Em evento realizado nesta terça-feira (25), o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse que o combustível da próxima década será o hidrogênio verde e que a matriz elétrica predominantemente renovável do Brasil coloca o país em uma posição de destaque para sua produção.
O executivo revelou ainda que, por esse motivo, a empresa vai investir em usinas solares flutuantes nos reservatórios das suas hidrelétricas para produzir o hidrogênio verde “mais barato do mundo”.
Segundo ele, a ideia é encapsular e transportar o combustível para outros países. “Temos reservatórios, linhas de transmissão e pretendemos aproveitar uma parte desses reservatórios para fazer as usinas híbridas. A energia produzida poderá alimentar o processo de eletrólise para produção do hidrogênio verde mais barato”, afirmou.
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Para o executivo, os atuais acontecimentos ligados à invasão de tropas russas à Ucrânia, como a crise energética europeia e o aperto nos mercados globais de gás, juntamente com recentes marcos legais criados no Brasil, ajudarão a tornar o mercado nacional mais competitivo no exterior.
Matriz renovável
Atualmente, a matriz elétrica brasileira tem cerca de 186 GW, dos quais 155,6 GW, ou 83%, vem de fontes renováveis: hidrelétrica, eólica, solar e biomassa. O potencial, no entanto, é muito maior.
Segundo Ferreira Júnior, somente na eólica onshore, o potencial de geração nacional ultrapassa a casa dos 400 GW. “Na solar então, não é possível nem calcular”, disse ele.
Nesta terça-feira, o Brasil superou a marca de 21 GW de capacidade operacional em energia solar, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia. O novo patamar foi alcançado 20 dias após a fonte ter atingido a marca de 20 GW, em 5 de outubro.