemático, mas o nossos valores são os mesmos aplicados para todas as instalações que fazemos desde 2011 quando começamos a empresa (ainda antes da resolução 482 de 2012). Como falei para o Marcos no comentário anterior, nos acreditamos que conhecimento só e importante quando compartilhado. Estamos a disposição para esclarecer duvidas ou se preferir, pode vir nos visitar em Sorocaba para um café.

  • Bom dia Marcos Rossi! Sou socia da Viridian Ecoeneergia e fui o responsável pelo desenvolvimento e pela implementação deste projeto. O projeto foi viabilizado pelo fato da Viridian ser indústria no regime fiscal de lucro real e contar com radar (licença de importação e exportação) ilimitado, o que nos permitiu adquirir diretamente dos fabricantes na China os materiais importados (módulos, inversores) e também diretamente na indústria local os demais insumos necessários para o projeto, tais como transformadores de Media Tensão, QGBTs, Proteções, Sistema de CFTV, cabos AC e DC, etc…). Tudo isso adquirimos diretamente de fabricantes. Se comprássemos de distribuidores para revender, como na maioria dos projetos menores, o “payback” realmente ficaria bem menos atraente para o nosso cliente. Provavelmente a sua base de calculo deve ter levado em conta a compra em distribuidores ou no mercado de varejo. Quanto a justificativa econômica as duas se complementam. O local fica em frente a um salão que recebe grandes eventos (3 a 4 mil pessoas) além de contar com vários empreendimentos residenciais nas redondezas. Estes são mercados óbvios. Mas além desses, nosso cliente mencionou que recebeu propostas de varias concessionarias para alugar vagas permanentes para estoque de veículos. Um mercado secundário bastante interessante para as 789 vagas cobertas. CLARO que também é uma usina que gera energia com altíssimo desempenho porque usa produtos de primeira linha, o que é o nosso padrão de trabalho. A estrutura foi projetada e desenvolvida exclusivamente para este projeto porque as soluções de carport disponíveis no mercado não atendiam aos nossos requisitos de conforto (espaçamento entre pilares de 5 vagas – 12,5m) e segurança (exigimos capacidade de carga de vento máxima). Por fim, fica aqui o convite para nos visitar em Sorocaba e ver o projeto. Muitas empresas integradoras foram visitar a usina conosco e sentimos prazer em compartilhar conhecimento e ampliar a capacidade técnica do setor como um todo. Abraços!

  • Prezado Marcio,
    Talvez por trabalhar com sistemas pequenos você desconheça inversores de maior porte, como o Sungrow SG250HX, que trabalham com tensão de string de 1500V, permitindo sim atingir strings com 30 módulos. É de se imaginar tambem que um projeto como esse, além de pessoal capacitado tecnicamente, tenha havido o envolvimento da própria Sungrow e o devido cuidado de se obedecer todas as especificações técnicas.

  • A maioria das matérias tem como transcrição um agente que é uma jornalista que, embora escreva com proriedade jornalística, está longe de ser um especialista , o que até consideremas normal quando é para os leigos no assunto. Mas, como o Canal Solar escreve para a maioria que trabalha com o segmento, exige que haja os cuidados técnicos pertinentes. As observações do Marcos Rossi merecem uma resposta de quem entende sobre assunto. Assim espero! Trabalho com o uso de carpot para carregamento de carros elétricos, claro, longe do porto do veiculado.

  • Concordo com o colega Marcos Rossi….”a estrutura custou mais que o sistema de geração”… essa usina poderia custar bem menos, …..((Faltou na matéria indicar quem vai consumir a energia e qual é o modelo de negócio))… perfeita colocação: eu me pergunto como dono de empresa de energia solar: Quem vai pagar? Porque pelos meus cálculos, custou no mínimo 2.000.000 reais acima do preço normal de mercado.
    A matéria fala em 30 módulos por string, impossível isso, isso não existe gente… tem muita coisa obscura na matéria, vcs precisam pesquisar o que realmente é e como foi estruturada e projeta a usina acima.

    • Prezado Marcio,
      Talvez por trabalhar com sistemas pequenos você desconheça inversores de maior porte, como o Sungrow SG250HX, que trabalham com tensão de string de 1500V, permitindo sim atingir strings com 30 módulos. É de se imaginar tambem que um projeto como esse, além de pessoal capacitado tecnicamente, tenha havido o envolvimento da própria Sungrow e o devido cuidado de se obedecer todas as especificações técnicas.

  • Valteir Camilo de Araújo disse:

    Oi, bom dia, gostaria de parabenizar a Éricka pela matéria e dizer que concordo em partes com os comentários do colega, porém acredito que foi um pouco ácido em algumas críticas e acabou errando no cálculo da quantidade de módulos versos strings, o que a meu ver os números estão corretos na matéria (152 x 30) + 29 = 4589. Toda crítica construtiva engrandece o trabalho realizado pelo profissional que às vezes no afan (ânsia) de fazer um bom trabalho acaba por não atentar a detalhes que podem ser muito importante.

  • Marcos Rossi disse:

    Parabéns pela reportagem. Cabem algumas observações:
    As pessoas não sabem construir usinas de baixo custo. Pelos meus cálculos, a estrutura custou mais que o sistema de geração. O playback desse projeto é inviável economicamente, cerca de 10 anos com incluindo o custo do capital e, o ambiental, é duvidoso. Isto não é uma usina e sim um estacionamento de carros cobertos por placas. O estacionamento justificou a usina, mas a usina não justificou o estacionamento, ou seja são coisas diferentes que acopladas dão um grande prejuízo. Faltou na matéria indicar quem vai consumir a energia e qual é o modelo de negócio. Essa história de aterrissar vertical é delírio, tanto no tempo quanto nos espaços reservados.
    Na matéria os termos em inglês deveriam ter um negrito e parênteses explicativos. Ainda, no texto onde aparece a palavra “sob uma estrutura”, acredito que seria “sobre uma estrutura”. O número de módulos, não bate com os números das strings.

  • Ericka, boa tarde. Parabens pela reportagem. Conseguiu resumir bem e com todos os detalhes importantes. E claro, parabéns à Viridian e ao BOS pelo empreendimento.

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