Jovem de 18 anos sofre descarga elétrica durante instalação de sistema FV

Trabalhador não estava usando equipamentos de segurança e precisou ser levado de ambulância ao hospital
Jovem de 18 anos sofre descarga elétrica durante instalação de sistema FV
Jovem é retirado do telhado pelo Corpo de Bombeiros. Foto: Reprodução

Um trabalhador de 18 anos ficou gravemente ferido, em Araguaína (TO), após receber uma descarga elétrica enquanto fazia a instalação de um sistema de energia solar em uma distribuidora na manhã desta quarta-feira (14). 

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o trabalhador estava colocando armações no telhado da companhia quando uma peça metálica tocou na rede de alta tensão que passa em frente ao estabelecimento, ocasionando a descarga elétrica. 

De acordo ainda com a corporação, o homem não estava usando equipamentos de segurança para realizar o serviço e teve queimaduras graves nas mãos e nos braços. Ele foi encaminhado para o Hospital Regional de Araguaína (HRA) e seu estado de saúde não foi divulgado. 

Em entrevista concedida ao Canal Solar, Carlos Alberto Fernandes, engenheiro eletricista e com mais de 30 anos de experiência em segurança do trabalho, explica que casos como esses têm sido frequentes no país por causa da negligência de boa parte das empresas do setor.

“O que eu vejo hoje é uma grande quantidade de empresas entrando neste mercado sem nenhum tipo de preparo, simplesmente, porque a energia solar está em alta. São empresas que estão entrando de qualquer jeito e não dando a devida atenção para a segurança de seus trabalhadores, que não recebem o treinamento adequado”, afirmou.   

Segundo ele, para casos como esses, é necessário que duas normas de segurança sejam devidamente respeitadas, a fim de evitar que profissionais se machuquem ou até mesmo percam a vida. 

A primeira delas é a NR 10, que estabelece os requisitos e condições mínimas para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas. 

A outra é o NR 35, que estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos nesta atividade.

“Esses são requisitos básicos, no qual toda a empresa que se presta a realizar uma instalação fotovoltaica deveria se atentar. As empresas precisam enxergar isso com um pouco mais de seriedade, porque não adianta apenas ganhar dinheiro. Se algo grave acontece, o dono da empresa é quem responde criminalmente”, revelou. 

Para Fernandes não há dúvida de que o acidente com o  jovem de 18 anos só aconteceu porque a empresa que prestou o serviço de instalação dos painéis solares não deu o suporte e as orientações adequadas para este profissional. 

“Eu duvido que esse rapaz tenha recebido um único treinamento de NR 10. Se tivesse recebido, saberia que não pode subir em cima de um telhado, com uma rede elétrica próxima a ele, sem fazer o isolamento e um planejamento adequado”.

O engenheiro eletricista também chamou a atenção das empresas com relação a importância do fornecimento dos equipamentos corretos de segurança para seus funcionários. No caso, os chamados EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). 

“Não vai servir de nada oferecer cursos de segurança para os profissionais, se não oferecer o EPI correto e até mesmo um treinamento para resgate. Parecem coisas bobas, mas que são fundamentais para garantir a segurança dos trabalhadores e a continuidade dos negócios de uma empresa”, finalizou Fernandes.

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

2 respostas

  1. Eis a importância em seguir rigorosamente a legislação principalmente as que regula a proteção em relação à vida, aqui em Santa Bárbara Minas Gerais estamos presenciando a mesma situação, espero que a fiscalização aperte o cerco senão iremos presenciar gravíssimos problemas inclusive relacionados às estruturas e ligações elétricas foras das normas.

  2. Na área elétrica na existe acidente, o que acontece são elos de uma corrente de negligências que vão se somando até que alguém acabe por ou perder a vida ou ocasionando um incidente.

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