Inversor solar: O que é, como funciona e para que serve?

Confira hoje qual a importância e para que serve esse equipamento
inversor solar preso à parede
Foto: Adobe Stock

O inversor solar, tecnicamente também chamado de inversor fotovoltaico, é o equipamento responsável por transformar a energia do sol ,recebida dos módulos fotovoltaicos (irradiância), em eletricidade útil para o seu dia a dia. 

Sem o inversor, a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos não poderia ser utilizada para alimentar lâmpadas, eletrodomésticos ou qualquer aparelho conectado à rede elétrica

Neste artigo, você vai entender de forma clara e objetiva o que é um inversor solar, como ele funciona, quais os tipos existentes, onde deve ser instalado, quanto custa e como escolher o modelo ideal para o seu sistema. 

Seja você um consumidor, instalador ou profissional do setor, este conteúdo foi feito para tirar todas as suas dúvidas com linguagem acessível e embasamento técnico.

O que é Inversor solar?

O inversor solar é um dos componentes mais importantes do sistema fotovoltaico. É ele quem transforma a energia gerada pelos módulos   em energia compatível com a rede (CA).

Os módulos fotovoltaicos captam a luz do sol e a convertem em corrente contínua (CC)através do efeito fotovoltaico que, após a luz solar atingir as células, excita os elétrons nos materiais semicondutores, como o silício. Essa excitação dos elétrons cria uma corrente elétrica contínua dentro da célula.

Após esse processo, o inversor converte essa corrente contínua em corrente alternada, tornando a energia solar realmente útil para uso residencial, comercial ou industrial. 

Além disso, ele funciona como o “cérebro” do sistema, sendo considerado um item ativo desse circuito, responsável por gerenciar a produção, segurança e desempenho da geração solar, além do controle do fluxo da corrente. Qual a função de um inversor solar?

Basicamente, a função principal de um inversor solar é converter a corrente contínua (CC) dos painéis em corrente alternada (CA), compatível com os padrões da rede elétrica e com os equipamentos elétricos que utilizamos no dia a dia.

No entanto, sua atuação vai muito além dessa conversão. Ele também:

  • Monitora em tempo real o desempenho do sistema: alguns modelos contam com conectividade Wi-Fi ou via cabo, permitindo que o usuário acompanhe a geração de energia por meio de aplicativos;
  • Garante a segurança da instalação: o inversor detecta falhas como surtos, sobretensões ou desconexões, desligando o sistema automaticamente em caso de risco;
  • Sincronização com a rede elétrica (nos modelos on-grid): ele ajusta a frequência em 60Hz(frequência utilizada no Brasil ou 50Hz em outros países.) e a  tensão da energia gerada do sistema fotovoltaico  para estar em conformidade com a rede da concessionária(127Vca e/ou 220Vca a depender da região) e para grandes usinas há outras tensões de saída, podendo chegar a mais de 800Vca;
  • Controla a entrada e saída de energia: nos sistemas híbridos ou off-grid, o inversor também gerencia o carregamento e uso das baterias.

Em resumo, o inversor é o componente que garante que tudo funcione de forma estável, segura e eficiente.

Como funciona um Inversor solar?

O funcionamento de um inversor solar pode ser dividido em três etapas principais:

  1. Recebimento da corrente contínua (CC): os painéis solares convertem a irradiação solar em corrente contínua. Essa energia é enviada ao inversor, que é conectado entre os módulos fotovoltaicos e o quadro elétrico da edificação;
  2. Conversão em corrente alternada (CA): internamente, o inversor utiliza circuitos eletrônicos avançados, como transistores e controladores PWM (modulação por largura de pulso), para transformar a corrente CC em CA com frequência (60Hz) e tensão adequadas (geralmente 127V ou 220V, conforme a rede local);
  3. Sincronização e envio da energia: nos sistemas on-grid, o inversor sincroniza sua saída com a rede elétrica da concessionária, permitindo que a energia gerada seja utilizada imediatamente no imóvel ou injetada na rede para servir como   créditos em um ou mais imóveis/comércios. Já nos sistemas off-grid, a energia é direcionada para baterias ou diretamente para a carga.

Modelos mais modernos também contam com sistemas de monitoramento remoto, que permitem acompanhar geração, falhas e estatísticas de desempenho pelo celular ou computador.

Inversor solar preso à cerca

Quanto tempo dura um inversor solar?

A vida útil de um inversor solar costuma ser de 10 a 15 anos, embora alguns modelos mais robustos possam ultrapassar esse tempo com os devidos cuidados. A durabilidade do equipamento depende de diversos fatores, como:

  • Qualidade do equipamento e da marca: inversores de marcas reconhecidas costumam ter maior vida útil e confiabilidade;
  • Condições ambientais: calor excessivo, umidade, poeira ou exposição direta ao sol podem reduzir a vida útil do equipamento. Por isso, a instalação em local protegido e ventilado é essencial;
  • Manutenção preventiva: mesmo sendo equipamentos eletrônicos relativamente autônomos, é recomendável fazer inspeções periódicas para garantir o bom funcionamento e limpar componentes quando necessário;
  • Dimensionamento correto: o inversor precisa estar adequado à potência gerada pelos painéis. Um equipamento mal dimensionado pode operar de forma sobrecarregada, o que compromete seu desempenho e longevidade.

Quais são os tipos de inversores solares?

O mercado oferece diferentes tipos de inversores solares, cada um com características técnicas e aplicações específicas. 

A escolha certa depende do tipo de instalação (residencial, comercial, rural ou industrial), da presença ou não de baterias, da conexão com a rede elétrica e do nível de controle desejado sobre o sistema. 

Conheça os principais modelos disponíveis e para que serve cada um deles nos tópicos a seguir:

Inversor solar On-grid

​​Também conhecido como inversor interativo ou conectado à rede, é o mais utilizado no Brasil, especialmente em sistemas residenciais e comerciais.

Esse tipo de inversor funciona em sincronia com a rede elétrica: ele injeta a energia gerada pelo sistema fotovoltaico diretamente na rede interna da edificação e envia o excedente para a concessionária. 

O usuário passa então a acumular créditos energéticos, conforme as regras da compensação previstas pela ANEEL. As vantagens são:

  • Mais barato e eficiente que os demais modelos;
  • Permite a economia de até 95% na conta de luz;
  • Exige menos componentes, já que não precisa de baterias.

Mas atenção: ele não funciona em caso de falta de energia da rede, por questões de segurança com os técnicos da concessionária.

Inversor solar Off-grid

Esse tipo de inversor é utilizado em sistemas isolados, ou seja, sem conexão com a rede elétrica pública. Toda a energia gerada é armazenada em baterias para posterior consumo.

Ele é mais comum em áreas remotas, como sítios, regiões rurais, comunidades ribeirinhas e propriedades que não contam com acesso à rede convencional.

As vantagens são a independência total da concessionária, o que faz com que seja ideal para locais onde a rede não chega ou é instável.

Entre as desvantagens, podemos destacar um maior custo de implantação (devido às baterias) e o fato de que esse tipo de inversor requer manutenção periódica das baterias e controle mais atento da carga.

Inversor solar híbrido

O inversor híbrido combina o melhor dos dois mundos: funciona conectado à rede elétrica e, ao mesmo tempo, permite o uso de baterias para armazenar energia. 

Essa configuração garante fornecimento contínuo de energia mesmo em casos de apagões.

Oferece flexibilidade, pois pode operar tanto com a rede pública quanto de forma independente, por meio das baterias. 

É ideal para consumidores que desejam maior segurança energética, como hospitais, estabelecimentos comerciais e residências em áreas com instabilidade no fornecimento.

O custo inicial é mais elevado do que os modelos on-grid convencionais. Além disso, sua instalação e configuração exigem maior conhecimento técnico e planejamento adequado.

Inversor solar central

Utilizado em grandes projetos, como fazendas solares e instalações industriais, o inversor central é capaz de processar a energia gerada por dezenas ou centenas de painéis solares conectados em série, com alta capacidade de conversão.

É uma solução economicamente vantajosa para sistemas de grande porte, já que oferece excelente custo-benefício por watt instalado. Também possui alta eficiência energética e robustez para operar em condições severas.

Por ser uma unidade centralizada, apresenta menor flexibilidade de instalação, e qualquer falha no inversor pode afetar uma grande parte da geração total. 

Além disso, não é adequado para projetos menores ou telhados com diferentes orientações.

Micro Inversor solar

O microinversor é instalado individualmente em cada módulo fotovoltaico (ou em pequenos grupos), permitindo que cada painel opere de forma independente, o que melhora o desempenho geral do sistema, especialmente em locais com sombreamento parcial.

A grande vantagem é que ele permite o monitoramento detalhado de cada painel, melhora da eficiência em sistemas com diferentes inclinações ou orientações e oferece maior segurança elétrica, pois opera com tensões mais baixas.

Isso faz do microinversor uma excelente escolha para telhados urbanos com sombras parciais.

A grande desvantagem é que o investimento inicial tende a ser maior em relação aos inversores string convencionais, especialmente em sistemas maiores. 

Além disso, pode demandar mais tempo de instalação e um número maior de conexões e componentes.

Onde deve ser instalado o inversor solar?

Cabeça e mãos de homem branco, vestindo capacete e luvas de proteção, instalando inversor solar em uma parede

A instalação correta do inversor solar é fundamental para garantir segurança, eficiência e durabilidade do sistema. 

O local ideal precisa atender a alguns critérios técnicos importantes, como:

  • Ventilação: o inversor gera calor durante o funcionamento. Por isso, deve ser instalado em um ambiente bem ventilado para evitar superaquecimento e perda de desempenho;
  • Proteção contra intempéries: mesmo os modelos com grau de proteção (como IP65) devem ser protegidos de chuva direta, exposição solar intensa e umidade excessiva. Instalações em ambientes internos, como garagens, depósitos ou salas técnicas, são as mais recomendadas;
  • Fácil acesso: o equipamento deve ser instalado em local acessível para monitoramento, inspeção visual e manutenção, evitando pontos de difícil alcance;
  • Distância dos módulos e do quadro elétrico: idealmente, o inversor deve ficar próximo aos módulos solares e ao quadro de distribuição, para minimizar perdas de energia e facilitar o cabeamento;
  • Fixação adequada: a parede onde será instalado deve suportar o peso e o tamanho do inversor, além de permitir a dissipação térmica adequada.

Em alguns projetos, especialmente comerciais ou industriais, pode-se optar por estruturas específicas ou quadros técnicos metálicos com ventilação forçada. 

Sempre siga as especificações do fabricante e conte com um profissional qualificado para definir o melhor local.

Como escolher um inversor solar ideal?

​​Escolher o inversor solar ideal exige atenção a diversos fatores técnicos e práticos que influenciam diretamente o desempenho e a segurança do sistema. 

Confira a seguir os principais pontos a considerar:

Compatibilidade com a potência do sistema fotovoltaico

O inversor deve ter capacidade para suportar a potência gerada pelos painéis solares. 

É comum utilizar uma relação de até 1,3 entre a potência do gerador e a do inversor (por exemplo, um sistema de 6,5 kWp com um inversor de 5 kW), respeitando os limites recomendados pelo fabricante e pelas normas técnicas.

Tipo de sistema solar

Outro fator a se considerar é o tipo de sistema. Para residências e empresas conectadas à rede, o inversor on-grid é o mais indicado. Para áreas remotas ou com falhas frequentes de fornecimento, o off-grid ou híbrido é mais apropriado. 

Já os microinversores são excelentes para telhados com sombreamento parcial ou múltiplas orientações.

Eficiência do equipamento

A eficiência mostra o quanto da energia solar captada é realmente convertida em energia utilizável. 

Inversores de boa qualidade operam com eficiência acima de 97%, minimizando perdas.

Quantidade de MPPTs (seguidores do ponto de máxima potência)

Inversores com múltiplos MPPTs oferecem maior flexibilidade no projeto e melhor desempenho em instalações com diferentes orientações ou inclinações dos painéis.

Recursos inteligentes e conectividade

Muitos inversores modernos oferecem monitoramento remoto por app ou plataforma online, o que permite acompanhar geração, desempenho e possíveis falhas em tempo real.

Certificação e conformidade técnica

Verifique se o inversor possui certificações exigidas no Brasil, como INMETRO e conformidade com a norma NBR 16149. Essas características garantem que o produto segue padrões de segurança e qualidade.

Suporte técnico e garantia

Priorize marcas reconhecidas, com garantia mínima de 5 anos e assistência técnica no Brasil. Isso reduz riscos e facilita manutenções futuras.

Em caso de dúvida, conte com o suporte de um projetista fotovoltaico ou integrador qualificado. Um erro na escolha do inversor pode comprometer o desempenho e até colocar o sistema em risco.

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Conclusão

Entender os diferentes tipos de inversores solares é essencial para dimensionar corretamente um sistema fotovoltaico e garantir seu desempenho ao longo dos anos. 

Seja para residências, comércios ou grandes usinas, cada tipo de inversor atende a uma necessidade específica, desde a economia na conta de luz até a independência energética total.

Ao escolher seu inversor, é importante considerar não só o preço, mas também a aplicação, o tipo de sistema, o nível de sombreamento, a possibilidade de expansão e a assistência técnica oferecida pelo fabricante.

Se você quer se aprofundar ainda mais nesse tema, o Canal Solar oferece conteúdos técnicos, comparativos, vídeos e cursos sobre cada uma dessas soluções, tudo para ajudar você a tomar decisões mais seguras e inteligentes no mundo da energia solar.

 

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Stella Miranda
Produtora do Canal Responde e do Solar em 60. Possui experiência em produção de podcast, elaboração de matérias jornalísticas, entrevistas e produção para rádio. Graduanda em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Uma resposta

  1. BOM DIA, EU ESTOU PENSANDO EM INSTALAR O SISTEMA FOTOVOTAICO EM MINHA RESIDÊNCIA, SO QUE PENSO EM INSTALAR O SISTEMA OFF GRIDE, EU PERGUNTO: SE EU CONECTASSE O SISTEMA OFF A DUAS BATERIAS DE 245 VOLT AMPER, OS RESULTADOS SERIAM SATISFATÓRIOS, OU SEJA, MESMO EU ULTILIZANDO APENAS 40% DA EFICIENCIA DA BATERIA, PODERIA CONECTAR TODA A REDE INTERNA DA MINHA CASA INCLUINDO TRÊS APARELHOS DE ARCONDICIONADOS DE 12.000 BTU’S?

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