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Energia solar no Minha Casa, Minha Vida exige investimentos de R$ 9,5 bi

Implementação de painéis fotovoltaicos no programa habitacional foi tema de audiência pública em Brasília (DF)

Autor: 3 de maio de 2023Brasil
3 minutos de leitura

Profissionais defenderam, nesta terça-feira (2), o uso de painéis solares nas construções financiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, como forma de diminuir a conta de energia dos moradores. 

O assunto foi tratado na comissão mista da MP 1162/23, que trata do programa habitacional que será lançado pelo Governo Federal com a expectativa de que sejam entregues mais de 2 milhões de novas moradias.

Se em cada uma dessas casas forem instalados dois módulos fotovoltaicos, com 1kW de potência por residência, seria possível reduzir em 70% o valor da energia elétrica, segundo Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

O executivo disse durante o encontro que o investimento exigido estaria na ordem de R$ 9,5 bilhões para a instalação de 2 GW de potência, que corresponde ao total de casas projetadas pelo Governo. 

Sauaia também estimou que o impacto da instalação da tecnologia no programa seria a criação de 60 mil empregos locais e uma arrecadação de R$ 2,4 bilhões aos cofres públicos. 

“Essa tecnologia, que no passado era considerada uma tecnologia de rico, não é. E nada melhor do que um programa como o Minha Casa, Minha Vida para ajudar a reduzir o maior peso no orçamento das famílias de baixa renda com energia limpa e renovável”, reforçou o executivo.

Sauaia observou ainda que a redução de 70% na conta de energia já é realidade em 12 mil moradias construídas com painéis fotovoltaicos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) de São Paulo, que desde 2015 aposta nessa solução de eficiência energética.

Nessa mesma linha, Rafael Ramos Codeço, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, defendeu que a demanda pública pode impulsionar a cadeia de produção da energia solar e inseri-la na cadeia produtiva da construção nacional.

“Ao contribuir para a sustentação da demanda por painéis fotovoltaicos, o Minha Casa, Minha Vida pode, além de atrair investimento externo direto, dar um apoio decisivo na consolidação em bases competitivas da produção nacional”, comentou.

Manutenção

Durante a reunião, Fernando Marangoni (União/SP), relator da MP, ponderou para o eventual encarecimento de projetos de construção em razão do custo de manutenção dos painéis fotovoltaicos.

“A implementação desse modelo atrelado a um programa habitacional é muito difícil, é preciso investimento público maciço, é diferente do benefício na unidade familiar”, disse ele.

Rodrigo Sauaia, contudo, esclareceu que, no caso de painéis instalados em telhados, como foi feito nos projetos do CDHU, o custo de manutenção foi mínimo e na faixa de 1% do total do investimento por ano. 

Já nas usinas solares, o executivo apontou a vantagem de que a manutenção pode ser terceirizada à construtora responsável pela obra ou a empresas especializadas em energia solar. Ele reforçou que os equipamentos têm vida útil de 25 anos.

O texto da MP prevê que as obras do programa habitacional devem incluir a instalação de equipamentos de energia solar, bem como estabelece prioridade para projetos com uso de fontes de energias renováveis.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

Um comentário

  • Há setores de atuação dos governos nos três níveis de poder que podem ser alavancadores da disseminação da energia solar, como são os programa Minha Casa Minha Vida do governo federal e as escolas de nível básico e as prórpias universidades federais públicas e gratuitas. Eu quando fui diretor adjunto da Escola República da Secretaria de Ciências, Tecnologia e Inovações do RJ/Faetec montei um projeto de eficiência energética que poderia ser complementado pela geração fotovoltaica, com excelentes retorno e economia. Mas, com de hábito, as decisões da área de educação, como muitas outras, são geridas com uma ótica politica, lamentavelmente, danosa aos cofres público. Estamos ciente que para modificar esse panorama, haja esforço, sobretudo, da sociedade, para pressionar as casas congressuais da política. Sabemos também que a tarefa é hercúlea. O mesmo fiz na UFRJ em 1994, com lançador de um programo precursor semelhante. Lá conseguir implantar um programa de retrotif das instalações e equipamentos elétricos que resultou numa economia de cerca de R$50 milhões, a valor presente, em Campi da Cidade Universidade e Praia Vermelha.

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