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Constante flutuação de preços retorna ao mercado de polissilício, afirma Bernreuter

Instituto de pesquisa analisou os motivos das flutuações no mercado internacional
Constante flutuação de preços retorna ao mercado de polissilício, afirma Bernreuter
Foto: Envato

No estudo mais recente do instituto de pesquisa de mercado Benreuter Research indica o retorno do pork cycle (ciclo do porco, na tradução para o português) no mercado de polissilício. Essa expressão indica uma flutuação cíclica de preços baseada na demanda de mercado.

O chamado pork cycle é o cenário que basicamente explica a lei de oferta e procura do insumo no mercado internacional. Quando há uma maior demanda pelo mesmo, a cadeia produtiva, que está estagnada, responde com mais investimentos, para uma maior produção visando atender as necessidades dos compradores. 

Com mais insumo no mercado, os compradores adquirem o volume que precisam e se retiram do mercado, fazendo com que haja uma sobra de polissilício produzido. Sem mais tanta demanda, os produtores reduzem a fabricação até que a demanda pelo mesmo volte a ficar grande, fazendo com que o ciclo se repita novamente. 

O mercado de polissilício seguiu um padrão constante entre 1981 e 2004, com um ciclo de sete a oito anos.

Mudanças no ciclo

Até 2004, a demanda de polissilício era dominada pela indústria de semicondutores, com suas próprias variações cíclicas. A partir de então, a indústria fotovoltaica começa a crescer vertiginosamente, mudando as dinâmicas de mercado. 

As novas demandas aumentaram muito o preço e a capacidade de produção fazendo com que o tempo do pork cycle diminuísse pela metade, de oito para quatro anos. 

Logo em seguida, os preços atingiram um pico em 2008, seguida por uma queda constante durante os 12 anos seguintes. Em 2010 houve um shakeout (termo que indica a saída de, neste caso, produtores de polissilício devido a incertezas) no mercado. 

O cenário indicou que o próximo vale de variação de preços aconteceu no final de 2012, mas era de natureza interna chinesa.

Retorno do ciclo

Baixo custo e rápida expansão criaram uma tendência de excesso de oferta, o que foi um dos motivos para o ciclo de queda mais recente durar 12 anos, de acordo com a Bernreuter. 

Outro aspecto foi o crescimento menor de instalações fotovoltaicas. Entre 2004 e 2011 o crescimento médio foi de 59% ao ano, já entre 2012 e 2020 esse valor foi 20% menor.

O ministério do comércio da China incentivou seus produtores a aumentar suas capacidades, com isso o excesso de oferta retornou. Novos vales de preço chegaram em janeiro e então setembro de 2016. 

Após um aumento momentâneo, o governo chinês impôs um limite nas instalações fotovoltaicas, que levou ao preço mais baixo da história em junho de 2020, US$ 6,75 o kg.

De acordo com este estudo, o limite também fez com que o pork cycle voltasse. Com a demanda baixa, não houve adição de capacidade em 2020, após um grande shakeout

A resposta foi uma distância de apenas dois anos entre a baixa histórica de junho de 2020 até a alta de US$ 39/kg em agosto de 2022. 

No entanto, os novos projetos não pararam, significando para Bernreuter o retorno do pork cycle.

Por que porco?

O termo pork cycle nasce nos anos 1920 quando se observou flutuações cíclicas no mercado pecuário. 

Apesar da gênese do termo nascer na análise econômica deste setor, suas implicações englobam a comercialização de diversos bens e insumos.

O exemplo mais comum para explicar o pork cycle é: uma demanda por porcos surge, com isso dois fazendeiros investem na criação desses animais, nesse momento o porco é um bem raro. Em seguida, mais fazendeiros percebem o potencial e começam a criar porcos também, quanto mais criadouros nascem, o preço diminui devido ao volume de oferta.

Com isso, oferta e demanda se estabilizam, ou pode haver mais oferta que demanda. Porco pode se tornar uma commodity, ou os consumidores podem se cansar do produto. Depois, fazendeiros param de criar porcos mudando as culturas da fazenda e a oferta cai. A consequência é que agora existem menos pessoas criando porcos, e com isso volta a ser um item raro


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Frederico Tapia
Estudante de jornalismo pela UNESP do campus de Bauru. Possui experiência em produção de matérias jornalísticas.

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