Como calcular o consumo de energia em kWh por mês? 

Entenda ainda o consumo cobrado na conta de luz e dicas de como sua casa ou empresa pode economizar
Como calcular o consumo de energia em kWh por mês
Saber como calcular o consumo de energia é uma prática fundamental. Imagem: Freepik

Segundo projeção da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o consumo de energia deve crescer 3,4% ao ano até 2034, alcançando 870 TWh (terawatt-hora).

Somente no mês de outubro de 2024, por exemplo, o Brasil consumiu 2,1% mais energia elétrica em relação ao mesmo mês do ano passado, conforme dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

O calor e a economia aquecida em boa parte dos setores influenciaram o aumento, que se concentrou no Sul, Sudeste, Norte e parte do Nordeste.

Não há dúvidas: a tendência é que a população consuma cada vez mais energia, principalmente em função das mudanças climáticas e das necessidades diárias em suas casas e empregos.

Diante desse cenário, é essencial saber como calcular o consumo de energia, afinal, é possível encontrarmos onde há mais gasto energético e como mudar isso. 

Quanto maior o desperdício de energia, maior é o preço que você e o meio ambiente pagam por ela. 

Ao usar a energia de maneira correta, você economiza na conta de luz e ainda ajuda o país a preservar as reservas ecológicas e, consequentemente, a vida do planeta. 

Mas, você sabe quanto de energia cada equipamento consome? Quer chegar no final do mês e não se deparar com um orçamento assustador? 

Este conteúdo irá te mostrar como calcular o consumo de energia em kWh, como o consumo é cobrado e dará dicas para você economizar na conta de luz. Confira!

Como calcular o consumo de energia em kWh por mês?

Saber como calcular o consumo de energia em kWh (quilowatt-hora) é fundamental na gestão energética, especialmente quando se trata de projetos de energia solar em residências e empresas. 

Esse cálculo é feito multiplicando-se a potência dos equipamentos (em kW) pelo tempo de uso (em horas), fornecendo uma medida precisa da energia consumida.

Por exemplo, um equipamento com potência de 3 kW usado por 4 horas consumiría 12 kWh (3 kW x 4 horas = 12 kWh). No entanto, dependendo do tamanho do imóvel e quantidade de equipamentos instalados, procurar etiquetas de dados técnicos, analisar a potência de cada um deles e interpretá-los pode ser trabalhoso. 

Confira, abaixo, o passo a passo, elaborado pela equipe de engenharia do Canal Solar, com dois métodos para calcular o consumo de energia em kWh – com o auxílio das tabelas de referência da Eletrobras/UNESP e CEMIG:

  1. Listar todos os equipamentos elétricos do local em análise, que pode ser sua casa ou comércio, por exemplo;
  2. De posse da lista de equipamentos, consultar as tabelas de referência da Eletrobras. Onde indica, para cada aparelho elétrico existente, na coluna de “consumo médio mensal”. Anotar os valores e seguir para o próximo passo; 
  3. Somar o consumo mensal de cada equipamento e analisar o resultado final, que é o consumo l do local analisado em kWh médio por mês.

Uma outra maneira de calcular, caso houver mais tempo para análise da sua fatura, é verificar sua característica de consumo com mais precisão. Para isso, é necessário verificar a quantidade de pessoas e tempo de utilização dos equipamentos:

  1. Na tabela de consulta, anotar a potência na coluna “potência média dos aparelhos” e estimar a quantidade de horas que cada aparelho ficará ligado por dia;
  2. Multiplicar a potência do equipamento pelo tempo que ele ficará ligado por dia, resultando no consumo diário de cada equipamento em kWh/dia;
  3. Multiplicar o consumo diário de cada equipamento pela quantidade de dias que eles serão utilizados por mês, resultando no consumo mensal de cada aparelho em kWh/mês;

Referências: 

Opção 1 (Eletrobras/UNESP)

Opção 2 (CEMIG) 

Como entender o consumo de energia cobrado na conta de luz?

Agora que entendemos como calcular o consumo de energia, vamos identificar como o consumo é cobrado. 

Iremos identificar os pontos mais importantes, desde a leitura do medidor até o funcionamento das bandeiras tarifárias, além de calcular o valor do kWh em reais da conta de luz.

Como funciona o medidor de energia elétrica?

O primeiro passo para saber como calcular o consumo de energia é realizar a leitura do medidor de eletricidade – geralmente instalado no quadro de distribuição, em muros (no caso de casas) ou outros locais que facilitem a visualização. 

Os medidores são dispositivos fundamentais nas instalações elétricas industriais, comerciais e residenciais, já que realizam a aferição da quantidade de energia consumida da rede de distribuição. 

Existem dois tipos: o eletromecânico e o eletrônico. No primeiro modelo, o aparelho possui um disco de metal que se movimenta toda vez que uma corrente elétrica passa pelas bobinas, gerando um campo magnético.

Ou seja, quanto maior a velocidade do disco, mais forte é o campo magnético identificado e, consequentemente, mais energia está sendo consumida. 

O modelo analógico foi popularizado como “relógio de luz” e ainda é bastante utilizado nas instalações de residências e edifícios comerciais. 

Em contrapartida, o medidor eletrônico é considerado mais eficiente do que o primeiro modelo por apresentar exatidão das informações sobre consumo. Outra vantagem do dispositivo é ser monitorado à distância (via modem e internet). 

De forma geral, os medidores de energia eletromecânicos funcionam a partir da indução eletromagnética, desencadeada quando a eletricidade está sendo utilizada na instalação e nos circuitos. 

Esse campo movimenta as engrenagens do dispositivo, fazendo com que os ponteiros se movam, possibilitando assim a mensuração do uso de eletricidade. 

No caso dos medidores eletrônicos, a base de funcionamento da medição é realizada por sensores associados e transdutores (conversores de sinais de parâmetro). 

Esses dispositivos registram a quantidade de corrente e potencial, por meio de sinais de entrada, que é multiplicada, obtendo-se a potência instantânea. Por último, esse resultado é integrado para obtenção da quantidade de energia consumida. 

Como funcionam as bandeiras tarifárias da conta de luz?

Outro ponto importante no texto sobre como calcular o consumo de energia é referente às Bandeiras Tarifárias, que é o sistema que sinaliza aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. Para tanto, as cores das Bandeiras (verde, amarela ou vermelha) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade.

O sistema, implantado em 2015, é uma forma diferente de apresentar um custo que já estava na conta de energia, mas que geralmente passava despercebido. 

Não existe, portanto, um novo custo, mas um sinal de preço que sinaliza para o consumidor o custo real da geração no momento em que ele está consumindo a energia, dando a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar.

Com as Bandeiras Tarifárias, a conta de luz fica mais transparente e o consumidor tem a melhor informação para usar a energia elétrica de forma mais consciente.

Como era antes das Bandeiras?

As variações que ocorriam nos custos de geração de energia, para mais ou para menos, eram repassados até um ano depois, no reajuste tarifário seguinte.

O que significa cada cor e quanto custa?

  • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
  • Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora consumido;
  • Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04463 para cada quilowatt-hora consumido;
  • Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora consumido.

A quem se aplica?

Todos os consumidores cativos das distribuidoras são faturados pelo Sistema de Bandeiras Tarifárias, com exceção daqueles localizados em sistemas isolados.

Como calcular o valor do kWh em reais da conta de luz?

Para calcular o valor em reais do consumo de energia em kWh na sua conta de energia, siga estes passos, elencados pelos engenheiros do Canal Solar.

  • Registre o valor do consumo mensal da sua fatura de energia elétrica;
  • Encontre na fatura de energia o valor da tarifa de energia elétrica (TE) e de distribuição (TUSD), já com a aplicação dos impostos de PIS/COFINS e ICMS. Esse valor é dado em R$/kWh; 
  • O preço a ser pago é a multiplicação do consumo de energia pela soma da TE + TUSD;
  • No caso de aplicação da bandeira tarifária (amarela, vermelha 1 ou 2), deve ser adicionado o respectivo custo da tarifa da bandeira aplicada no período de faturamento;  
  • Ao valor total, deve ser somado a taxa de iluminação pública (que pode variar entre diferentes regiões) e demais taxas aplicáveis à época do faturamento da fatura de energia;
  • Exemplo: um cliente residencial, com um total de 200 kWh em um mês, considerando uma tarifa (TE + TUSD) de 0,80 R$/kWh já com os impostos, terá um custo de 200 kWh x 0,80 R$/KWh = R$ 160,00. Se durante o mês inteiro ficou em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 1 e a tarifa aplicada for de 0,04463 R$/kWh, será adicionado o valor de 200 kWh x 0,04463 R$/kWh. Por fim, deve ser adicionado o valor das taxas adicionais aplicáveis, por exemplo, de iluminação pública.  

Verifique se há descontos ou acréscimos específicos na sua conta que podem alterar o valor final. A sua conta de energia elétrica deverá detalhar todos esses valores, o que facilita para que você faça o cálculo e entenda o total a ser pago.

Como economizar na conta de luz da casa ou da empresa? Confira dicas!

Discorremos sobre como calcular o consumo de energia e agora confira dicas de como economizar na conta de luz na sua casa ou empresa. 

  1. Quando os equipamentos não estão bem conservados, eles costumam consumir mais. Por isso, não esqueça de manter a manutenção deles em dia;
  2. Durante tempestades, tire os eletrodomésticos e eletroeletrônicos da tomada para evitar que sejam danificados por descargas elétricas;
  3. Evite ligar vários aparelhos na mesma tomada para evitar curto-circuitos;
  4. Apague as luzes, desligue o ar-condicionado e a TV quando não tiver ninguém no cômodo;
  5. Evite “gambiarras” e use sempre os fios adequados para cada tipo de instalação. O ideal é que os serviços elétricos sejam feitos sempre por um profissional capacitado;
  6. Use um aparelho economizador de energia na tomada de geladeiras, freezers e máquinas de lavar para determinar quanto de cada um deles vai consumir para se manter funcionando.

Outra maneira de economizar energia e reduzir o valor da conta de luz está na utilização de energia renovável alternativa, como a solar. Buscar soluções sustentáveis, além da economia para o consumidor, traz benefícios para o meio ambiente, como a redução de impactos e a descarbonização.

Por que a energia solar é uma solução mais sustentável?

A energia fotovoltaica é uma fonte energética limpa e renovável, de fácil instalação e manutenção, além de ser acessível a qualquer consumidor de energia e possuir uma vida útil elevada, de pelo menos 25 anos.

Segundo o DOE (Departamento de Energia dos Estados Unidos), a solar é a melhor fonte do mundo no quesito sustentabilidade, uma vez que emite 98% menos CO2 do que as energias provenientes de combustíveis fósseis.

No Brasil, mais de 47,8 milhões de toneladas de carbono foram eliminadas com a instalação de usinas solares desde 2012, conforme mapeamento da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

Quer instalar energia solar na sua casa ou empresa? Encontre as melhores empresas de energia solar e reduza sua conta de luz mensal!

Conclusão

Destacamos ao longo do texto sobre como calcular o consumo de energia, e sabemos que ao adotar estratégias de economia de energia e considerar a transição para a energia solar, as residências e empresas podem não só reduzir custos, mas também alinhar suas operações com práticas ambientalmente responsáveis.  

Para se ter uma ideia da força da solar, os investimentos globais em energia fotovoltaica devem ultrapassar a marca de US$ 500 bilhões em 2024 – o mesmo que R$ 2,6 trilhões – segundo relatório publicado pela IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês).

Assim como aconteceu em 2023, a entidade espera que a solar atraia mais aportes que todas as demais fontes energéticas neste ano, superando os investimentos em combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, e do que em energias limpas, como eólica, nuclear e hídrica.

Picture of Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias do Canal Solar no seu E-mail

Relacionados

Receba as últimas notícias

Assine nosso boletim informativo semanal

capa-da-revista-canal-solar-edicao-especial-intersolar-2021
capa-edicao-7
capa-revista-canal-solar-3