Em meio a discussão da criação de uma lei para a GD (geração distribuída) no Brasil, o país ultrapassou, nesta terça-feira (17), a marca de 700 mil UCs (unidades consumidoras) recebendo energia a partir da fonte solar.
Os dados são da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o levantamento foi realizado pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Atualmente, a fonte solar representa mais de 6,49 GW de potência instalada operacional e está presente em 5.349 municípios brasileiros.
De acordo com a ABSOLAR, desde 2012 o setor de GD solar atraiu mais de R$ 32 bilhões em novos investimentos ao país, agregando mais de 189 mil empregos acumulados no período.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, a energia fotovoltaica terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do país, “sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”.
A associação ainda destacou que embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Isso porque, segundo dados da ABSOLAR, dos mais de 87,5 milhões de consumidores de eletricidade, apenas 0,8% já faz uso do Sol para produzir energia limpa, renovável e competitiva.
Mercado aquecido
Para Willy Zulke, executivo de vendas da Araymond Brasil, a marca é uma grande conquista para o setor fotovoltaico, mas ainda há muito a crescer e desafios a enfrentar. “O Brasil possui uma grande capacidade de produção de energia por fonte solar ainda inexplorada, por isso, espera-se que nos próximos anos o número de unidades consumidoras com geração própria de energia cresça ainda mais”.
“Outro grande desafio é a utilização de equipamentos e materiais adequados e duráveis para todas essas novas instalações fotovoltaicas que estão por vir. Soluções profissionais que visam aumentar a vida útil e melhorar a qualidade das instalações devem ser consideradas para um melhor aproveitamento de geração a longo prazo”, acrescentou Zulke.
Breno Machado, gerente de produtos da WDC Networks, também destacou o potencial do setor solar e enfatizou que ainda existe um oceano de oportunidades e um mercado muito grande a ser explorado.
“O cenário é de amplo crescimento nos próximos anos, uma vez que ainda estamos no início da expansão no território nacional e a solar ainda representa uma fatia muito pequena na matriz energética do país”, analisou.
O executivo ainda comentou que a proposta que cria o Marco Legal da GD deve aquecer ainda o mercado fotovoltaico brasileiro. “Acreditamos que o PL 5829 irá fomentar ainda mais o crescimento do mercado de geração distribuída, uma vez que trará maior segurança jurídica e atrairá maiores investimentos para setor como um todo”, acrescentou.
Na avaliação da ABSOLAR, o acordo realizado entre o MME (Ministério de Minas e Energia), a ANEEL e representantes do setor fotovoltaico é visto como uma alternativa para aliviar os problemas da crise hídrica ao setor elétrico, ajudando a reduzir as contas de luz.
“A energia solar tem ajudado a baratear a conta de luz de todos os brasileiros com a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes e responsáveis pela bandeira vermelha. Adicionalmente, ela ajuda a reduzir as perdas elétricas e novos gastos com infraestrutura, que seriam cobrados nas faturas de energia elétrica”, comentou o presidente do Conselho de Administração da entidade, Ronaldo Koloszuk.
Perfil dos consumidores
Em número de unidades consumidoras que utilizam a geração própria de energia solar, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,5% do total. Em seguida, aparecem consumidores dos setores de comércio e serviços (14,8%), produtores rurais (7,2%), indústrias (2,1%), poder público (0,4%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,01%).
A geração própria de energia solar já está presente em 5.083 municípios e em todos os estados brasileiros. Entre os cinco municípios líderes estão Cuiabá (MT), Brasília (DF), Teresina (PI), Uberlândia (MG) e Rio de Janeiro (RJ), respectivamente.
3 respostas
Pena q é para pouxis..queria poder..sonho de consumo
Muito bom o artigo da Mariana.
A energia solar é inesgotável, pode ser instalada na casa ao lado, na dos fundos, na da frente, em um terreno desocupado, que não vai incomodar qualquer vizinho.
Tem sol para todos.
Financiamento não falta, o que precisa é de profissionais habilitados e competentes no ramo.
Eu comprei praça solares pra minha casa as placas já foram instala a mais de um mês só falta a Enel vim em minha residência para fazer a vistoria do relógio porque tive que pedir aumento de carga para poder usufruir a minha energia limpa
Sou de São Gonçalo RJ