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Como a corrida espacial potencializou a energia solar?

Diretor da HT-SAAE destaca papel da empresa no desenvolvimento da tecnologia FV para o programa de satélites da China

Autor: 14 de março de 2024Mercado
6 minutos de leitura
Como a corrida espacial potencializou a energia solar?

Ideia de satélite com painéis solares surgiu no fim da década de 1960. Imagem: Freepik

“Nós temos satélites com painéis solares lançados no espaço na década de 1970 que estão em funcionamento até hoje”. É o que afirmou Vincent Yang, diretor Comercial da HT-SAAE.

Em entrevista exclusiva ao Canal Solar, o executivo discorreu sobre como a corrida espacial potencializou a energia fotovoltaica, destacando o papel da fabricante, fundada em 1960, para desenvolver tecnologia solar ao programa de satélites da China.

A companhia pertence à CASC (China Aerospace Science Technology Corporation) – empresa governamental fundada em 1956, equivalente à NASA americana – que iniciou na época trabalhos em P&D (pesquisa e desenvolvimento) espacial.

Para se ter uma ideia, o Vanguard 1, primeiro satélite artificial alimentado por energia solar, foi lançado no dia 17 de março de 1958 nos Estados Unidos, dois anos depois da fundação da HT-SAEE.

Confira, abaixo, a entrevista completa realizada com Yang.

Como a corrida espacial potencializou a solar?

A HT-SAAE é a única fabricante de painéis solares da China classificada com tecnologia aeroespacial e que possui mais de 200 patentes técnicas e 50 patentes intelectuais no segmento fotovoltaico. São mais de 500 engenheiros dedicados ao departamento de P&D. Nossa responsabilidade tem relação com a atual corrida espacial.

Nós temos satélites com painéis solares HT-SAAE lançados no espaço na década de 1970 em funcionamento até hoje. Então, imaginem a qualidade produtiva que exigimos em nossas plantas fabris para garantir eficiência em projetos espaciais.

Atualmente, o Brasil tem a chance de acessar essa mesma tecnologia no telhado das casas e nos projetos de geração centralizada, tudo isso com garantia de uma empresa com mais de 60 anos de mercado.

Os números do grupo (CASC) falam por si só: são mais de 150 mil colaboradores pelo mundo com um faturamento de mais de US$ 50 bilhões. Quando direcionamos o olhar para a produção fotovoltaica, a companhia se destaca por deter toda a cadeia produtiva de um painel.

Para conseguirmos garantir nossa qualidade tivemos que investir em parques fabris que vão desde a extração do silício em nossa fábrica própria na Mongólia, passando pela produção de wafer e células, até a montagem final dos módulos em nossa fábrica, localizada em Lianyungang, China, ou em nossa fábrica na Turquia, voltada para o mercado europeu e americano.

Essa é uma vantagem que destaca a HT-SAAE de seus concorrentes. Mesmo as montadoras com maior capacidade produtiva precisam comprar as células de empresas terceiras, e o controle de qualidade pode ficar prejudicado, coisa que não acontece com nossos produtos.

Quando a HT-SAEE entrou no mercado brasileiro?

Estamos no Brasil desde 2013 com módulos instalados há mais de 10 anos em funcionamento, e muitas empresas que hoje são líderes no Brasil nem existiam nessa época.

Neste período, sempre trabalhamos de maneira tímida, com projetos específicos e com alguns parceiros que seguem conosco até hoje (HCC, Intelbras, Afubra, Ecosul, Dufrio entre outros).

Entendemos que o mercado brasileiro está amadurecendo e, por nossa estratégia de focar em qualidade, aguardamos esse amadurecimento para entrar na hora certa, e a hora finalmente chegou.

O que é preciso para se tornar um mercado ainda mais maduro? O que o país pode extrair de países como a China, por exemplo, para expandir cada vez mais?

Já vimos isso acontecer em outros mercados como a Austrália, Índia e EUA. No início, os países aceitavam muitas marcas e o foco principal era o preço, mas com o passar do tempo os problemas começaram a aparecer e esses mercados passaram a buscar por qualidade.

Acredito que o Brasil no ano de 2024 passará por essa mesma transição e por isso estamos aqui para contribuir com a qualidade que o país precisa.

Como você enxerga o potencial do mercado brasileiro de energia solar?

O amadurecimento do Brasil sobre energia solar, obrigatoriamente, trará questionamentos e entendimentos sobre a eficiência energética de cada instalação, e a qualidade e a tecnologia embarcada em cada equipamento que compõe a instalação irão ditar os resultados desta eficiência.

Vincent Yang, diretor Comercial da HT-SAAE. Imagem: HT-SAAE/Divulgação

Sabemos que a compra de um sistema fotovoltaico ainda representa o investimento de um volume considerável de dinheiro dentro da realidade econômica brasileira. E da mesma forma que uma pessoa leiga em energia (consumidor final) consegue entender a diferença de preço entre dois itens parecidos, mas não iguais, como dois modelos diferentes de celular, por exemplo, este consumidor irá aprender a questionar o integrador e/ou vendedor sobre eficiência energética.

Então, torna-se importante termos em mente a diferença entre selos de qualidade técnica do produto e os selos de saúde financeira do CNPJ da fabricante do equipamento. O selo Tier 1 representa exclusivamente a saúde financeira do CNPJ da fabricante do produto, e não tem absolutamente nada que referencie a qualidade do equipamento.

Ou seja, o CNPJ com selo Tier 1 está, teoricamente, apto para receber financiamento bancário em qualquer país, mas não necessariamente este CNPJ Tier 1 produz um equipamento de alta performance em eficiência energética.

Alguns dos selos de qualidade técnica de produto conhecidos no Brasil são: TUV, PV Tech, PVEL entre outros e garantem que o equipamento consagrado com o selo de qualidade correspondeu às respectivas exigências técnicas de cada teste/selo. Mas, não representam que os CNPJs fabricantes destes produtos possuam saúde financeira.

Quais são as novidades da HT-SAAE, no que se refere à tecnologia de módulos, para o setor solar no Brasil em 2024?

A empresa participou da Intersolar 2023 e já está apresentando seu produto N-Type TOPCon, que promete ser o campeão de vendas para o mercado brasileiro.

Temos um produto que possui 23% de eficiência e toda nossa linha garante “tolerância positiva” de até 3% sobre a potência nominal de cada painel, ou seja, você compra um módulo de 585 W e na prática produzirá até mais de 600 W. Característica que se olharmos alguns concorrentes, não acontece, pois notamos opções com tolerância negativa. Consequentemente, o cliente final acaba sendo enganado.

Entendemos que a divulgação de todas essas informações e nossa entrada no mercado irá ajudar no amadurecimento do setor. Como uma empresa estatal Chinesa e tendo a CASC, nossa agência espacial nacional controlando nossa empresa, somos responsáveis por manter uma reputação idônea e de qualidade elevada pois levamos o nome da nação chinesa nos países.


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Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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