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Inversor solar com IP66 pode ficar na chuva?

Saiba mais como fazer a utilização e os cuidados que devem ser tomados com um inversor fotovoltaico com IP66

Com as tecnologias de geração distribuída no setor fotovoltaico sendo cada vez mais difundidas, vemos cada vez mais instalações sendo desenvolvidas nas mais diversas regiões do Brasil.

As regiões brasileiras são suscetíveis aos mais diversos tipos de ambientes e climas. Assim, os equipamentos destinados à geração fotovoltaica devem estar preparados para suportar essas adversidades.

Quando falamos especificamente dos inversores fotovoltaicos, existem diversas maneiras de realizar sua instalação, ao contrário dos módulos, por exemplo, que sempre estarão em ambientes abertos.

Os inversores podem ser instalados em ambientes fechados, climatizados, cobertos ou até mesmo ao ar livre, sendo expostos a intempéries. Por este motivo, principalmente, inversores fotovoltaicos devem ser providos de proteção para estes tipos de adversidades climáticas, dentre elas a proteção contra a presença de água e poeira.

A proteção de um equipamento é definida pela classificação IP, que possui diversos níveis. A norma ABNT NBR IEC 60529 “Graus de proteção para invólucros de equipamentos elétricos – Códigos IP” especifica todos os níveis de proteção conferidos a estes equipamentos.

Vale lembrar que esta nomenclatura não está atrelada à proteção somente de inversores, mas sim de qualquer carcaça de equipamento eletrônico, até os mais comuns de encontrarmos em nosso cotidiano, como telefones e celulares, por exemplo.

A codificação da classificação IP é composta por dois números. O dígito da dezena é atribuído à proteção contra poeira ou corpos sólidos. Este dígito é classificado entre os números zero (0) e seis (6). Vejamos abaixo, na Tabela 1, a descrição para cada nível de proteção.

Tabela 1: Grau de proteção IP, referente ao ingresso de poeira em invólucros
Dezena Graus de proteção IP  
Dígito Descrição Corpos que não devem ingressar
0 Não protegido Não protegido
1 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior que 50 mm. Partes do corpo humano, como as mãos.
2 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior que 12,5 mm. Dedos ou objetos similares com comprimento maior que 80 mm e com a menor dimensão maior do que 12 mm.
3 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior que 2,5 mm. Ferramentas, fios, etc. de diâmetro e/ou espessura maior que 2,5 mm cuja menor dimensão é maior que 2,5 mm.
4 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior do que 1,0 mm. Fios, fitas de largura maior do que 1,0 mm, objetos cuja menor dimensão é maior que 1,0 mm.
5 Protegido contra o ingresso de poeira. O ingresso de poeira não é totalmente evitado, mas a poeira não deve ingressar em quantidades que possa interferir no funcionamento do equipamento ou prejudicar sua segurança.
6 Totalmente protegido contra o ingresso de poeira. Nenhum ingresso de poeira.
Fonte: Revista O Setor Elétrico

Do mesmo modo, para a proteção contra poeira o dígito da unidade nos dá os parâmetros de proteção contra a presença de água. Este dígito é classificado entre os números zero (0) e nove (9). Vejamos abaixo, na Tabela 2, a descrição para cada nível de proteção.

Tabela 2: Grau de proteção IP, referente a ingresso de água em invólucros
Unidade Graus de proteção IP  
Dígito Descrição Corpos que não devem ingressar
0 Não protegido Não protegido.
1 Protegidos contra quedas de água verticais. Gotas d’ água caindo verticalmente não devem provocar efeitos prejudiciais.
2 Protegido contra quedas de água com inclinações de até 15° com o plano vertical. Gotas caindo verticalmente não devem provocar efeitos prejudiciais quando o invólucro é inclinado num ângulo de até 15° com o plano vertical.
3 Protegido contra água aspergida. Água aspergida num ângulo de até 60° com o plano vertical contra o invólucro não devem provocar efeitos prejudiciais.
4 Protegido contra projeções de água. Água esguichada em jatos contra o invólucro em qualquer direção não deve provocar efeitos prejudiciais.
5 Protegido contra jatos de água. Água projetada em jatos contra o invólucro em qualquer direção não deve provocar efeitos prejudiciais (com vazão de 12,5 L/min).
6 Protegido contra jatos de água potentes. Quando o invólucro estiver imerso em água, sob condições acordadas pelo fabricante, não deve ser possível o ingresso de água em quantidade que provoque efeitos prejudiciais. Protegido contra jatos potentes ou em formas de onda.
7 Sob determinadas condições de tempo e pressão, não há ingresso de água. Quando o invólucro imerso temporariamente em água sob condições padronizadas de pressão (profundidade do invólucro de 1 m) e tempo (30 minutos), não deve ser possível o ingresso de água em quantidade que seja prejudicial.
8 Adequado à submersão contínua sob condições específicas.  Adequado à submersão contínua sob condições específicas
9 Protegido contra jatos de água de alta temperatura e alta pressão. Água projetada a alta pressão e alta temperatura (80°C) contra o invólucro em qualquer direção não apresenta efeitos prejudiciais.
Fonte: Revista O Setor Elétrico

Como visto acima, há diversas combinações entre as proteções contra poeira e água que podem ser encontradas nos equipamentos elétricos em geral. As mesmas regras aplicam-se aos inversores fotovoltaicos.

Por exemplo, os inversores da marca Fronius utilizam dois níveis de proteção: o IP65 para os inversores Primo e o IP66 para as linhas Symo, Symo BR e Eco. 

Os inversores da família Primo possuem proteção contra poeira nível 6 (“Totalmente protegido contra ingresso de poeira”) e proteção contra a presença de água nível 5 (“Protegido contra jatos de água”).

Para os inversores Symo, Symo BR e Eco, a proteção contra poeira é de nível 6, ou seja, “Totalmente protegido contra ingresso de poeira”, e a proteção contra a presença de água é nível 6 (“Protegido contra jatos de água potentes”). 

As condições de proteção IP65 e, em maior grau, IP66 garantem que os inversores não tenham seu funcionamento prejudicado em instalações realizadas em locais com grande acúmulo de poeira ou locais abertos e suscetíveis à chuva, ou mesmo em locais com exposição a jatos de água direcionados.

Vale salientar que estes graus de proteção são apenas efetivos quando a instalação do inversor é realizada da maneira correta, de acordo com a orientação do fabricante. No caso dos referidos inversores Fronius, o manual orienta a instalação dos equipamentos de acordo com a figura a seguir: Inversor

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Thiago Chinen
Formado em engenharia de energia pela Universidade Federal do ABC, tem experiência em tecnologias de cabos de baixa, média e alta tensão, por ter trabalhado em multinacional do setor. Atua como especialista técnico de inversores fotovoltaicos pela Fronius do Brasil, voltando a sua área de formação, direcionada para energias renováveis

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