Saber como calcular a quantidade de placas solares é o primeiro passo para quem deseja transformar o consumo de energia elétrica em uma fonte mais econômica e sustentável.
Embora o processo envolva fatores técnicos como consumo médio, irradiação solar da sua região e eficiência dos equipamentos, ele pode ser simplificado com dados que você já tem em mãos, como a fatura da conta de luz.
Ao longo deste artigo, você vai descobrir, por exemplo, que a mesma casa pode precisar de 8 ou 12 placas solares dependendo apenas da cidade onde está localizada.
Entenda como esses fatores influenciam diretamente o dimensionamento do sistema e aprenda a fazer um cálculo confiável para tomar sua decisão com segurança!
Como calcular a quantidade de placas solares?
Para dimensionar corretamente um sistema fotovoltaico, é preciso entender três fatores: o quanto você consome, quanto sol sua região recebe e qual a capacidade de geração dos módulos escolhidos.
O processo é técnico, mas pode ser simplificado com dados básicos e contas diretas. Entenda melhor nos tópicos a seguir:
Conheça seu consumo médio
O ponto de partida para qualquer projeto solar é conhecer o quanto você consome de energia elétrica em média por mês.
Esse dado está disponível na fatura da conta de luz, geralmente no campo “consumo dos últimos 12 meses”.
O ideal é fazer uma média dos últimos 6 a 12 meses para considerar variações sazonais (como o uso de ar-condicionado no verão ou aquecedores no inverno). Isso garante que o sistema seja dimensionado com margem adequada.
Por exemplo, e os consumos dos últimos seis meses foram: 480, 510, 470, 530, 490 e 500 kWh, então a média mensal será:
(480 + 510 + 470 + 530 + 490 + 500) ÷ 6 = 496,6 kWh
Essa média é o consumo que o sistema deverá compensar mensalmente.
Estime o consumo por dia
Como os sistemas fotovoltaicos geram energia diariamente, o consumo mensal médio deve ser convertido em consumo diário. Para isso, basta dividir o valor por 30 usando a fórmula:
Consumo diário (kWh/dia) = Consumo mensal (kWh) ÷ 30
Voltando aos números do exemplo prático que estamos trabalhando, teríamos que:
496,6 kWh ÷ 30 ≈ 16,55 kWh/dia
Esse valor servirá de base para definir a potência necessária do sistema.
Verifique a irradiação e eficiência
Para saber quanta energia um sistema solar pode gerar, é essencial considerar a irradiação solar da sua região, ou seja, a quantidade de sol disponível por dia.
Por exemplo, em uma cidade como Goiânia, a média diária de irradiação solar é de cerca de 5,0 kWh/m²/dia, um valor bastante favorável.
Mas nem toda essa energia vira eletricidade. Parte se perde no processo, seja por sujeira nas placas, aquecimento, cabos ou no próprio inversor. Por isso, costuma-se aplicar um fator de eficiência de cerca de 85% em sistemas bem instalados. Fazendo a conta:
5,0 × 0,85 = 4,25 kWh/dia por kWp instalado
Ou seja, cada 1 kWp de placas solares instaladas em Goiânia gera, em média, 4,25 kWh de energia por dia. Esse número é muito importante, pois será usado no próximo passo para calcular a potência total do sistema.
Determine o número de placas
Agora, na etapa final, com a potência total do sistema definida, basta calcular quantas placas solares serão necessárias. Para isso, divide-se a potência total pela potência de cada módulo. Aqui está a fórmula para isso:
Número de placas = Potência do sistema (W) ÷ Potência de cada placa (W)
Voltando ao nosso exemplo, vimos que a residência consome, em média, 16,55 kWh por dia e sabemos que, em Goiânia, cada 1 kWp instalado gera cerca de 4,25 kWh por dia. Com isso, podemos calcular a potência necessária do sistema:
Potência do sistema (kWp) = Consumo diário ÷ Geração por kWp
Potência = 16,55 ÷ 4,25 ≈ 3,89 kWp
Agora, para saber quantas placas solares serão necessárias, vamos precisar considerar módulos com potência de 410 W (ou 0,410 kWp), que são bastante comuns no mercado residencial.
Número de placas = Potência do Sistema ÷ Potência de Cada Módulo
Número de placas = 3.890 W ÷ 410 W ≈ 9,5 placas
Como não é possível instalar “meia placa”, o ideal é arredondar para cima. Portanto, serão necessárias 10 placas solares de 410W para atender ao consumo médio mensal dessa residência, com base nas condições climáticas de Goiânia.
Esse cálculo é uma estimativa e pode variar dependendo da inclinação do telhado, possíveis sombreamentos e outras particularidades do projeto.
Mas, com dados simples e alguns passos, é possível ter uma ideia clara do que esperar ao investir em energia solar.
A quantidade de placas solares necessária muda de acordo com as regiões?
Sim, e essa é uma das variáveis mais relevantes no dimensionamento. O Brasil possui uma ampla diversidade climática, e a irradiação solar muda consideravelmente entre regiões.
Por isso, um mesmo consumo energético pode exigir menos placas no Nordeste e mais placas no Sul, por exemplo.
A seguir, veja como a irradiação influencia diretamente na quantidade de placas em cada região do país:
Região Nordeste
Com irradiação média entre 5,5 a 6,5 kWh/m²/dia, o Nordeste apresenta o melhor potencial solar do país. Estados como Piauí, Bahia, Ceará e Pernambuco lideram rankings de geração fotovoltaica.
Isso significa que sistemas instalados na região demandam menos placas para gerar a mesma energia, tornando os projetos mais enxutos e economicamente viáveis.
Região Norte
Apesar da proximidade com a linha do Equador, a Região Norte possui grande influência de chuvas, nebulosidade e umidade elevada. A irradiação média varia de 4,5 a 5,5 kWh/m²/dia, dependendo do estado.
A geração é boa, mas as flutuações climáticas devem ser consideradas, especialmente na época de chuvas. O uso de sistemas com monitoramento e manutenção preventiva é altamente recomendado.
Região Centro-Oeste
Com irradiação média de 5,2 a 6,0 kWh/m²/dia, o Centro-Oeste é um dos melhores locais para geração solar. A baixa densidade urbana e grandes áreas disponíveis facilitam instalações de todos os portes.
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul possuem alto potencial, com ótima consistência anual de radiação solar.
Região Sudeste
A irradiação média nesta região varia entre 4,5 e 5,5 kWh/m²/dia. Estados como Minas Gerais se destacam por oferecer excelente radiação, com boa estabilidade ao longo do ano.
Já áreas urbanas densas, como São Paulo e Rio de Janeiro, podem ter maior sombreamento, exigindo cuidados extras no projeto, como microinversores ou otimizadores.
Região Sul
É a região com menor irradiação solar do país, variando entre 3,8 e 5,0 kWh/m²/dia, especialmente durante o inverno.
O número de placas para gerar a mesma quantidade de energia tende a ser mais elevado, o que pode aumentar o custo inicial do sistema.
Contudo, ainda é possível obter ótimos resultados com um projeto bem dimensionado, considerando orientação correta das placas e tecnologias que maximizem a produção.
O tipo de telhado influência no cálculo?
Sim, o tipo de telhado tem impacto direto tanto no dimensionamento quanto na viabilidade da instalação de um sistema solar.
A inclinação, orientação, material e área útil disponível são fatores essenciais que podem aumentar ou reduzir a eficiência do sistema.
O ideal é que os módulos solares estejam voltados para o norte (no hemisfério sul), com uma inclinação que se aproxime da latitude do local.
Essa combinação otimiza a captação da irradiação solar ao longo do ano. Telhados voltados para leste ou oeste também são viáveis, mas podem demandar um número maior de placas para compensar perdas.
Elementos como caixas d’água, chaminés, árvores e prédios vizinhos podem causar sombras e impactar significativamente a geração de energia ao longo do dia.
Um bom projeto identifica essas obstruções e, se necessário, adota soluções como microinversores ou otimizadores.
Além disso, Telhados de cerâmica, metálicos ou fibrocimento são comuns no Brasil, e cada um exige métodos específicos de fixação.
Em alguns casos, reforços estruturais são necessários para garantir a segurança e a durabilidade da instalação.
Telhados com áreas pequenas, fragmentadas ou mal orientadas podem limitar o número de placas e influenciar diretamente o cálculo da geração.
Por isso, o levantamento das características do telhado é uma etapa técnica fundamental, que deve ser feita com equipamentos de medição e softwares de simulação.
Qual profissional deve realizar essa avaliação?
O dimensionamento correto e a instalação segura de um sistema fotovoltaico exigem conhecimentos técnicos específicos.
O ideal é que a avaliação seja conduzida por um engenheiro eletricista ou técnico especializado em sistemas fotovoltaicos, preferencialmente com certificação reconhecida. Esse profissional irá:
- Analisar o histórico de consumo e estimar o perfil energético do cliente;
- Realizar uma visita técnica, avaliando telhado, estrutura e possíveis sombreamentos;
- Projetar o sistema com base na irradiação local, eficiência dos equipamentos e normas da concessionária;
- Utilizar softwares de simulação para prever a geração anual e retorno financeiro do investimento;
- Emitir ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), quando necessário, garantindo respaldo técnico e legal.
Empresas integradoras sérias contam com esse perfil de profissional em sua equipe e oferecem suporte completo, desde o projeto até a homologação junto à distribuidora de energia.
Contar com esse suporte técnico é a melhor forma de evitar sub dimensionamentos, falhas ou problemas futuros.
Vale a pena ter placas solares?
Sim, na maioria dos casos, investir em energia solar fotovoltaica é uma decisão financeiramente vantajosa e ambientalmente responsável.
O retorno sobre o investimento (ROI) costuma ocorrer entre 4 e 7 anos, com sistemas que têm vida útil média de 25 anos ou mais. Entre as principais vantagens, destacam-se:
- Redução significativa da conta de luz, podendo chegar a 95%;
- Valorização do imóvel, pois imóveis com energia solar são mais atrativos no mercado;
- Baixo custo de manutenção os módulos exigem apenas limpeza periódica e inspeções básicas;
- Sustentabilidade, pois energia solar é limpa, silenciosa e reduz emissões de CO₂;
- Independência energética, isto é, menos exposição a aumentos nas tarifas da concessionária.
Mesmo em regiões com menor irradiação, a energia solar continua sendo uma alternativa sólida, especialmente com os constantes aumentos na conta de luz e os incentivos à geração distribuída.
Por que contar com o Canal Solar?
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Conclusão
Calcular a quantidade de placas solares envolve mais do que apenas dividir o consumo mensal pela potência das placas. É uma análise que considera condições locais, eficiência do sistema e até o tipo de instalação.
Ao entender esses fatores, você garante um sistema bem dimensionado, capaz de atender sua demanda com economia e sustentabilidade. Seja para uso residencial, comercial ou rural, a energia solar é uma alternativa viável e cada vez mais acessível.
E lembre-se: contar com orientação técnica qualificada faz toda a diferença na eficiência e durabilidade do seu investimento solar.
Uma resposta
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