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Mentiras que te contaram sobre energia solar

Especialistas elencam mitos que pregam “peças” no mercado de geração distribuída fotovoltaica

Autor: 1 de abril de 2021abril 21st, 2021Notícias
5 minutos de leitura
Mentiras que te contaram sobre energia solar

Com colaboração de Henrique Hein e Giuliana Olivieri

Hoje é o dia 1º de abril, mais conhecido como o dia da mentira em diversos países.

Por isso, o Canal Solar separou algumas mentiras que, possivelmente, já te contaram sobre a GD (geração distribuída) fotovoltaica, e entrevistou especialistas do setor para esclarecerem estes mitos que circulam pela internet e pregam “peças” em muita gente.

A GD solar traz para a sociedade mais empregos, renda, arrecadação e sustentabilidade. Tal tecnologia auxilia também o Brasil na retomada econômica com mais recursos para os governos investirem em saúde e outros serviços essenciais, além de gerar economia na conta de eletricidade.

“É importante destacar que o dinheiro economizado na conta de luz do consumidor de energia solar é reinjetado na economia e ajuda a movimentar os setores de comércio e serviços, aquecendo a atividade econômica local”, destacou Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

De acordo com a associação, a previsão para a GD solar em 2021 é a geração de 118 mil novos empregos, mais de R$ 17 bilhões de investimentos e mais de R$ 4,5 bilhões em arrecadação para os cofres públicos.

A ABSOLAR refez os cálculos, com base nos dados apresentados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), e concluiu que a GD solar pode gerar, inclusive, receitas bilionárias ao setor elétrico.

Mentiras

Um mito difundido que circula no setor é que quem não tem geração distribuída solar paga um subsídio para custear quem tem, e que os mais pobres estão pagando pelos mais ricos, pelos investidores e pelas grandes empresas.

Entretanto, segundo a associação, isso não procede. A GD é usada, principalmente, por residências, pequenos negócios de comércio e serviços, produtores rurais, indústrias e prédios públicos. 

Projetos em casas populares e em comunidades são cada vez mais comuns. A exemplo dos celulares, hoje acessíveis a toda população, a geração distribuída está se tornando cada vez mais democrática. 

Leia mais: 1º cooperativa de energia solar em uma favela brasileira tem obras iniciadas

Pedro Drumond Júnior, diretor de operações da Loja do Integrador e diretor comercial da RH Renováveis, também compartilha desta premissa e destaca que os benefícios gerados à sociedade pela GD são muito grandes e resultam em impactos positivos quando comparados a qualquer incentivo recebido. 

“Geração de empregos, arrecadação de impostos, desenvolvimento tecnológico e redução do impacto ambiental são apenas alguns exemplos desses benefícios. A fonte solar está cada vez mais barata e acessível, sendo encontrada também em residências de menor renda, sistemas rurais e pequenas empresas”, apontou. 

O executivo comentou ainda que as linhas de crédito estão sendo ampliadas e em alguns casos o valor pago pela parcela do empréstimo pode ser menor que a economia com a fatura. “Ou seja, economia imediata para os consumidores”, ressaltou.

Leia mais: Bancos ampliam linhas de créditos para financiar projetos renováveis

“Hoje, o nível de penetração da GD é muito baixo na comparação com os países que lideram o uso desta tecnologia. No entanto, mesmo com eventuais mudanças na regulação no curto prazo, a perspectiva mais realista é que o mercado de energia fotovoltaica deve continuar crescendo”, disse. 

Para o especialista, as tarifas de eletricidade tendem a aumentar, os preços dos equipamentos e serviços a reduzir. “Os aspectos ambientais vêm se tornando premissas na seleção de políticas públicas, decisões estratégicas dos governos e das empresas pelo mundo. Dessa forma, não há dúvidas que há ainda muito espaço para o desenvolvimento deste setor, especialmente para os próximos 10 anos”, concluiu. 

Segundo Bernardo Marangon, especialista em mercado de energia, os consumidores que não possuem tal tecnologia usufruem, na verdade, de diversos benefícios trazidos, justamente, pelas pessoas que possuem a energia renovável em suas residências ou empreendimentos. Entre os benefícios, estão: menores perdas elétricas, alívio na operação do sistema, menor uso de termelétricas e a postergação de investimentos.

“A grande vantagem da energia fotovoltaica é que ela contribui para a matriz energética do Brasil, o que evita o despacho de fontes mais caras de energia. Atualmente, vivemos um problema em nossos reservatórios. Eles estão baixos e existe uma preocupação se irão conseguir apresentar uma recuperação neste final de período úmido. Nesse sentido, a solar ajuda não só o sistema como um todo, como também os consumidores que não tem usinas”, enfatizou.

“A geração fotovoltaica é hoje fundamental. Atualmente temos dois horários de pico do sistema, um na parte da noite e outro na parte da tarde, que também representa um grande volume de consumo, agravado pela utilização do uso do ar-condicionado neste período de calor. Ou seja, se as plantas solares geram energia neste momento, em que a rede está sobrecarregada, estamos evitando novos investimentos e consequentemente uma tarifa maior para todos”.

Marangon relatou também que a solar ajuda a economia do país, pois beneficia os empregos. “Quando você descentraliza o investimento, se criam mais empresas, empregos e oportunidades. A energia fotovoltaica emprega, justamente, os que mais precisam. Ela oferece para essas pessoas uma oportunidade de uma renda melhor do que elas teriam em outros empregos. Isso é um ponto que beneficia não só o setor elétrico, como todo o Brasil”, finalizou.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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