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Cuidados com usinas FV em solo próximas às áreas de queimadas

Conheça os principais cuidados necessários para evitar que uma usina fotovoltaica seja destruída por queimadas

Autor: 20 de outubro de 2020outubro 28th, 2020Brasil
4 minutos de leitura
Cuidados com usinas FV em solo próximas às áreas de queimadas

Tempo seco, baixa umidade do ar, pouco volume de chuva e vegetação seca são fatores que impactam diretamente no aumento de registros de queimadas no país. Estes tipos de ocorrências provocam danos e geram prejuízos aos consumidores, afetando, por exemplo, a geração e o fornecimento de energia elétrica.

Só nos meses de agosto e setembro, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 120.023 focos de incêndios em todo território brasileiro. Para evitar que queimadas danifiquem usinas fotovoltaicas em solo e provoquem impactos financeiros aos consumidores e investidores é preciso que alguns cuidados sejam tomados. É o que afirmam especialistas do setor solar.

“É importante ter na usina, uma caixa d’água de grande volume, de 15 mil a 20 mil litros, com motobomba e estruturas contra incêndio, para que, em uma anomalia dessas os operadores e responsáveis pela manutenção estejam preparados”, recomenda José Diniz Neto, gerente de projetos e engenheiro de comissionamento na Enersolar.

Além do risco de incêndio nos módulos, Diniz ainda destaca que, ao projetar uma usina próxima aos locais de mata, existe o risco de animais ameaçados pelas queimadas danificarem os equipamentos. “É possível que nesses locais, a fauna migre para a região de dentro da usina, já que a movimentação desses animais é afetada. Neste caso, os animais podem comer cabos e causar um processo de erosão nas estruturas”. 

Luiz Antony, diretor da ADX Energia do Brasil, afirma que os danos causados pelos incêndios podem ser incalculáveis. “Quando a queimada atinge uma fileira de string da usina, ela pode danificar as placas, os inversores, os cabos e a string box de forma irrecuperável. Se esse fogo não for combatido a tempo, pode até atingir locais como a guarita, a cerca patrimonial e até os transformadores”, alerta. 

Ainda segundo Antony, no Nordeste e em São Paulo, onde a cultura da cana de açúcar é forte, e nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde é comum a prática de queimadas para a renovação de pastos, é importante que os empreendedores e operadores de usinas fotovoltaicas adotem certos cuidados para tentar evitar que o fogo atinja a área do empreendimento. 

“É necessário revestir a área da usina com brita, que no caso de uso de painéis bifaciais, ajuda a potencializar a produção energética. Além disso, é preciso fazer periodicamente a capina da vegetação no interior da área da usina, mantendo sempre ela rente ao solo”, aconselha.

“O empreendedor também deve fazer aceiros durante o período de estiagem, que consiste em raspar a área da vegetação de forma que fique uma área de isolamento entre as vegetações e os limites da área da usina solar, evitando que o fogo avance para o interior da área do empreendimento. Neste caso, as distâncias variam de acordo com a altura da vegetação que se quer separar da área do empreendimento. Normalmente, se obedece à proporção de quatro vezes a altura da vegetação”, acrescenta Antony.

Sujeiras nos painéis solares

A proximidade das usinas fotovoltaicas com regiões de queimadas pode acarretar em sujeira nos módulos, por conta da fuligem liberada pelo fogo. Essa sujeira pode impactar negativamente a produtividade da planta. 

Felipe Santos, engenheiro de materiais e gerente de vendas na fabricante de módulos fotovoltaicos JA Solar, recomenda uma manutenção periódica com atenção à limpeza dos equipamentos.

“Não existe uma frequência pré-determinada para limpar os módulos, isso depende das condições climáticas da região. O indicado é realizar um monitoramento constante e preventivo”, aconselha.

“Se a usina está instalada em uma localidade em que o solo é arenoso, descoberto, com alta intensidade de ventos e até mesmo fuligem, certamente demandará menores intervalos. Essa frequência também pode ser afetada pela ocorrência de chuvas que podem substituir limpezas programadas no plano”, acrescenta Santos.

O especialista ainda recomenda que o projetista monte um plano de O&M (Operação e Manutenção) robusto, baseado em dados que visam evitar desperdício de recursos, além de otimizar os custos de operação da usina e elevar a produção. 

Redação do Canal Solar

Redação do Canal Solar

Texto produzido pelos jornalistas do Canal Solar.

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