Você instalou o sistema fotovoltaico, a conta de luz chegou: e agora? Muitos consumidores se deparam com o mesmo desafio: como entender a conta de luz com energia solar?
As linhas mudam, aparecem termos como “energia injetada” e “saldo acumulado”, e o valor final nem sempre é o que o aplicativo mostra.
Saber como entender a nova fatura depois da energia solar é fundamental para acompanhar o desempenho do seu sistema e confirmar se os créditos estão sendo aplicados corretamente.
A boa notícia é que essa leitura é mais simples do que parece.
Neste artigo, você vai aprender:
- O que muda na fatura depois da instalação do sistema fotovoltaico;
- Quais são as principais linhas e o que cada termo significa;
- Como calcular sua fatura solar na prática;
- Quais cuidados tomar para evitar erros e interpretações equivocadas.
Com esse conhecimento, você vai conseguir analisar a sua fatura de forma segura e entender, de fato, de onde vem a economia gerada pela energia solar.
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Importância de entender a conta de luz com energia solar
Entender a conta de luz com energia solar é importante para acompanhar o desempenho do sistema fotovoltaico e verificar se a compensação de créditos está sendo feita corretamente pela distribuidora.
Com a análise da fatura, o consumidor consegue identificar quanto da energia consumida veio da rede e quanto foi compensado pela geração própria. Esse controle, por sua vez, evita surpresas, erros de medição e cobranças indevidas.
A leitura adequada da fatura permite também avaliar o retorno financeiro do investimento. A partir dela, é possível verificar o impacto real da geração solar sobre o consumo mensal e comparar os resultados com a projeção inicial feita no momento da instalação.
Por fim, o acompanhamento da fatura ajuda a detectar variações no consumo, identificar períodos de menor geração e compreender como as regras do sistema de compensação de energia afetam o valor final pago.
O que muda na fatura depois da instalação do sistema fotovoltaico?

Logo após a instalação do sistema fotovoltaico, o consumidor já começa a perceber a economia na conta de luz.
Isso acontece porque o sistema passa a gerar boa parte da energia necessária para o imóvel, reduzindo o uso da eletricidade fornecida pela distribuidora.
Além da redução no valor da fatura, a conta passa a apresentar créditos de energia. Toda a energia solar gerada e não consumida é registrada por um medidor eletrônico bidirecional, que mede tanto a energia retirada da rede quanto a injetada.
Esses créditos aparecem na fatura seguinte e são abatidos automaticamente do total a pagar. Dependendo do tamanho e do desempenho do sistema instalado, a economia pode se aproximar de 100% do custo com energia elétrica.
A conta, no entanto, nunca zera completamente. Isso acontece porque há tributos e taxas obrigatórias cobradas pela distribuidora.
Uma delas é o custo de disponibilidade, definido pela Resolução Normativa nº 414/2010 da ANEEL, que varia conforme o tipo de ligação elétrica:
- 30 kWh para unidades monofásicas;
- 50 kWh para bifásicas;
- 100 kWh para trifásicas.
O valor final da fatura, portanto, reflete o saldo entre o que foi consumido e o que foi compensado, considerando os créditos acumulados e os custos fixos obrigatórios.
Exemplo de fatura de energia elétrica antes e depois da instalação de energia solar
A seguir, apresentamos uma fatura real de energia elétrica após a instalação de um sistema fotovoltaico. Os créditos de energia gerados pelo sistema estão destacados em vermelho.

A fatura mostra três informações principais para quem usa energia solar:
- Energia injetada: o sistema enviou 201 kWh para a rede. Essa é a energia que vira crédito.
- Consumo compensado: os mesmos 201 kWh foram usados para abater o consumo do mês, reduzindo a cobrança.
- Saldo acumulado (em vermelho): o consumidor ainda possui 3.018,61 kWh em créditos disponíveis para os próximos meses.
Mesmo com a compensação total, a fatura ainda exibe tributos como ICMS, PIS e COFINS, além de itens obrigatórios previstos pela distribuidora. O gráfico lateral ajuda a visualizar mês a mês quanto foi consumido da rede e quanto foi injetado pelo sistema.
Esse exemplo mostra como os créditos solares reduzem o valor final da conta e como o saldo acumulado funciona como um “banco de energia” para períodos de menor geração.
Leia também: Oito em cada 10 brasileiros têm dificuldade para entender a conta de luz, aponta pesquisa
Linhas comuns na fatura de energia solar: o que cada termo significa
Após a instalação do sistema fotovoltaico, a conta de luz passa a exibir novas informações que ajudam a acompanhar o desempenho da geração e o uso dos créditos de energia. As linhas mais comuns são:
- Energia ativa consumida;
- Energia injetada;
- Saldo mensurado e saldo acumulado;
- Custo de disponibilidade;
- Outras tarifas e impostos.
A seguir, veja o que cada uma delas significa e como interpretar os valores na sua fatura.
Energia ativa consumida
A linha de energia ativa consumida mostra quanta eletricidade foi utilizada da rede elétrica durante o mês, medida em quilowatt-hora (kWh).
Mesmo com um sistema solar em operação, ainda há momentos em que a unidade consome energia da distribuidora, como à noite ou em dias nublados.
Então, se a residência consome 250 kWh no mês e o sistema gera 200 kWh, por exemplo, a diferença de 50 kWh é registrada como energia ativa consumida da rede.
Energia injetada (créditos de energia)
A linha de energia injetada indica a quantidade de energia excedente que o sistema gerou e enviou de volta para a rede elétrica.
Esse excedente é transformado em créditos que ficam disponíveis por até 60 meses, conforme as resoluções da ANEEL.
Por exemplo, se a geração do mês for de 300 kWh e o consumo de 250 kWh, os 50 kWh restantes aparecem como energia injetada e serão usados como desconto em meses seguintes.
Saldo mensurado e saldo acumulado
O saldo mensurado é o resultado do mês, enquanto o saldo acumulado mostra o total de créditos ainda disponíveis para compensação. Ou seja: essas linhas indicam o balanço de créditos de energia.
Por exemplo, se o consumidor tinha 100 kWh de créditos e o sistema gerou mais 20 kWh de sobra, o saldo acumulado passa a ser de 120 kWh.
Custo de disponibilidade (taxa mínima)
Mesmo gerando toda a energia necessária, o consumidor solar paga uma taxa mínima para continuar conectado à rede elétrica, como vimos anteriormente.
Essa cobrança garante que a distribuidora mantenha o fornecimento nos momentos em que não há geração solar suficiente.
Outras tarifas e impostos relevantes
A fatura também inclui tributos e encargos obrigatórios que continuam sendo cobrados após a instalação do sistema solar. Entre eles estão:
- ICMS, que incide sobre o consumo e tem isenção parcial em alguns estados;
- PIS e COFINS, contribuições federais calculadas sobre o valor da energia consumida;
- Contribuição para Iluminação Pública (CIP), cobrada pelas prefeituras para manter a iluminação das vias públicas.
- TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição), que remunera a distribuidora pelo uso da rede elétrica. Mesmo consumidores que geram sua própria energia continuam utilizando a infraestrutura da concessionária para injetar e compensar a energia solar produzida.
Por falar em TUSD, a cobrança desse tributo também passou a seguir as regras do Marco Legal da Geração Distribuída (Lei nº 14.300/2022), que iniciou um período de transição em 2023.
Em 2025, muitos consumidores conectados após essa data já estão dentro do novo modelo de compensação, no qual parte da tarifa de uso da rede é cobrada proporcionalmente.
Mudando de assunto, que tal ver na prática como um sistema solar pode continuar operando mesmo durante quedas de energia?
Assista ao vídeo abaixo e conheça o projeto de um sistema híbrido instalado em uma residência no interior de São Paulo, capaz de manter o fornecimento elétrico mesmo em períodos de apagão.
Como calcular sua fatura solar?
Depois da instalação do sistema fotovoltaico, a conta de luz passa a considerar três elementos principais: a energia consumida da rede, os créditos gerados pela energia solar e as taxas fixas cobradas pela distribuidora.
De forma simples, o cálculo pode ser representado pela fórmula:
- Valor da conta = (Energia consumida – Créditos de energia) × Tarifa + Custo de disponibilidade + Impostos
Essa equação mostra o quanto o consumidor paga após a compensação dos créditos de energia e a aplicação das tarifas mínimas obrigatórias.
Para entender na prática, imagine uma residência que consome 350 kWh em um mês, mas gera 300 kWh com o sistema solar. Considerando uma tarifa de R$ 0,75 por kWh e um custo de disponibilidade de R$ 35, o cálculo seria:
- (350 – 300) × 0,75 + 35 = R$ 72,50.
Nesse caso, o consumidor pagaria apenas pela diferença de 50 kWh mais a taxa mínima.
Agora, se essa mesma residência gerasse 300 kWh e consumisse apenas 250 kWh, o excedente de 50 kWh seria convertido em crédito para o próximo mês. Assim, a fatura ficaria em R$ 35, valor referente apenas ao custo de disponibilidade.
Cuidados e armadilhas comuns ao interpretar sua conta

Mesmo com um sistema solar bem dimensionado, muitos consumidores se confundem ao analisar a fatura de energia. Alguns dos erros mais frequentes são:
- Confundir geração com compensação de créditos: a energia gerada pelo sistema não é abatida automaticamente em tempo real. O saldo é compensado na fatura do mês seguinte, o que pode causar diferença entre o consumo medido e o valor cobrado.
- Comparar o aplicativo da distribuidora com a fatura impressa: Os aplicativos mostram dados de leitura parcial, enquanto a fatura reflete o fechamento oficial do ciclo. Pequenas diferenças entre as medições são normais e costumam se ajustar na fatura seguinte.
- Esquecer o prazo de validade dos créditos: Os créditos de energia solar expiram após 60 meses, conforme as regras da ANEEL. É importante acompanhar o saldo acumulado mensalmente para evitar a perda de créditos antigos.
- Não considerar o custo de disponibilidade: Mesmo gerando toda a energia que consome, o cliente solar continua pagando a taxa mínima da distribuidora. Essa cobrança aparece todos os meses, mesmo quando o saldo de energia é positivo.
- Ignorar impostos e tarifas que permanecem na conta: Tributos como ICMS, PIS/COFINS e a Contribuição para Iluminação Pública continuam sendo cobrados, pois não estão ligados à geração solar.
- Deixar de conferir o saldo acumulado: O campo “saldo acumulado” mostra os créditos disponíveis para compensação. Caso o número caia repentinamente, é sinal de que os créditos antigos podem ter expirado ou não foram devidamente aplicados.
Outro ponto importante é acompanhar a leitura do medidor bidirecional, que registra tanto a energia consumida quanto a injetada. Esse acompanhamento ajuda a detectar eventuais falhas no sistema ou divergências no cálculo da fatura.
Dica do Canal Solar: se a conta de luz apresentar valores inesperados, o ideal é comparar os dados do medidor com o histórico de geração do inversor ou aplicativo solar. Persistindo a diferença, entre em contato com a distribuidora ou com a empresa responsável pela instalação.
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Conclusão
Entender como ler a conta de luz com energia solar é fundamental para garantir que o sistema fotovoltaico esteja gerando a economia esperada.
Fazendo a análise de cada linha da fatura, você consegue acompanhar o desempenho do sistema e identificar eventuais falhas na compensação.
Saber como entender a conta de luz com energia solar também ajuda a evitar erros comuns, como confundir os dados do aplicativo com a fatura ou perder créditos por falta de acompanhamento.
Com essa leitura correta, é possível confirmar se o retorno do investimento está dentro do previsto e ter mais controle sobre o próprio consumo.
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Perguntas frequentes (FAQ)
Mesmo depois de aprender a ler a fatura, algumas dúvidas ainda são comuns entre quem tem ou pretende instalar um sistema fotovoltaico.
Abaixo, reunimos as perguntas mais frequentes sobre como entender a conta de luz com energia solar.
Posso usar os créditos de energia em outra residência ou endereço?
Sim, os créditos gerados por um sistema fotovoltaico conectado sob o mesmo CPF ou CNPJ podem ser utilizados em outra unidade consumidora da mesma distribuidora.
No entanto, é necessário que a outra unidade esteja dentro da área de concessão da mesma rede elétrica e que todos os trâmites estejam registrados na distribuidora.
O que fazer se os valores do aplicativo da distribuidora e da fatura não coincidirem?
É comum haver diferenças entre os dados exibidos no aplicativo e os valores finais da fatura, pois os apps mostram leituras parciais. A fatura oficial considera o ciclo completo e pode incluir ajustes de leitura, correções ou tarifas fixas que o app não mostra.
Compare os dois valores e, se a variação for significativa, entre em contato com a distribuidora para solicitar verificação da medição ou da compensação.
Quanto tempo tenho para utilizar os créditos de energia acumulados?
Os créditos de energia injetados no sistema da distribuidora têm validade de até 60 meses (5 anos), conforme o regime de compensação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Após esse período, os créditos não utilizados podem expirar e deixar de ser compensados, reduzindo a economia estimada.
Instalar baterias muda a forma de cobrança e compensação da conta de luz?
Sim. Sistemas com armazenamento por baterias (off-grid ou híbridos) podem configurar outro modelo tarifário e de compensação.
No regime tradicional conectado à rede, os créditos são aplicados seguindo as regras da geração distribuída.
Com baterias, a energia consumida da rede pode diminuir ainda mais, mas continuam existindo cobranças mínimas, tarifas fixas e a necessidade de homologação junto à distribuidora.
A redução da fatura significa que o sistema solar está funcionando perfeitamente?
Não necessariamente. A queda na conta é um bom indicativo, mas não substitui a análise completa das linhas da fatura, do saldo de geração, do crédito acumulado e da operação correta do sistema.
É recomendado verificar se a geração anual está conforme o esperado, se o inversor está em funcionamento e se os registros do medidor bidirecional estão sendo aplicados sem falhas.
Respostas de 5
Posso usar os créditos de energia em outra residência ou endereço? voces disseram que sim, com a criacao do fast track, nao ficou vetada esta possibilidade?
Olá……
Sim infelizmente no Brasil e assim…
Esta taxa mínima somos obrigados a pagar por se tratar de energia da rua que temos ..
E ainda em alguns estados do Brasil dependendo qual a concessionária da Energia não libera o ICMS…… pois assim com sistema solar eles não ganhariam mais dinheiro do povo, por esse motivo além da taxa da iluminação pública que vc tem que pagar , em alguns estados também vem descontado o ICMS…… pois senão os grandes ladroes não ganham mais dinheiro
Quer dizer que temos que pagar uma taxa mínima à distribuidora, porque não há como se desvincular da mesma? Se instalar um painel solar na residência?
Olá, tudo bem? Sim, temos a taxa de manutenção que varia de acordo com a modalidade de instalação da sua residência que, para instalações monofásicas é um valor, bifásicas outro e trifásica outro. Esse valor varia de concessionária para concessionária.
Olá vou passar a gerar minha própria energia em breve estou amando a ideia
de que logo vou parar de pegar um valor
Absurdo usar meu ar condicionado
sem a preocupação com as cores das bandeiras que têm que pagar final do
mês sem contar que o meio ambiente
Agradece,
já deveria ter adquirido a mais de 10 anos
atrás quando me ofereceram pela primeira vez mas nunca é tarde demais pra colocar a ideia em prática.