Crise hídrica preocupa indústrias da Região de Campinas 

Levantamento do Ciesp aponta que entidades avaliam soluções para reduzir os gastos com água e energia elétrica 

A crise hídrica e os efeitos da maior seca dos últimos anos no Brasil entraram no rol de preocupações das indústrias da Região de Campinas (SP). É o que aponta um levantamento divulgado nesta terça-feira (22) pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). 

A entidade realizou uma sondagem online com 40 empresas associadas e chegou à conclusão que 88% delas se mostram preocupadas com os “reflexos na atividade industrial e possível aumento nos custos” e que apenas 12% alegam “não ter preocupação”.

Outro ponto da pesquisa que reforça o temor das entidades com a escassez do recurso hídrico é que 57% delas confirmaram ter registrado alta nos custos de água e de energia elétrica em comparação ao mês anterior. Se houver queda no abastecimento nos próximos meses, a tendência é a de que os gastos subam ainda mais.

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“A preocupação existe com falta de água e de energia, que pode repercutir na atividade industrial, embora as indústrias, a partir da última crise energética, passaram a adotar diversas medidas para redução de consumo e outras alternativas, como o reuso da água nas suas atividades produtivas”, disse José Henrique Toledo Corrêa, vice-diretor do Ciesp.

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No entendimento do executivo, a energia solar é atualmente uma alternativa de salvação à produção industrial em meio à crise. “Centenas de empresas já decidiram adotar o sistema de energia solar como alternativa complementar. É um recurso que contribui e pode amenizar a possível escassez em tempos de crise hídrica”, comentou.

Falta de chuvas

Campinas está há quatro meses registrando índices de chuvas abaixo da média, segundo dados do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

De março até agora choveu o equivalente a 41,6% de todo volume previsto pela média histórica do município. Dos 331,2 mm esperados, foram registrados apenas 138 mm no período.  

O instituto de meteorologia aponta ainda que o outono deste ano foi o segundo com menor volume pluviométrico desde 1989 – ano em que a medição começou a ser feita na cidade. O volume acumulado foi de 116,4 mm, ficando atrás somente do valor registrado no ano passado, com 61 mm. 

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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