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Energia solar: por que ainda estamos apenas no começo?

Nos próximos 30 anos o Brasil pode chegar a ter metade de toda a sua energia gerada a partir de fonte fotovoltaica

Autor: 1 de março de 2021Opinião
3 minutos de leitura
Energia solar: por que ainda estamos apenas no começo?

Quando falamos em energia solar fotovoltaica tudo parece grandioso. Só no Brasil, a capacidade instalada aumentou quase 70% de 2019 para 2020 – mesmo em um contexto de pandemia. 

A potência total de energia solar fotovoltaica alcançou 8 GW. E a perspectiva para o final de 2021 é chegarmos a 12,56 GW, de acordo com dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). 

Sem dúvida, são números a comemorar. Mas a verdade é que ainda estamos no começo de um caminho de longo prazo. A população mundial está aumentando e a necessidade de geração de energia também cresce.

Quando olhamos com detalhes para algumas fontes de energia, percebemos que os combustíveis fósseis, ainda muito populares, são bastante poluentes; a energia nuclear é mais barata, mas apresenta riscos consideráveis (quem não se lembra de acidentes como o de Fukushima, no Japão, em 2011?); e as questões climáticas e ambientais dificultam a implantação de novas hidrelétricas. 

Enquanto isso, o potencial de uma fonte limpa e renovável como a energia solar fotovoltaica ainda está no início da exploração e no Brasil cresce exponencialmente.

Estudos da empresa de pesquisa BloombergNEF, especialista em energias renováveis, estimam que em 2050 a geração de energia solar fotovoltaica no mundo todo alcance 38% do total, contra 9% registrados em 2019. 

No Brasil, essa proporção pode ser ainda maior, aproveitando as características favoráveis que o país tem para a energia solar, e alcançar 48% do total. Essa expectativa considera tanto o fato de que os equipamentos usados para a energia solar vêm caindo de preço quanto sua evolução, com o aumento da eficiência. 

Na última década a redução nos preços dos painéis solares fotovoltaicos beirou os 90% e a eficiência dos módulos aumentou 20%.

Com uma adoção mais ampla da energia fotovoltaica, podemos esperar que os países – e as companhias de energia que abastecem as cidades – se adaptem a novos modelos. 

Hoje, uma casa que gera energia a partir de painéis solares pode tanto armazenar o excedente em baterias quanto injetar essa energia adicional na rede elétrica em troca de créditos. 

Mas em alguns lugares, como na Califórnia e no Havaí (EUA), na Austrália e na Alemanha, a rede elétrica não tem condições de receber todo esse adicional gerado com painéis solares – ou as companhias de energia elétrica também não se interessam por comprar esse volume em um determinado horário do dia. 

Em casos assim, uma das saídas é armazenar localmente em baterias ou aproveitar o excedente para carregar carros e equipamentos, aquecer água e assim por diante.

Ainda não estamos nesse ponto no Brasil. Por aqui, o modelo funciona com os créditos pagos pelas empresas de energia elétrica. 

Mas se no passado as pessoas chegaram a pensar que ao usar sistemas de energia fotovoltaica poderiam se desconectar da rede e não precisariam mais das companhias de energia elétrica, ao longo do tempo o que tem se mostrado como cenário mais realista é um modelo de parceria, combinando a energia gerada localmente com a que vem da rede elétrica.

Yoni Ziv

Yoni Ziv

Yoni Ziv é vice-presidente da Ecori Energia Solar. Expert global no mercado fotovoltaico com mais de 20 anos de experiência internacional. Foi vice-presidente de Vendas Técnicas da SolarEdge, empresa global de equipamentos para energia solar. É engenheiro eletrônico pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, onde mora.

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