Sabe-se que o Brasil possui um vasto potencial eólico e solar. Porém, os recursos não são bem distribuídos no país, sendo que algumas regiões são mais favoráveis.
No caso da eólica, as com mais recursos são o Nordeste e o Sul. Já na fonte fotovoltaica acontece de forma mais homogênea, embora um pouco superior no Nordeste e na porção mais central do país.
Diante deste cenário, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) preparou o “Fact sheet: Energia Solar Fotovoltaica no SIN“, que apontou qual a contribuição energética mensal da solar nestas regiões.
Segundo a companhia, a contribuição pode ser estimada a partir dos fatores de capacidade típicos da fonte nos diferentes subsistemas, obtidos através dos dados dos projetos habilitados nos leilões de energia do ambiente regulado.
A partir do Banco de Dados de Sistema AEGE, definiram os fatores de capacidade mensais (valores médios da amostra de projetos) para os subsistemas NE e SE/CO, em base CA, considerando-se somente os projetos habilitados nos leilões de energia nova A4/2019, A-6/2019 e A-4/2020, com rastreamento em um eixo.
De acordo com EPE, utiliza-se o fator de capacidade em base CA para correta comparação com outras fontes e consideração da utilização do sistema de transmissão. A amostra compreende 863 projetos no Nordeste e 72 no Sudeste/Centro-Oeste.
Como resultado, obteve-se os fatores apresentados na figura abaixo:
Usinas flutuantes
Para as usinas fotovoltaicas flutuantes, tendo em vista que utilizam, em geral, estruturas fixas, a empresa considerou fatores de capacidade mais baixos que aqueles de plantas com rastreamento em um eixo, com um pequeno ganho decorrente da menor temperatura de operação dos módulos.
Dada a ausência de usinas desse tipo nos leilões, e consequentemente, no sistema AEGE, utilizou-se como uma aproximação um abatimento de seis pontos percentuais em relação aos valores obtidos para as usinas centralizadas, com rastreamento em um eixo.
Variabilidade da geração fotovoltaica
Outro ponto destacado pela pesquisa é referente a variabilidade espacial da geração solar fotovoltaica, que é relativamente pequena quando comparada a outras fontes.
Na visão da EPE, plantas distantes dezenas de quilômetros tendem a possuir perfis relativamente similares, exceto em regiões de relevo acidentado, que são pouco utilizadas para esta fonte.
Por esse motivo, cada conjunto de usinas próximas é representado nos estudos como apenas um ponto, utilizando-se os dados solarimétricos daquele município.
Analisando-se os perfis mensais de cada localidade, percebe-se que há diferenças entre as regiões. Foram identificadas quatro regiões com diferentes perfis mensais, apresentados no mapa da figura abaixo.
O relatório exemplificou ainda os perfis mensais para cada região, tomando-se uma localidade representativa para cada um destes. Pode-se destacar que as variações sazonais da fonte são relativamente pequenas para todos os locais, sendo um pouco maiores para o Oeste de São Paulo.
Além disso, as diferenças entre cada área, embora existam, não são muito significativas, e a depender do estudo, pode não haver a necessidade de considerar essa divisão.