A energia solar foi a principal força por trás do crescimento recorde da capacidade global de fontes renováveis em 2024, segundo o relatório Renewable Capacity Statistics 2025, divulgado nesta terça-feira (26) pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável).
No ano passado, a capacidade de energia renovável chegou a 4.448 GW, com a adição de 585 GW — o que representa 92,5% de toda a expansão da capacidade elétrica mundial em 2024 e um crescimento anual recorde de 15,1%.
A fonte fotovoltaica foi a protagonista desse avanço, somando 451,9 GW à matriz global — um crescimento de 32,2% em relação ao ano anterior. A China liderou esse movimento, sendo responsável por 278 GW da nova capacidade solar, seguida pela Índia, com 24,5 GW.
“A cada ano, as energias renováveis quebram seus próprios recordes de expansão, mas ainda enfrentamos grandes disparidades regionais e o tempo está contra nós. O prazo de 2030 é iminente”, alertou Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA.
Meta global ainda distante
Apesar do desempenho impressionante, o ritmo de crescimento atual ainda é insuficiente para alcançar a meta global de triplicar a capacidade instalada de renováveis até 2030, estabelecida na COP28. Para isso, seria necessário que a expansão ocorresse a uma taxa de 16,6% ao ano até o fim da década.
Atualmente, o mundo conta com 1.865 GW de capacidade instalada em energia solar. Juntamente com a eólica, que somou 1.133 GW ao final de 2024, essas duas fontes representaram 96,6% das adições líquidas de capacidade renovável no ano passado.
Desigualdade regional
O relatório da IRENA também chama atenção para a desigualdade geográfica na distribuição da nova capacidade. A Ásia foi responsável pela maior parte do crescimento, com destaque absoluto para a China, que sozinha contribuiu com quase 64% da nova capacidade global.
Em contraste, América Central e Caribe responderam por apenas 3,2% do total adicionado em 2024. Já os países do G7 participaram com 14,3% das adições, enquanto os membros do G20 foram responsáveis por 90,3%.
“O crescimento recorde está criando empregos, reduzindo contas de energia e limpando o ar. Mas essa transição precisa ser mais rápida e justa”, afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU, destacando a necessidade de incluir todos os países na revolução energética.
Sistemas off-grid e outros destaques
Outro avanço relevante foi o crescimento da eletricidade off-grid em regiões em desenvolvimento. A capacidade quase triplicou em 2024, com destaque para sistemas fotovoltaicos off-grid, que atingiram 6,3 GW.
Além disso, a energia hidrelétrica se recuperou, chegando a 1.283 GW, enquanto a bioenergia e a geotérmica apresentaram crescimentos mais modestos, com 4,6 GW e 0,4 GW, respectivamente.
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