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Crise hídrica e alta na conta de luz impulsionam adesão dos brasileiros à energia solar

Número de sistemas instalados cresceu 37,7% nos primeiros sete meses de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020.

Com a crise hídrica enfrentada pelo país e os recorrentes reajustes na conta de luz, o número de brasileiros que estão procurando reduzir os gastos com energia elétrica por meio da fonte solar cresceu nos primeiros sete meses do ano, segundo levantamento do Canal Solar, com base em dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Somente entre os dias 1º de janeiro e 31 de  julho, foram 158.267 novas adesões de consumidores à modalidade, o que representou um crescimento de 37,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 114.957 sistemas fotovoltaicos foram instalados no Brasil. 

Os clientes vão desde consumidores residenciais ou comerciais, que instalam painéis em telhados, até cooperativas que produzem a energia em fazendas solares e negociam a geração de créditos que podem ser usados pelo consumidor no consumo de energia elétrica.

O empresário Guilherme de Almeida, por exemplo, é um dos brasileiros que apostou na energia solar, com o objetivo de baratear a conta de luz de sua mercearia, em São Paulo (SP). Ao todo, foram cerca de 30 módulos fotovoltaicos instalados em junho deste ano. 

“Eu estou sempre utilizando energia na mercearia e o custo sempre foi muito alto. O meu intuito com as placas [solares] é, além de ajudar o meio ambiente, reduzir o valor que eu pago mensalmente com a conta de luz, que não para de crescer e assustar a gente”, destacou.  

Para Arthur Santini, diretor da Ecori Energia Solar, a energia elétrica no país é cara ao ponto de o payback dos sistemas fotovoltaicos ser um dos menores do mundo. “Até o final do ano, o Brasil deve ganhar posições no ranking dos países com a energia elétrica mais cara do mundo”, disse ele. 

O profissional ainda destaca que o mercado atual não é somente um reflexo da crise hídrica atual, mas de toda a política sobre a matriz energética no Brasil.  “Isso é culpa de uma política equivocada, que mantém próximo a 80% o potencial de energia dependendo da fonte hídrica e dos combustíveis fósseis: o primeiro com uma dependência muito alta de chuvas, e o segundo caríssimo e péssimo para o meio ambiente”, ressaltou. 

Conta de luz

Com a diminuição do nível dos reservatórios e o anúncio do acionamento das termelétricas em meio à maior crise hídrica dos últimos 91 anos, a conta de luz dos brasileiros ficou mais cara em 2021. 

Segundo a ANEEL, o acionamento além do previsto de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia neste ano custará cerca de R$ 9 bilhões aos consumidores. Somente entre janeiro e abril, o uso emergencial dessas usinas já custou R$ 4,3 bilhões. 

Em julho, a entidade ainda anunciou um aumento de mais de 50% no valor da bandeira tarifária vermelha 2. O preço subiu de R$ 6,14 para R$ 9,49 para cada 100 kWh consumidos, o que representou um crescimento médio de 5,45% no valor final da conta de luz na comparação com junho. 

No mês passado, a própria Agência abriu uma consulta pública para decidir se a taxa da bandeira vermelha, no patamar 2, continuaria em R$ 9,49 ou se seria aumentada para R$ 11,50, justamente, em virtude da crise hídrica. O valor foi mantido, mas novos reajustes ainda podem acontecer até o final do ano. 

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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