O volume de financiamentos para sistemas de energia solar, tanto em usinas de grande porte quanto para micro e minigeração distribuída, superou a marca de R$ 35,1 bilhões em 2022 – um aumento de 78% em relação aos R$ 19,7 bilhões de 2021.
Os dados são de um levantamento publicado pela Cela (Clean Energy Latin America), que para chegar nos números utilizou informações de instituições financeiras públicas e privadas, fintechs e cooperativas de crédito.
De acordo com o estudo, o valor dos financiamentos para as usinas de GC (geração centralizada) mais do que dobrou na comparação com os dois períodos analisados, saltando de R$ 6,7 bilhões em 2021 para R$ 13,7 bilhões em 2022.
Já o aporte para sistemas de GD (geração distribuída) cresceu mais de 60% em 2022, com a injeção de R$ 21,4 bilhões ante os R$ 13 bilhões do ano anterior.
Este é quarto ano consecutivo que o volume arrecadado com o financiamento de sistemas de energia solar bate recorde no Brasil, mesmo em um momento no qual a taxa básica de juros encontra-se em 13,75% ao ano, a maior desde janeiro de 2017.
De acordo com a Cela, além do crescimento natural da energia solar no Brasil – com cada vez mais pessoas se interessando pelos benefícios da fonte – outros motivos ajudam a explicar o aumento no volume de créditos concedidos.
Para sistemas de GD, a sanção da Lei 14.300 foi responsável por criar uma corrida pela tecnologia ao longo de todo o ano passado – uma vez que os consumidores que encaminhassem o pedido para suas conexões até 6 de janeiro de 2023 ficariam isentos do pagamento da tarifa de uso da rede da distribuidora até 2045.
Já no caso dos empreendimentos centralizados, o aumento foi puxado pelos contratos assinados no Mercado Livre de Energia e pela Lei 14.120, que previu regras de transição para o fim do desconto na TUSD e na TUST (Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição e de Transmissão) para as grandes usinas.