A Energisa anunciou que, pela primeira vez, uma empresa brasileira do setor elétrico captou recursos atrelados a compromissos de sustentabilidade.
A empresa, que também foi uma das primeiras a ter ações listadas em Bolsa de Valores, na primeira década do século passado, levantou R$ 750 milhões com a emissão dos chamados SLB (Sustainability-Linked Bond).
Na prática, afirmaram que os projetos vinculados aos títulos evitarão a emissão de 76 mil toneladas de carbono, o equivalente ao capturado por uma floresta do tamanho de 100 campos de futebol.
O SLB está relacionado ao objetivo 1 dos compromissos ESG da companhia, que busca viabilizar a inserção de fontes renováveis no Brasil com usinas de geração distribuída e iniciativas para dar acesso à energia limpa, especialmente em regiões remotas do país.
De acordo com a Energisa, os compromissos ESG foram pautados pelos 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas), com metas até 2050.
Para Maurício Botelho, CFO da Energisa, a emissão inédita no setor reforça a capacidade da mesma em dar escala a suas soluções de geração distribuída, como as fazendas solares, e também àquelas que são desenvolvidas para dar acesso à energia em áreas remotas.
“Inicialmente, a nossa intenção era ofertar R$ 500 milhões ao mercado. Em interações com investidores, percebemos o grande interesse em títulos vinculados a metas ESG e, justamente por isso, tomamos a decisão de ampliar para R$ 750 milhões. O sucesso da venda mostra que fomos pelo caminho correto”, disse.
“Mantemos nosso pioneirismo no setor elétrico com essa emissão de debêntures para levar luz a quem precisa, ampliando o acesso a um bem essencial em locais remotos do país”, completou.
Segundo Rafael Garcia, head de Renda Fixa do Bradesco BBI, coordenador da oferta junto ao Itaú, o setor de energia elétrica é relevante no mercado de capitais brasileiro, participando significativamente em volume e nas operações com rotulagem ESG.