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Cientistas apontam estratégias para reciclagem de painéis solares

Além disso, os cientistas enfatizaram que os impactos ambientais e econômicos

Pesquisadores do NREL (Laboratório Nacional de Energia Renovável) conduziram o primeiro estudo global sobre as abordagens mais promissoras para gerenciamento de fim de vida útil de módulos solares.

De acordo com a pesquisa, os cientistas se concentraram na reciclagem de silício cristalino, material usado em mais de 90% dos sistemas fotovoltaicos instalados em uma forma muito pura.

“É preciso muito investimento para tornar o silício puro. Para um módulo, você pega essas células de silício, lacra-as em um pacote à prova de intempéries, onde elas tocam outros materiais, e espera de 20 a 30 anos. O tempo todo, a tecnologia esta melhorando. Como podemos então recuperar esse investimento em energia e material da melhor maneira para o meio ambiente?”, disse Timothy Silvermanm, co-autor da pesquisa.

Os autores descobriram que alguns países têm regulamentos de reciclagem de painéis solares em vigor, enquanto outros estão apenas começando a considerar soluções. Atualmente, somente uma instalação de reciclagem dedicada ao PV de silício cristalino existe no mundo, devido à quantidade limitada de resíduos que está sendo produzida.

Investimento em P&D

Analisando este cenário, os pesquisadores recomendaram P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) para reduzir custos de reciclagem e impactos ambientais, maximizando a recuperação de material.

Eles sugerem ainda focar em silício de alto valor ou wafers de silício intactos. O último foi apontado como alcançável, mas frequentemente quebram e provavelmente não atenderiam aos padrões exigentes de hoje para permitir a reutilização direta. Já para recuperar o silício de alto valor, os mesmos destacam a necessidade de P&D de processos de purificação.

Além disso, os cientistas enfatizaram que os impactos ambientais e econômicos das práticas de reciclagem devem ser explorados usando análises técnico-econômicas e avaliações do ciclo de vida.

“Devemos ser bons administradores desses materiais e desenvolver uma economia circular para módulos fotovoltaicos”, ressaltou Garvin Heath, cientista sênior da NREL especializado em ciência da sustentabilidade.

A pesquisa aponta que encontrar maneiras de evitar desperdícios é uma parte importante da equação, incluindo como fazer os painéis solares durarem mais, usar materiais com mais eficácia e produzir eletricidade com mais eficiência.

“Precisamos de pesquisa e desenvolvimento porque o acúmulo de resíduos vai se aproximar de nós. Muito parecido com o crescimento exponencial das instalações fotovoltaicas, ele parecerá se mover lentamente e então se acelerar rapidamente. Quando houver desperdício suficiente para abrir uma instalação dedicada a PV, precisamos já ter estudado o processo adequado”, concluiu Timothy Silvermanm.

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Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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