Um princípio de incêndio em uma usina de energia solar mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros no município de Bataguassu (MS), há cerca de 350 km de Campo Grande (MS), na tarde do último sábado (2).
Os bombeiros foram acionados após a central de monitoramento da planta fotovoltaica ter detectado indícios de fumaça no local. Os painéis e toda a estrutura da usina não foram danificados.
O caso ainda será investigado, mas a suspeita é que o princípio de incêndio tenha sido cometido de forma criminosa, segundo os bombeiros.
“Os proprietários da usina solar possuem várias câmeras de monitoramento e o responsável entrou em contato diretamente com nossa sala de rádio. Ele relatou que havia muita fumaça saindo da área. Foi então que deslocamos uma equipe rapidamente até o local”, informou o cabo Jonathan Paulo Pinto, do Corpo de Bombeiros de Bataguassu (MS).
O profissional conta que, ao chegarem na usina de energia solar, a corporação constatou que o fogo se concentrava na vegetação ao redor e embaixo dos painéis solares. A equipe precisou forçar o portão de entrada para ter acesso à área afetada.
O bombeiro destacou que a central de monitoramento teve uma importância grande na ajuda da ação dos bombeiros.
“O monitoramento também teve uma importância grande para nós. Além disso, o tempo estava bem fechado e cerca de 10 minutos após controlarmos o fogo, começou a chover forte. Foi uma ocorrência que poderia ter se agravado, mas ficou restrita à grama”, disse ele.
Importância das centrais de monitoramento
Jefferson Gonçalves, engenheiro da CS Consultoria, explica que a central de monitoramento é fundamental para garantir a precisão e agilidade das informações e a segurança de instalações fotovoltaicas, além de proteger os equipamentos e as pessoas durante a sua operação.
Ele explica ainda que existem dois modelos principais de centrais de monitoramento: o convencional e o inteligente As centrais convencionais utilizam alarmes tradicionais para proteger as instalações de forma manual.
Já as centrais inteligentes empregam equipamentos avançados, como câmeras com sensores termográficos e sistemas de análise de vídeo, conhecidos como VMS (Video Management System), que oferecem rapidez na comunicação e gestão das informações.
“Por exemplo, a inspeção técnica 19 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo exige que instalações de grande porte tenham uma resposta do sistema em até 30 segundos”, disse ele.
“As centrais convencionais geralmente não conseguem atender a essa velocidade exigida, sendo necessário um sistema de monitoramento mais avançado, com câmeras de alta tecnologia e redes de monitoramento de alta precisão na comunicação”, complementou Gonçalves.
O engenheiro da CS Consultoria explica que esse tipo de monitoramento também pode ser aplicado em usinas de geração centralizada, onde o perímetro é muito maior e a cobertura de câmeras precisa de alta eficiência.
“Além disso, há sistemas incorporados a componentes específicos, como transformadores de potência e inversores fotovoltaicos, formando um grande sistema de monitoramento para auxiliar na proteção dessas usinas de grande porte”, ressalta ele.
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