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Mais de 773 milhões de pessoas não têm acesso à energia elétrica

Relatório da IRENA aponta que investimentos na fonte solar fotovoltaica ajudariam a resolver o problema
Mais de 773 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à energia elétrica
Somente na África, o número de pessoas que se beneficiam da energia solar fora da rede atingiu 52,6 milhões em 2021. Foto: Reprodução/IRENA

Um novo relatório publicado pela IRENA (Agência Internacional para as Energias Renováveis) apontou que mais de 733 milhões de pessoas em todo mundo ainda permanecem sem acesso à energia elétrica nos dias atuais. 

Trata-se de um montante que representa cerca de 9% do total de aproximadamente 8 bilhões de habitantes que o planeta possui atualmente.

No entendimento da IRENA, a falta de acesso à rede elétrica por parte destas pessoas poderia ser menor caso as comunidades isoladas em que a maioria delas vivem recebessem a instalação de sistemas de energia solar. 

“Os sistemas de energia fora da rede e descentralizados surgiram como uma alternativa para facilitar o acesso à energia e a resiliência de maneira flexível e adaptável, especialmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia, que enfrentam algumas das maiores lacunas do mundo nas taxas de acesso à energia”, analisa o estudo. 

A Agência destaca também que nestas regiões as comunidades sem acesso à eletricidade costumam usar fontes de iluminação poluentes e caras, como lamparinas ou velas a querosene, cuja fumaça pode causar sérios problemas de saúde, enquanto a falta de eletricidade nos centros de saúde pode resultar em resultados desastrosos para os pacientes

“Com o apoio, no entanto, de formuladores de políticas, investidores privados e usuários finais, o número de pessoas que usam luzes solares fora da rede aumentou dramaticamente de 15,4 milhões em 2012 para 112 milhões em 2021. Somente na África, o número de pessoas que se beneficiam de luzes solares fora da rede atingiu 52,6 milhões em 2021”, de acordo com o relatório.

Biogás

O levantamento da IRENA relata ainda que, ao longo dos anos, as intervenções sociais e políticas para melhorar o acesso à energia destas comunidades concentraram-se apenas na eletricidade, esquecendo-se também das necessidades de energia doméstica não elétrica destas comunidades, especialmente para cozinhar.

Segundo a Agência, o uso de fogões ineficientes é hoje um dos principais contribuintes para a poluição interna e tem impactos prejudiciais na saúde de milhares de mulheres e crianças. 

“Embora um grande número de pessoas ainda dependa de lenha e carvão para cozinhar, o uso do biogás como solução limpa para cozinhar vem se expandindo em países africanos e asiáticos, melhorando as condições de vida e ajudando a reduzir os efeitos das mudanças climáticas. A partir de 2021, mais de 122 milhões de pessoas se beneficiarão do biogás para cozinhar”.

Relatório

O novo relatório da IRENA (clique aqui para acessar) contabilizou estatísticas do período entre os anos 2012 e 2021 relacionados à mini-redes, biogás para cozinhar e iluminação, luzes solares fora da rede, bombas e sistemas solares domésticos em toda a África, Ásia, América Central e do Sul, Oceania, Oriente Médio e o caribenho.

“É uma ferramenta essencial para monitorar e medir o papel das energias renováveis ​​fora da rede para alcançar a transição energética e o acesso universal à energia até 2030”, disse Dennis Akande, oficial associado do programa de estatísticas da IRENA.

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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