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Economias emergentes precisarão de US$ 2,8 tri por ano para alcançar metas climáticas

Dois terços do financiamento para projetos de energia limpa necessitarão vir do setor privado, aponta IEA

Autor: 22 de junho de 2023junho 27th, 2023Transição energética
4 minutos de leitura
Economias emergentes precisarão de US$ 2,8 tri por ano para alcançar metas climáticas

Relatório oferece um roteiro sobre o que é necessário para atingir as metas climáticas e energéticas. Foto: Freepik

Os investimentos anuais em energia limpa nas economias emergentes e em desenvolvimento precisarão mais do que triplicar de US$ 770 bilhões em 2022 para até US$ 2,8 trilhões no início da década de 2030 para atender às crescentes necessidades de energia, bem como alinhar-se com as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris.

É o que apontou o novo relatório divulgado, nesta quinta-feira (22), pela IEA (Agência Internacional de Energia) e pela IFC (Corporação Financeira Internacional).

O Scaling Up Private Finance for Clean Energy in Emerging and Developing Economies mostra que os investimentos públicos por si só seriam insuficientes para fornecer acesso universal à energia e combater as mudanças climáticas.

Segundo a IEA, o aumento do financiamento público pode ser usado de forma mais eficaz em parceria com o capital do setor privado para reduzir os riscos do projeto – um conceito amplamente conhecido como financiamento misto.

O estudo apontou que dois terços do financiamento para projetos de energia limpa em economias emergentes e em desenvolvimento (fora da China) precisarão vir do setor privado. Os atuais US$ 135 bilhões em financiamento privado anual para energia renovável nessas economias precisarão aumentar para US$ 1,1 trilhão por ano na próxima década.

“O mundo da energia de hoje está se movendo rapidamente, mas há um grande risco de muitos países ao redor do mundo ficarem para trás. O investimento é a chave para garantir que eles possam se beneficiar da nova economia global de energia que está surgindo rapidamente”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

De acordo com Birol, as necessidades de investimento vão muito além da capacidade de financiamento público por si só, tornando urgente aumentar rapidamente o financiamento privado muito maior para projetos de energia limpa em economias emergentes.

“Como mostra este relatório, isso oferece muitas vantagens e oportunidades – incluindo acesso expandido à energia, criação de empregos, indústrias em crescimento, maior segurança energética e um futuro sustentável para todos”, ressaltou.

Medidas para impulsionar os aportes em renováveis

A pesquisa enfatizou a necessidade de maior apoio técnico, regulatório e financeiro internacional para liberar o potencial de energia limpa nas economias emergentes e em desenvolvimento (EMDEs).

Ao fortalecer as estruturas regulatórias, instituições e infraestrutura de energia e melhorar o acesso ao financiamento, esse apoio pode ajudar os governos a superar os obstáculos que impedem os investimentos em energia limpa atualmente, incluindo custos iniciais relativamente altos e um alto custo de capital.

“A batalha contra as mudanças climáticas será vencida nas economias emergentes e em desenvolvimento, onde o potencial de energia limpa é forte, mas o nível de investimentos está muito abaixo do que deveria”, comentou Makhtar Diop, diretor administrativo da IFC.

“Para atender às demandas prementes de energia e metas de redução de emissões em EMDEs, precisamos mobilizar o capital privado em velocidade e escala e desenvolver urgentemente mais projetos que possam ser investidos. Este relatório é um apelo à ação e oferece um roteiro claro sobre o que é necessário para atingir as metas climáticas e energéticas”, apontou.

Financiamento concessional e títulos verdes

O relatório da IEA também identificou a importância do financiamento concessional para projetos que envolvem tecnologias mais recentes que ainda precisam ser dimensionadas e não são competitivas em muitos mercados, como armazenamento de bateria, energia eólica offshore, dessalinização com energia renovável ou hidrogênio de baixa emissão, ou que estão em mercados mais arriscados.

A Agência estimou que US$ 80 bilhões a US$ 100 bilhões em financiamento concessional serão necessários anualmente até o início da década de 2030 para atrair aportes privados na escala necessária para a transição energética em economias emergentes e em desenvolvimento fora da China.

Outra descoberta destacou o potencial para emitir mais títulos verdes, sociais, sustentáveis ​​e vinculados à sustentabilidade – desde que sejam desenvolvidas diretrizes do setor, taxonomias harmonizadas e certificação robusta de terceiros.

Reformas políticas

Para expandir as oportunidades para investidores privados, a Agência Internacional de Energia enfatizou a necessidade de reformas políticas nas economias emergentes e em desenvolvimento.

Uma série de questões políticas transversais, como subsídios aos combustíveis fósseis, longos processos de licenciamento, direitos de uso da terra pouco claros, restrições à propriedade privada ou estrangeira e políticas de preços inadequadas, criam barreiras ao investimento ou aumentam o custo de projetos de energia limpa.

A eliminação dessas barreiras, na visão da companhia, ajudará as economias a se beneficiarem mais plenamente das oportunidades da nova economia global de eletricidade.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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