As perspectivas para a implementação das UHRs (usinas hidrelétricas reversíveis) no Brasil foi a tônica de um painel na 8ª Conferência Nacional da ABRAPCH (Associação Brasileira de PCHs e CGHs), em Brasília, nesta terça-feira (18). De projeto abandonado, os empreendimentos voltaram a ter perspectiva econômica viável, avaliaram os especialistas.
Um estudo com projeções até 2034, apresentado pela EPE (Empresa de Pesquisa Elétrica), ligada ao MME (Ministério de Minas e Energia), apontou que as UHRs estão em processo de expansão, enquanto hidrelétricas tradicionais tendem a reduzir sua participação.
“Pela primeira vez, a tecnologia de armazenamento é competitiva, em um momento em que o setor elétrico brasileiro percebe a necessidade de diversificação das fontes”, destacou Rafaela Pillar, analista de pesquisas da EPE.
A amostra apontou uma estimativa de 800 MW de armazenamento pelas UHRs no Brasil para os próximos 10 anos. “Mesmo o Brasil sendo referência em geração hidrelétrica, não possui hoje usinas reversíveis. Tivemos quatro, na década de 1940, mas uma foi desativada e as demais não operam mais neste modelo”, elencou Pillar.
Para o CEO da Voith Hydro América Latina, Hans Günther Poll, o país tem uma oportunidade de recomeçar o segmento, por questões de estabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional), e para otimizar o gerenciamento de água.
“O potencial hidrelétrico do Brasil e esse gerenciamento de água devem caminhar juntos. Os projetos híbridos que combinem geração eólica, plantas solares e usinas reversíveis como baterias de água são opções inovadoras e devem ter impulso inclusive com aproveitamento de água do mar”, destacou Poll.
Ele ressaltou que, até 2028, a participação da capacidade instalada da geração hidrelétrica diminuirá dos atuais 48% para 43%, se aproximando da participação das fontes renováveis não despacháveis, como eólica e solar, que estão em crescente expansão no Brasil. “Se não tivermos fontes renováveis despacháveis, a operação do SIN se tornará impraticável”, cravou.
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