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Especialistas traçam futuro do mercado solar

A crise derruba, em um curto prazo assusta, mas quem trabalha no setor de energia

Autor: 14 de abril de 2020outubro 3rd, 2020Brasil
5 minutos de leitura
Especialistas traçam futuro do mercado solar

Apesar do surto de coronavírus no Brasil, especialistas do segmento de energia solar estão otimistas com as previsões para o setor após a crise. Para eles, esse momento é importante para se reinventar e buscar oportunidades.

“É nosso papel trabalhar para encontrar soluções e pensar ao invés de ficar afogados em notícias ruins. No caso, temos que enxergar onde estão as oportunidades. A busca pela eficiência vai continuar, pois, traz crescimento econômico e gera competição para todas as outras atividades”, afirmou Bernardo Marangon, diretor da Exata Energia.

Marangon afirma ainda que, após a crise, as empresas de outros segmentos devem começar a investir no setor elétrico. “Temos petroleiras, por exemplo, interessadas em mudar a matriz enérgica, saindo do petróleo e transferindo para o renovável. Então, por mais que vamos enfrentar uma crise com falta de recursos e governos endividados, certamente os privados vão ter capacidade de suplantar essa demanda por novos investimentos”, concluiu.

De acordo com Pedro Dante, advogado especialista em energia do Demarest, o setor de energia fotovoltaica continua com força. “A crise derruba, em um curto prazo assusta, mas quem trabalha no setor de energia, trabalha em um segmento que mesmo com crise tem oportunidade. O Brasil é uma máquina que está pronta para decolar de novo. Portanto, continuo extremamente otimista, não mudo minha opinião apesar da pandemia de coronavírus”, esclareceu o advogado.

Impacto econômico

Para Pedro Dante, o país deve ter uma retomada plena da economia a partir de outubro. Até lá, o Brasil sentirá os impactos na redução da demanda. Segundo Claudio Loureiro, gerente geral da JA Solar no Brasil, o país deve ter nos próximos meses uma significativa redução na demanda, já que os clientes residenciais e pequenos comércios não estão instalando sistemas fotovoltaicos. Além disso, as entidades reguladoras e concessionárias não estão analisando os projetos, devido à pandemia da Covid-19.

“Por exemplo, muitas são as empresas com restrição de capital de giro, um fator essencial para o modelo de negócio, tanto distribuição quanto instalação. Nesse caso, os empreendedores e gestores têm que priorizar de alguma forma o que pode ser feito para manter o negócio em andamento.

Caso adotemos no Brasil uma política de isolamento como a dos Estados Unidos ou da Europa – com estimativa de suspensão de atividades entre dois a três meses – este será um período de forte restrição no caixa. Sejam então conservadores para sustentar a perenidade do seu negócio”, afirmou Loureiro.

Loureiro disse ainda que passado tal período, voltarão as boas notícias, pois deve-se ter a retomada nas instalações. “Isso ocorrerá porque o setor fotovoltaico já demonstrou ser resiliente às situações macroeconômicas adversas – basta relembrar que o crescimento vem desde 2012 e ocorreu em momentos críticos de nossa economia”, esclareceu.

Pesquisa da Greener

Com o objetivo de analisar o impacto do surto de coronavírus no mercado de energia solar no Brasil, a Greener realizou uma pesquisa com 541 empresas do setor, sendo 75% delas representadas por integradores de sistemas.

O mapeamento apontou que cerca de 50% das empresas já foram afetadas por um aumento nos custos do sistema fotovoltaico, por conta da queda da moeda brasileira nas últimas semanas. Além disso, mostrou que o caixa da empresa é o principal fator de preocupação neste período de turbulência.

“Somos novos no mercado de energia solar e ainda não tínhamos passado por grandes crises. É a primeira vez que vejo o setor deixar de crescer por algum motivo. Muitos projetos foram postergados e congelados por causa da situação de coronavírus. Então, nesse momento temos que enxugar os custos devido às incertezas a médio prazo”, explicou Elvis Almeida, diretor comercial da MySol.

Recomendações

Para lidar com as difíceis condições de mercado criadas pelo surto de coronavírus, a Greener forneceu uma lista de recomendações para as empresas: Segue, abaixo:

  • Garanta a segurança e a saúde da equipe e siga as recomendações das autoridades;
  • Identifique os principais riscos e busque alternativas para mitigá-los;
  • Mapeie os custos fixos e variáveis ​​da sua empresa e procure otimizar despesas;
  • Negociar termos e condições de pagamento;
  • Verifique se os fornecedores estão enfrentando problemas relacionados a pandemia de qualquer tipo;
  • Fortaleça sua marca e incentive a inovação na maneira de se comunicar;
  • Fortaleça sua equipe no período pós-crise e invista em treinamento;
  • Trabalhe remotamente quando possível e garanta que os funcionários sigam rigorosamente os conselhos de higiene e saúde;
  • Funcionários em quarentena que podem estar infectados;

“O cenário é crítico e temos que nos preparar. Temos que ter cuidado com os negócios e trabalhar no sentido de preservar os empregos”, afirmou Márcio Takata, diretor da Greener.

Acesse a pesquisa da Greener na íntegra aqui

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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